Saúde encerra capacitação para atendimento de bebês prematuros na Atenção Primária
Atividade busca garantir que recém-nascidos tenham atendimento especializado após alta hospitalar
O Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança da Secretaria de Saúde de Maceió encerrou na sexta-feira (29), o segundo dia do curso de sensibilização 'Método Canguru na Atenção Primária: Cuidado Compartilhado'. A ação faz de Maceió o primeiro município de Alagoas a ter profissionais da Atenção Primária capacitados para o acompanhamento de bebês prematuros e de baixo peso após alta hospitalar.
Essa primeira turma do curso é composta por profissionais de nível superior que integram as equipes da Atenção Primária, da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf) nos II e VI Distritos Sanitários. O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento desses bebês, que era realizado apenas pelos ambulatórios das unidades hospitalares, será feito também pelas unidades de saúde de Maceió, de forma compartilhada. O curso conta também com a parceria de profissionais da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
A capacitação - que também conta com a parceria de profissionais da secretaria de estado da Saúde (Sesau) - teve início com uma palestra da coordenadora estadual do Método Canguru, Sirmani Melo Frazão, com a Oficina de Desenvolvimento e Crescimento, onde foi feita uma explanação sobre a Caderneta da Criança que o Município voltou a disponibilizar para as crianças maceioenses.
Em sua fala, Edjane De Biase, tutora do Método Canguru na Atenção Primária e Hospitalar do Município, ressaltou a importância deste procedimento, que é desenvolvido dentro das unidades hospitalares antes mesmo do momento do nascimento do bebê, para a diminuição da mortalidade infantil.
“Esse é um dos principais pontos positivos do Método Canguru. Mas há também o aumento do vínculo entre mãe e filho, a maior adesão do aleitamento materno, o olhar diferenciado para estimular o desenvolvimento neuropsicomotor da criança e a estimulação adequada quando há baixa intelectual, entre outros”, destaca.
Oficina de Cuidados
A capacitação promoveu oficinas para demonstrar como deve ocorrer o acompanhamento de bebês prematuros e de baixo peso após alta hospitalar. Uma delas, ofertada aos profissionais da saúde, foi a oficina de amamentação, dirigida pela nutricionista Renata Magalhães, da Unidade de Saúde Oswaldo Brandão Vilela, e pela fonoaudióloga Mére Lander Moura, do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf) VI.
“Mostramos aos profissionais de saúde como deve ser o posicionamento do bebê, de como a mãe deve amamentar e organizar essa mamada do bebê, além da orientação acerca dos detalhes que elas têm que observar ao realizar essa mamada. Além disso, também ensinamos a todos os participantes como fazer a ordenha, se for necessário. Todas essas atividades são importantíssimas para o acompanhamento do bebê”, explica a nutricionista Renata Magalhães.
A ação ainda contou com as oficinas de banho, peso e troca de fraldas, que foi dirigida pela terapeuta ocupacional e representante do Método Canguru da Maternidade Santa Mônica, Manoela Lima. As práticas destes procedimentos foram demonstradas para simplificar o entendimento dos profissionais de saúde presentes na capacitação. De acordo com ela, o momento garantirá grandes contribuições na Saúde Pública para bebês prematuros.
Sobre o Método Canguru
O Método Canguru é um modelo de assistência ao recém-nascido prematuro e sua família, internado na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal, voltado para o cuidado humanizado, que reúne estratégias de intervenção biopsicossocial. Nele é estimulada a presença dos pais na unidade neonatal com o livre acesso e a participação nos cuidados com o filho. Estes devem ser individualizados, respeitando o sono e o estado comportamental do recém-nascido. O pai e a mãe são orientados a tocar o filho e a realizar a posição canguru precocemente.
A ação é desenvolvida em três etapas – do pré-natal da gestação de alto risco, até a internação do recém-nascido pré-termo na Unidade Neonatal; após o parto, ainda na unidade hospitalar, onde o bebê permanece de maneira contínua com sua mãe, que participa ativamente dos cuidados do filho; e, na terceira etapa, quando o bebê vai para casa e é acompanhado, juntamente com sua família, pelo ambulatório do seu hospital de origem e pela Unidade Básica de Saúde, até atingir o peso de 2,5 kg.
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