Semana Nacional da Leishmaniose reforça controle e prevenção da doença

Redação 07/08/2021 às 11:00
Semana Nacional da Leishmaniose reforça controle e prevenção da doença

Objetivo da campanha é ampliar as informações sobre a doença, estimulando a importância das medidas de prevenção

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma zoonose endêmica transmitida ao homem pela picada das fêmeas Lutzomyia longipalpis, infectadas pelo protozoário Leishmania infantum. Para reforçar a importância dos cuidados preventivos contra a doença, a Secretaria Municipal de Saúde anuncia, por meio da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ), a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, que acontece entre os dias 10 e 17 de agosto.

Leishmaniose é transmitida por meio da picada do mosquito-palha. Foto: Divulgação/Internet

A data comemorativa foi instituída pela Lei nº 12.604/2012 e estabelece que a semana de 10 a 17 de agosto seja uma oportunidade para disseminar informações acerca da importância das medidas de prevenção e controle dessa endemia no Brasil.

A UVZ é o órgão responsável pelo controle da doença, além de oferecer diversos outros serviços que visam a garantia da saúde e bem-estar dos maceioenses.

Segundo representantes da unidade, os cães acometidos pelo parasita podem apresentar febre irregular, apatia, emagrecimento, descamação furfurácea e úlceras na pele (em geral no focinho, orelhas e extremidades), conjuntivite, fezes sanguinolentas e crescimento exagerado das unhas.

Busca ativa de focos

O ambiente urbano é onde esses animais são a principal fonte de infecção para o vetor. Por isso, uma busca ativa é realizada nos bairros de Maceió com o intuito de encontrar focos da doença por meio do trabalho de campo. É o que afirma o coordenador da Unidade de Vigilância em Zoonoses, Samy Barros.

“Temos uma equipe que faz o trabalho de campo percorrendo, principalmente, bairros endêmicos. Ou seja, bairros onde a incidência de Leishmaniose é maior. Essa equipe realiza visitas domiciliares para monitorar a leishmaniose visceral canina de casa em casa fazendo uma busca ativa, coletam o sangue de animais suspeitos e encaminha para a UVZ”, comenta o coordenador.

Samy Barros, coordenador da UVZ Maceió. Foto: Ascom/SMS

Samy Barros ainda enfatiza que a população pode procurar a UVZ em caso de suspeita da doença no animal. “Caso a população desconfie que o animal é portador da Leishmaniose, basta levá-lo à UVZ que o veterinário fará ou não a indicação do teste rápido, de acordo com os sintomas apresentados. Quando este aponta um resultado positivo, o animal passa pelo teste confirmatório e, a partir disso, o veterinário indica a melhor conduta”, ressalta.

De acordo com o biólogo e responsável técnico pelo Laboratório de Entomologia da UVZ, Carlos Fernando Rocha, é feito um trabalho em conjunto para a coleta dos focos da Leishmaniose.

“Realizamos um trabalho em conjunto para a coleta dos transmissores da doença. Há uma equipe de analistas do Laboratório de Entomologia da UVZ que identifica e analisa detalhadamente o material coletado. Mas, para que o inseto esteja pronto para análise, ele precisa passar por quatro banhos químicos, o que totaliza 48h para o início da análise”, destaca o biólogo.

Equipes em campo realizam trabalho de orientação à população sobre a doença. Foto: Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores. (Foto tirada antes da pandemia)

Instalação de armadilhas

Por meio da Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Animais Peçonhentos acontecem as ações de visitas domiciliares, onde são investigados tanto a leishmaniose visceral canina quanto casos humanos em conjunto com a Vigilância Epidemiológica para definição do local provável de infecção. As equipes também realizam ações de educação em saúde nas residências.

Segundo o médico veterinário, Charles Nunes, essas ações acontecem rotineiramente. “Todas as semanas instalamos armadilhas para insetos e fazemos a coleta de sangue em cães para detectar ou não a Leishmaniose. É muito importante que a população fique atenta aos seus animais e à sua saúde, pois ambos podem ser acometidos pelo mal”, alerta.

Leishmaniose visceral

Durante os anos de 2015 a 2020, o laboratório de diagnóstico de zoonoses da UVZ realizou 12.895 testes sorológicos para diagnóstico de leishmaniose visceral canina de animais encontrados nas visitas domiciliares.

Um total de 209 animais foram reagentes, conferindo uma prevalência acumulada de 1,6% para os seis anos. O ano com a maior prevalência foi 2018 com uma prevalência de 3,2%. Já os bairros com maior número de animais com resultados positivos foram Ipioca, Riacho Doce e Pescaria, com 80, 46 e 17 casos, respectivamente.

Foto: Carlos Fernando/UVZ

Medidas de prevenção

Algumas medidas de prevenção podem ser tomadas para evitar a proliferação de focos da Leishmaniose, como: usar mosquiteiro com malha fina, telamento de portas e janelas; usar repelentes; fazer a limpeza urbana, eliminando resíduos sólidos orgânicos de terrenos e praças públicas, e fazer o destino adequado dos mesmos; limpar quintais e eliminar fontes de umidade; evitar a permanência de animais como galinhas, porcos e equinos dentro de casa; fazer teste sorológico canino antes de proceder a doação e adoção de cães; utilizar coleiras impregnadas com deltametrina a 4%; e capturar cães que estejam doentes ou suspeitos.

Em caso de dúvidas ou solicitações, a população poderá entrar em contato com a Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Animais Peçonhentos através do e-mail: [email protected] ou ainda pelo telefone (82) 3312-5795.

Marília Ferreira/Ascom SMS

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