Pontal da Barra

A origem do bairro Pontal da Barra foi registrada no ano de 1726, ainda como Vila dos Patos, quando o padre Manoel José Cabral listou a presença de cerca de 80 habitantes, distribuídos em 50 casas de palha de coqueiro e barro. Desde então, o bairro construiu uma identidade marcada pela força de seu povo e pela beleza de suas tradições.

 Naquele período, Dom João VI aportou na região e quando partiu deixou três de seus escravos e eles desempenharam um papel essencial na formação cultural do Pontal. Foram eles que ensinaram os moradoras do bairro a plantar, fiar algodão e bordar filó, uma técnica artesanal que, com o tempo, evoluiu para o famoso bordado filé, uma das expressões mais autênticas do artesanato alagoano. O filé é hoje reconhecido como símbolo da delicadeza e do talento dos artesãos do Pontal, passado de geração em geração.

 Ao longo dos anos, o bairro cresceu e teve a sua primeira estrada de barro, ligando o Pontal ao restante da cidade, e os tripulantes dos navios cargueiros tornaram-se os primeiros fregueses do comércio local. Esse contato favoreceu o desenvolvimento da comunidade, sem apagar suas tradições e costumes.

 Atualmente, o Pontal da Barra é tombado como patrimônio histórico do Estado de Alagoas, reconhecimento que reforça o valor de sua cultura e de seu modo de vida único. O bairro é conhecido nacionalmente por preservar o único grupo de folguedo de fandango ainda em atividade no país, uma tradição centenária que resiste ao tempo e mantém viva a alma pontalense.

O Pontal é um lugar de acolhimento e pertencimento. Grande parte de seus moradores descende das mesmas famílias, mantendo laços de parentesco e amizade que atravessam gerações. Todos se conhecem, se ajudam e compartilham histórias, formando uma verdadeira grande família, unida pelo amor ao bairro e pelo desejo de preservar a tradição que faz do Pontal um lugar repleto de cultura e identidade.