Emílio Eliseu de Maya
Emílio Eliseu de Maya nasceu no Engenho Patrocínio, na cidade de Atalaia, Alagoas, em 25 de junho de 1906. Filho de Alfredo de Farias Maya e Regina Clack Accioly de Maya, Emílio cresceu em um ambiente familiar marcado pela tradição e pela cultura. Sua mãe, oriunda de uma família tradicional de Maceió, era reconhecida por seus dotes musicais no violino e canto, o que certamente influenciou o desenvolvimento artístico de Emílio.
Desde cedo, Emílio demonstrou inclinação para as letras. Com apenas 14 anos, fundou o jornal "O Independente" no Colégio Higino Belo, onde estudava, revelando sua vocação literária. Na década de 1920, ingressou no Grêmio Literário Guimarães Passos, onde apresentou ao público um poema modernista durante a Festa da Arte Nova, destacando-se na cena cultural de Alagoas.
Formado em Direito pela Faculdade do Recife em 1929, Emílio logo seguiu os passos de seu pai na política, sendo eleito deputado federal em 1934 pela Liga Eleitoral Católica. No entanto, seu mandato foi interrompido em 1937 com a instauração do Estado Novo, que fechou todas as casas legislativas do país.
Além de sua atuação política, Emílio foi um fervoroso católico, dirigindo a Congregação Mariana de Maceió e participando ativamente da criação do Círculo Operário Católico da cidade. Sua contribuição literária também é notável, com obras como "O Brasil e o Drama do Petróleo" e "Pétalas Esparsas" – uma coletânea de suas poesias organizada postumamente por seu sobrinho, J. F. de Maya Pedrosa, e Astréa Miranda Pedrosa.
Emílio casou-se com Nazira Cesar Cabral, com quem teve dois filhos, Alfredo Emílio Cesar de Maya e Marzio Cesar de Maya. Sua vida, infelizmente, foi interrompida precocemente aos 29 anos, quando faleceu em 13 de março de 1939 no Rio de Janeiro, após complicações de uma apendicite. Emílio foi sepultado no Cemitério de São João Batista, com a presença de autoridades como Assis Chateaubriand.
Seu legado perdura em diversas homenagens, como escolas que levam seu nome em Atalaia e Carneiros, além de uma praça em Santana do Ipanema. Em Maceió, a Praça Emílio de Maya, localizada na Ponta Verde, abriga uma estátua de bronze de seu busto, esculpida por Bibiano Silva. Emílio Eliseu de Maya permanece uma figura de destaque na história literária e política de Alagoas, lembrado por suas contribuições culturais e pela defesa dos valores católicos e nacionais.