Praça Graciliano Ramos

A Praça Graciliano Ramos, localizada no bairro Graciliano Ramos, nasceu do sonho coletivo de uma comunidade que desejava um espaço de convivência, lazer e cultura. A primeira pedra foi colocada em 2003, graças a uma parceria entre moradores, comerciantes, a associação de moradores e o poder público. Desde o início, a praça foi pensada como um espaço vivo, feito para unir as pessoas.

Antes mesmo de sua conclusão total, em 2004, a praça já pulsava com atividades culturais e sociais. Um dos momentos mais marcantes desse período foi o surgimento do Festival de Xadrez. Tudo começou com o senhor Messias, conhecido pela sua famosa coxinha. Ele enxergou no espaço um potencial educativo e, com carinho e dedicação, montou um tabuleiro de xadrez improvisado, atraindo dezenas de crianças. Foi o início de uma tradição que atravessou os anos e formou verdadeiros campeões da mente.

Com a praça pronta, vieram os eventos que deixaram marcas na memória afetiva da comunidade. Festivais de sorvete, bingos comunitários, festas de São João e os tradicionais torneios de xadrez animaram o bairro e deram à praça uma identidade única. A cada evento, fortalecia-se o sentimento de pertencimento e orgulho dos moradores.

A Praça Graciliano Ramos também foi palco de festas literárias, feiras gastronômicas, organizadas com o apoio do Sebrae, da Prefeitura de Maceió, dos comerciantes locais e da associação de moradores. Cada atividade trazia também o brilho do artesanato local. Artesãos e artesãs ocupavam os espaços com seus produtos, valorizando a cultura regional e movimentando a economia criativa.

O setor cultural do município foi um importante aliado, apoiando a participação de artistas e artesãos. A praça tornou-se, assim, uma vitrine para a diversidade cultural de Maceió.

O espaço leva o nome de Graciliano Ramos, um dos maiores escritores da literatura brasileira e orgulho de Alagoas. Nascido em 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrângulo, Graciliano foi um dos principais representantes do Modernismo dos anos 1930. Seus romances como Vidas Secas, São Bernardo e Memórias do Cárcere, retratam com profundidade a realidade social do Nordeste, por meio de uma linguagem enxuta, crítica e de alcance universal. Suas obras foram traduzidas para diversos idiomas e adaptadas para o cinema, sendo Vidas Secas premiado pela Fundação William Faulkner, nos Estados Unidos.

Além de escritor, Graciliano teve uma trajetória marcada pelo envolvimento com a política e a imprensa. Atuou como revisor de jornais no Rio de Janeiro e foi prefeito de Palmeira dos Índios, onde deixou registrado seu compromisso com a gestão pública eficiente e a educação.

Ao homenageá-lo, a praça reafirma a importância de sua obra e de sua luta. Graciliano foi um pensador inquieto, crítico e essencial para compreender o Brasil de ontem e de hoje. Assim, a Praça Graciliano Ramos segue viva como ele: resistente, culturalmente pulsante e profundamente ligada ao seu povo.