Saúde qualifica Atenção Primária para atender bebês prematuros após alta hospitalar

Método Canguru foi criado pelo Ministério da Saúde para aprimorar o cuidado com os bebês nas unidades de saúde

Polyanna Monteiro/Ascom SMS 10/11/2022 às 14:05
Saúde qualifica Atenção Primária para atender bebês prematuros após alta hospitalar
Método Ganguru auxilia bebês prematuros a conviver com os pais. Foto: Rodrigo Carlos/Ascom SMS

A Secretaria de Saúde de Maceió (SMS) realizou, nesta quinta-feira (10), o curso de sensibilização 'Método Canguru na Atenção Primária: Cuidado Compartilhado'. A capacitação é uma iniciativa do Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança e foi iniciada na quarta-feira (9), sendo voltada para profissionais de nível superior que atuam na Estratégia Saúde da Família e nas equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf) dos 7º e 8º Distritos Sanitários da capital.

A coordenadora do Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança, Marglene Oliveira, destacou que reduzir os índices de mortalidade infantil no Município é um dos principais ganhos da formação.

“Muitas vezes recebíamos esses bebês e não tínhamos para onde encaminhar ou prestar um atendimento adequado, por isso, consideramos essa sensibilização tão importante. A partir dele, nossos profissionais da Atenção Básica podem oferecer essa assistência com um olhar diferenciado”, ressaltou a coordenadora.

Coordenadora do Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança, Marglene Oliveira. Foto: Rodrigo Carlos/Ascom SMS
Coordenadora do Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança, Marglene Oliveira. Foto: Rodrigo Carlos/Ascom SMS

Dentre os assuntos apresentados pelos palestrantes estiveram a Política Nacional de Atenção Humanizada ao recém nascido pré-termo e baixo peso (RNPT/BP) no Brasil e no estado de Alagoas; principais conceitos para conhecer o RNPT e BP e os aspectos emocionais inerentes à chegada do bebê prematuro na família.

Como uma das facilitadoras, a capacitação contou com a psicóloga infantojuvenil do Município, Regina Japiá. A profissional enfatizou a importância de um ambiente emocionalmente saudável para o desenvolvimento do bebê.

“Aqui estamos falando sobre a necessidade de termos uma rede de apoio preparada para receber essa criança. E, inclusos nessa rede estão não só os pais, mas todos aqueles que rodeiam o recém-nascido. Isso vai desde nós, profissionais da saúde, até alguém que more na mesma rua daquela família, por exemplo. Todos precisamos entender sobre formas de orientar, ajudar e conduzir situações que envolvam a chegada de um bebê, principalmente, se ele for prematuro, pois isso refletirá decisivamente no adequando crescimento e desenvolvimento da criança”, pontuou.

Psicóloga infantojuvenil do Município, Regina Japiá, foi uma das facilitadoras da capacitação. Foto: Rodrigo Carlos/Ascom SMS
Psicóloga infantojuvenil do Município, Regina Japiá, foi uma das facilitadoras da capacitação. Foto: Rodrigo Carlos/Ascom SMS

Segundo a tutora do Método Canguru na Atenção Primária e Hospitalar do Município, Edjane De Biase, o curso de sensibilização foi planejado pelo Ministério da Saúde como forma de capacitar os profissionais para que todos os bebês prematuros tenham direito à continuação do cuidado após a saída do hospital

“O cuidado com a criança no Sistema Único de Saúde inicia no período gestacional, com o atendimento de pré-natal, depois há a assistência hospitalar, que, no caso de recém nascidos pré-termo e de baixo peso há a necessidade de um maior cuidado e acompanhamento. A terceira etapa se dá justamente quando essa criança sai da maternidade e vai para as unidades de saúde, que precisam estar preparadas para receber e orientar o público”, explicou.

Edjane De Biase é tutora do Método Canguru na Atenção Primária e Hospitalar do Município. Foto: Rodrigo Carlos/Ascom SMS
Edjane De Biase é tutora do Método Canguru na Atenção Primária e Hospitalar do Município. Foto: Rodrigo Carlos/Ascom SMS

A fisioterapeuta da e-Nasf 6, Gabriela Machado, enfatizou que o curso irá agregar positivamente ao trabalho que já é desenvolvido junto às gestantes assistidas pelo grupo multiprofissional do qual ela participa.

“Estamos muito satisfeitos com as informações repassadas nessa capacitação porque conseguiremos, a partir do que estamos aprendendo aqui, orientar nossas gestantes durante o período de pré-natal para que elas possam saber lidar da melhor forma e ajudar com maior assertividade os seus filhos, caso venham a ser prematuros”, revelou.

Gabriela Machado, fisioterapeuta da e-Nasf 6, disse que o curso irá agregar positivamente ao seu trabalho. Foto: Rodrigo Carlos/Ascom SMS
Gabriela Machado, fisioterapeuta da e-Nasf 6, disse que o curso irá agregar positivamente ao seu trabalho. Foto: Rodrigo Carlos/Ascom SMS

Além de palestras e dinâmicas de grupo, o evento contou também com exposições de material audiovisual e momentos práticos com a realização de oficinas para a construção de Ecomapas (instrumento de abordagem familiar) e para abordagem de temas como postura e manuseio do bebê, nutrição e amamentação e cuidados diários.

Ao final dos dois dias de capacitação, os profissionais devem elaborar um plano de ação, para implementar o cuidado canguru em seus locais de trabalho.

Sobre o Método Canguru

O Método Canguru é um modelo de assistência ao recém-nascido prematuro e sua família, internado na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal, voltado para o cuidado humanizado, que reúne estratégias de intervenção biopsicossocial. Nele é estimulada a presença dos pais na unidade neonatal com o livre acesso e a participação nos cuidados com o filho. Estes devem ser individualizados, respeitando o sono e o estado comportamental do recém-nascido. O pai e a mãe são orientados a tocar o filho e a realizar a posição canguru precocemente.

A ação é desenvolvida em três etapas – do pré-natal da gestação de alto risco, até a internação do recém-nascido pré-termo na Unidade Neonatal; após o parto, ainda na unidade hospitalar, onde o bebê permanece de maneira contínua com sua mãe, que participa ativamente dos cuidados do filho; e, na terceira etapa, quando o bebê vai para casa e é acompanhado, juntamente com sua família, pelo ambulatório do seu hospital de origem e pela Unidade Básica de Saúde, até atingir o peso de 2,5 kg.

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