A Secretaria de Saúde de Maceió realizou, nesta sexta-feira (25), no auditório do prédio sede do órgão, no Centro, o Simpósio Multidisciplinar de Atenção à Doença Renal. O evento teve o objetivo de aperfeiçoar profissionais de saúde da Atenção Básica sobre prevenção, tratamento e acompanhamento desses pacientes dentro dos serviços de saúde.

A gerente de Atenção às Doenças Crônicas de Maceió, Andreia Barboza, destaca que o simpósio traz diversas temáticas direcionadas aos profissionais de saúde para que eles tenham todas as informações necessárias sobre a rede de cuidados a esses pacientes.

“Nosso intuito é discutir maneiras de manter o paciente renal crônico estável na própria atenção básica, para que seu quadro não venha se agravar e, caso isso ocorra, o que deve ser feito, que encaminhamentos serão dados a cada caso”, explica a gerente.

“Hoje estamos contando com médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e todo o profissional que em seu cotidiano de trabalho lide com pacientes renais. Para a realização desse simpósio também contamos com a contribuição da Sociedade Brasileira de Nefrologia, do hospital Veredas, Santa Casa de Misericórdia e Clínica Renal Center, nossos parceiros no atendimento e tratamento de pacientes”, completa Andreia Barboza.

Educando sobre a doença renal crônica

A primeira palestra da manhã foi ministrada pela médica nefrologista e diretora da Clínica Renal Center, Ana Katarina de Cerqueira, com o tema 'Educando sobre a doença renal'. A nefrologista falou para os profissionais presentes, entre outros temas, sobre as principais funções dos rins para o organismo, quais os principais grupos de risco e formas de diagnóstico.

“A doença renal crônica se apresenta como um importante problema de saúde pública que vem crescendo nos últimos anos. No Brasil, em 2010, tínhamos 92 pacientes em diálise. Em 2021, já subimos para 148 mil. O que gera um alto custo para os serviços de saúde pública”, destaca a médica nefrologista.

Entre as principais funções dos rins, citadas por Ana Katarina Cerqueira, estão a regulação da pressão arterial, a produção de hormônios e a eliminação de toxinas do organismo.

“Problemas renais podem atingir e ter consequências para qualquer pessoa, mas deve redobrar a atenção quem pertence aos grupos de risco, como pessoas com histórico familiar, hipertensos, diabéticos, histórico de doença renal ou cardiovascular, tabagismo, idosos, obesos e quem faz uso indiscriminado de medicamentos, como anti-inflamatórios”, explica.

Fluxo de atendimento ao paciente renal crônico

A gerente de Atenção às Doenças Crônicas de Maceió, Andreia Barboza, mostrou aos profissionais como funciona o atendimento desses pacientes na atenção básica.

“Como porta de entrada temos as Unidades Básicas de Saúde e as Unidades de Referência, além de contarmos em nossa rede com os serviços especializados, que são o Pam Salgadinho, como rede própria e os serviços ambulatoriais e hospitais conveniados”, explica a gerente.

Simpósio discutiu atendimento a pessoas com doença renal (Fotos: Ascom/SMS)

A gerente também apresentou o fluxo de nefrologia existente no Município. “Nas Unidades de Saúde, o médico solicita exames laboratoriais, como, por exemplo, creatinina, sumário de urina e o acompanhamento desse paciente pode ser feito na própria Atenção Básica, caso ele seja de baixo risco”, informa.

Em último caso, quando há perda da função renal, o paciente é encaminhado para um dos sete locais conveniados ao Município, para fazer hemodiálise, que são os hospitais Ortopédico, Veredas, Universitário, Sanatório, Santa Casa de Misericórdia, Vida e Renal Center.

“Se as Unidades não conseguem fazer um trabalho de manter o paciente estável ou se há uma comorbidade associada, o paciente deve ser encaminhado para um especialista, por meio de um relatório de referência e volta do especialista para a atenção básica com um relatório de contrarreferência. Esses encaminhamentos são feitos pelo Sistema de Regulação (SISREG)”, completa Andreia Barboza.

Demais palestras

A manhã de capacitação encerrou com uma palestra sobre Nutrição e Doença renal com a nutricionista da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Cynthia Paes. O médico do hospital Renal Center, Flávio Teles, encerrou o simpósio com uma palestra sobre Covid-19 e doença renal.