Praça Dona Constança, história da família de Góis Monteiro



A senhora Constança Cavalcanti de Góis, mulher à frente de seu tempo, cuja vida e legado deixaram uma marca indelével na história de Alagoas. Nascida no final do século XIX, ela pertenceu a uma tradicional família alagoana e desempenhou um papel essencial na formação de uma linhagem que se destacaria tanto na vida militar, quanto na política brasileira.

Em 24 de fevereiro de 1889, Constança Cavalcanti de Góis casou-se com Pedro Aureliano Monteiro, um médico sanitarista respeitado, que nasceu em Marechal Deodoro, filho do professor Silvestre Antônio Monteiro dos Santos e de Rosa Cândida Martins Monteiro. Este casamento não só uniu duas famílias tradicionais de Alagoas, mas também deu início a uma nova geração que se destacaria em vários campos da sociedade brasileira. Desse casamento nasceram nove filhos: sete homens e duas mulheres. Entre eles, muitos seguiram a carreira militar, o que moldou significativamente os rumos que a família tomaria nas décadas seguintes. Pedro Aurélio de Góis Monteiro, por exemplo, tornou-se uma figura militar proeminente e foi Ministro da Guerra durante o governo de Getúlio Vargas, enquanto Silvestre Péricles de Góis Monteiro entrou na política, tornando-se governador de Alagoas. Esses caminhos foram, em grande parte, influenciados pelos valores que Dona Constança e seu marido incutiram em seus filhos desde cedo: a importância do serviço ao país, a integridade e o dever cívico.

Dona Constança era conhecida por sua força de caráter, sabedoria e habilidade em gerenciar tanto os assuntos domésticos, quanto o apoio às carreiras de seus filhos. Numa época em que as mulheres tinham papéis limitados na sociedade, ela demonstrou que a liderança feminina nos limites domésticos pode gerar impactos significativos fora dele. Possuía uma habilidade notável para lidar com desafios e um compromisso inabalável com sua família, Dona Constança criou um ambiente que encorajou cada um de seus filhos a seguir suas próprias paixões e vocações, enquanto mantinha um senso de unidade familiar.

Praça Dona Constança. Foto: Jéssica Viturino
Praça Dona Constança. Foto: Jéssica Viturino


Dona Constança enfrentou problemas de saúde que a mantiveram em sua residência no Rio de Janeiro, e mesmo a distância exerceu o poder unificador da sua família, até seu falecimento em 30 de julho de 1958. Sua morte marcou o fim de uma era para a família Góis Monteiro, mas o legado de amor, dedicação e serviço que ela deixou continuou a inspirar seus descendentes.

A influência de Dona Constança transcende sua vida. A revitalização da Praça Dona Constança, na Jatiúca, é um tributo ao impacto que ela teve em sua família e na sociedade alagoana. Transformado de um terreno baldio em um espaço vibrante para a comunidade, o nome da praça é uma homenagem à sua memória, o que ela representou durante sua vida.