As atividades fazem parte do grupo Humanizateca, que existe desde 2019 e busca promover ações de humanização e bem-estar entre os servidores

Aprimorar o acolhimento dos usuários do SUS, promover a humanização e a melhoria dos processos de trabalho são os principais objetivos do grupo “Humanizateca”, que atua desde 2019 na Unidade de Saúde (US) Tereza Barbosa, localizada no Eustáquio Gomes. Com a retomada dos encontros mensais, nessa quinta-feira (25), após um período paralisado por conta da pandemia, os profissionais responsáveis realizarão atividades com foco na saúde mental dos servidores e melhoria do ambiente de trabalho.

Para Michele Gama, diretora administrativa da US Tereza Barbosa, a retomada desses encontros permite um resgate das relações desses profissionais enquanto servidores e enquanto companheiros de trabalho. “Buscamos com isso criar um ambiente favorável para a saúde mental, pois trazer a humanização para o SUS é começar cuidando de quem cuida da população. Devemos assim, acolher nosso servidor dentro de suas necessidades para que a gente esteja apto para servir com excelência aos usuários”, destaca.

O primeiro momento do dia foi marcado por técnicas de respiração e relaxamento na área externa da Unidade. Em seguida, os servidores seguiram para uma dinâmica de grupo onde puderam compartilhar com os colegas sobre os principais desafios enfrentados por eles nesse período de pandemia.

“Lidar com a saúde municipal exige muito de nós e nem sempre conseguimos atender a todas as demandas dos usuários como gostaríamos e isso gera muita angústia e sofrimento entre os profissionais, por isso é necessária essa atenção, para justamente lidar com estresse, conflitos do cotidiano e com as relações interpessoais de maneira mais leve”, completa Michele Gama, diretora administrativa da unidade.

Para Paula Quitéria da Silva, psicóloga da unidade e uma das responsáveis pelo Humanizateca, as atividades buscam abranger todos os servidores que atuam na unidade e tem como principais objetivos o acolhimento e escuta qualificada. “Esse trabalho traz um retorno muito positivo para a população, pois na hora que o servidor está bem, ele vai dar uma resposta acolhedora a um usuário que chega no posto estressado. E o resultado já vem de lá traz, o que nos permitiu chegar na pandemia fortalecidos para enfrentar os novos desafios”, afirma a psicóloga.

Já Renata Araújo, assistente social da unidade, acredita que o grande ganho do projeto é permitir que os profissionais também possam canalizar sua exaustão. “Com o aumento populacional da região do Eustáquio Gomes, nossa demanda aumentou muito, então o Humanizateca permitiu que a gente lidasse melhor com esse cenário e foi um ganho tanto para nós quanto para os usuários”, comemora.

Resultados

Entre os resultados apresentados pela implantação do projeto na unidade foi o melhor entrosamento da equipe. “As pessoas estão escutando mais, acolhendo melhor as demandas dos usuários e também dos próprios colegas, o que melhorou muito as relações interpessoais e a comunicação entre todos nós. O ambiente ficou mais agradável. É um cuidado simples que faz toda a diferença”, comenta Paula Quitéria Silva, psicóloga da US Tereza Barbosa.

Durante os encontros são utilizadas metodologias ativas, dinâmicas de grupo, rodas de conversa, trabalhos manuais e práticas integrativas como meditação e dramatizações.

Política Nacional de Humanização

Diferente do que costuma-se pensar, o acolhimento não se resume à simpatia e recepção ao usuário/a. De acordo com a Política Nacional de Humanização (PNH), o acolhimento implica diretamente numa escuta qualificada e no reconhecimento do protagonismo do usuário em seu processo de saúde/adoecimento, a fim de construir relações de confiança, compromisso e vínculo entre as profissionais, serviços e usuários, melhorando as relações profissionais e os atendimentos à população do posto.

Ana Cecília da Silva – Ascom/SMS