Saúde discute estratégias de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes
Seminário recebeu profissionais da Saúde de Maceió e abordou direitos, cuidados e promoção da saúde de crianças e adolescentes
Em alusão à campanha Maio Laranja - mês de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes - a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio dos Programas Estratégicos, promoveu nesta quinta-feira (19), no auditório da Polícia Federal, localizada no bairro Jaraguá, o seminário “Estratégias Possíveis de Enfrentamento à Violência de Crianças e Adolescentes”.
A ação, organizada pelos programas Saúde da Criança e Saúde do Adolescente, teve o objetivo de instrumentalizar os profissionais (psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, agentes comunitários e odontólogos) que atuam no Município, proporcionando informação acerca do cuidado e promoção da saúde das crianças e adolescentes.
“A promoção em saúde não pode se restringir apenas à campanha Maio Laranja, mas sim precisa ser diária e constante. O cenário atual de violência contra os adolescentes é preocupante. Os adolescentes, assim como as crianças, também são vulnerabilizados. É uma fase difícil, em que muitas vezes são incompreendidos por seus familiares. Por causa do abuso sexual, o adolescente passa a ter o psicológico afetado. Muitas vezes, ele acaba se isolando e comentando a automutilação, podendo levá-lo ao suicídio. Por isso, essa realidade demanda a intervenção mais efetiva de políticas públicas, não só na perspectiva da saúde, mas também na assistência, educação e cultura”, alertou a coordenadora do Programa da Saúde da Criança, Tereza Christina Paes.
O seminário abordou diversos assuntos que tratavam sobre a saúde e defesa das crianças e dos adolescentes, a exemplo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - ressaltando os direitos e a proteção integral desse público, História das Crianças no Brasil e Educação Repressiva e Violenta. A palestra foi realizada por Marli Santos, assistente social e professora do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), do campus Arapiraca.
“A nossa sociedade foi formada de maneira violenta e educada para agir de forma violenta. Infelizmente, a educação que tivemos foi violenta e repressiva. Não só na educação escolar, mas também em seu sentido mais amplo, como nas relações de classe, relações sociais de gênero, patriarcado e relações étnico-raciais”, afirmou a professora.
A técnica do Programa de Saúde da Criança, Layne Cabral, destacou que os casos de violência sexual contra crianças e adolescentes continuam altos, sendo necessário lutar para combater essa realidade.
“Infelizmente existem índices altíssimos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Esse número foi ainda maior durante a pandemia, onde esse público ficou em casa isolado com seus familiares. Por isso, foi muito importante realizar este seminário para colocar em prática na saúde pública estratégias de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes. Precisamos ficar atentos aos sinais e lutar contra essa subnotificação de casos”, enfatizou Layne.
Maio Laranja
O mês de maio é chamado Maio Laranja devido à Campanha de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Essa campanha vem para reforçar as ações de combate e prevenção ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é celebrado em 18 de maio. A data faz memória à menina capixaba Araceli Crespo, de apenas oito anos de idade. Ela foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta em 1973.
A violência sexual de crianças e adolescentes pode ocorrer em várias idades (incluindo bebês). O abuso sexual se configura quando a criança é utilizada por adulto, ou até um adolescente, para praticar algum ato de natureza sexual. Já a exploração sexual é quando eles são utilizados com propósito de troca ou de obter lucro financeiro ou de outra natureza em turismo sexual, tráfico, pornografia, ou também em redes de prostituição.
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