Trazendo o tema 'A Política de Saúde Mental como Direito: pela defesa do cuidado em liberdade, rumo a avanços e garantia dos serviços da Atenção Psicossocial no SUS', a Secretaria Municipal de Saúde e o Conselho Municipal de Saúde realizaram, nesta quarta-feira (20), a 5ª Conferência Municipal de Saúde Mental - George Correia dos Santos. O evento aconteceu no auditório do Bloco C da Universidade Tiradentes (Unit) e tem como objetivo avaliar e propor diretrizes para a formulação de políticas públicas no âmbito da saúde mental em níveis municipal, estadual e nacional.

A solenidade de abertura foi coordenada pela mesa diretora da Conferência, composta por Flávia Citonio (coordenadora da Conferência e presidente do Conselho Municipal de Saúde), Sônia Moura (diretora de Planejamento e Gestão em Saúde de Maceió), Valmir de Melo (vereador e presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Maceió), Wilton Silva (presidente do Conselho Estadual de Saúde), Carla Rocha (representante dos profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial), Rafael Machado (representante dos Movimentos Sociais) e Adésio Oliveira (usuário da Rede de Atenção Psicossocial). Em seguida, começaram os trabalhos, com abordagem em saúde mental.

Profissionais da Rede de Atenção Psicossocial, servidores, usuários, familiares e estudantes participaram da Conferência. Fotos: Ascom SMS

“A Conferência é um grande marco, pois os frutos dela são as propostas que iremos abordar para a área de saúde mental e, consequentemente, irão auxiliar na definição de políticas públicas para que os nossos usuários recebam uma assistência de qualidade, trazendo o resgate da cidadania. Além disso, esse momento é muito importante pois é um espaço em que o usuário vai dizer o que precisa ser feito na saúde mental de Maceió, e nós estamos aqui para ouvi-los e construirmos juntos as melhorias necessárias para toda a Rede de Atenção Psicossocial do município”, destaca a diretora de Planejamento e Gestão em Saúde de Maceió, Sônia Moura.

De acordo com a coordenadora da Conferência e presidente do Conselho Municipal de Saúde, Flávia Citonio, a Conferência discute também a importância da luta antimanicomial. “Após dez anos, estamos realizando a 5ª Conferência Municipal de Saúde Mental. Aqui é um momento para discutirmos a política de saúde mental como direito e a defesa em liberdade, pois a lógica manicomial não deve ser a alternativa para quem tem um sofrimento mental, defendemos os cuidados em saúde a partir da liberdade do usuário”, afirma.

Eixos temáticos

Ao longo da Conferência, foram abordados e discutidos quatro eixos temáticos: I - Cuidado em liberdade como garantia de Direito e Cidadania; II - Gestão, financiamento, formação e participação social na garantia de serviços de saúde mental; III - Política de saúde mental e os princípios do SUS: Universalidade, Integralidade e Equidade; IV - Impactos na saúde mental da população e os desafios para cuidado psicossocial durante e pós-pandemia.

Conferências distritais

Entre os dias 1º a 12 de abril foram realizadas as conferências distritais. As plenárias anteciparam a solenidade da 5ª Conferência Municipal de Saúde Mental com o propósito de debater as temáticas e eleger gestores e servidores de cada Distrito Sanitário como representantes para prosseguirem às etapas municipal, estadual e nacional. A próxima etapa - estadual - acontecerá nos dias 20, 21 e 22 de junho. Já a etapa nacional está prevista para o mês de novembro.

Sobre o homenageado

Dando nome à 5ª Conferência Municipal de Saúde Mental, George Correia dos Santos é um exemplo de luta e superação. Na década de 90, após longa internação no Hospital Escola Portugal Ramalho, George venceu o manicômio quando teve acesso ao Caps Casa Verde, em 1996, e foi incluído no Programa de Volta para Casa. Com sua autonomia, conquistou uma casa do Programa Minha Casa Minha Vida e foi morar sozinho.