Saúde alerta para importância de atualizar cartão de vacinação
Apesar da procura da população pela vacina contra Covid-19, imunização contra outras doenças tem registrado queda
A cobertura vacinal de diversos imunizantes oferecidos pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) tem registrado queda no Brasil desde 2015, de acordo com informações do Ministério da Saúde. Esse quadro se acentuou durante a pandemia da Covid-19, quando os esforços foram concentrados em cuidar daqueles acometidos pela doença e também na logística da campanha de vacinação.
Em 2021, Maceió atingiu apenas 79,63% da cobertura da vacina tríplice viral, quando nos anos anteriores atingia 95% do público-alvo, meta preconizada para este imunizante.
A Secretaria de Saúde de Maceió alerta, porém, que a população precisa estar atenta e não deve deixar de lado outras vacinas que combatem e previnem os demais tipos de doenças, muitas delas já erradicadas, mas com a queda na procura pelos imunizantes, estão voltando a circular, como é o caso do sarampo.
A enfermeira da Gerência de Imunização de Maceió, Camila Peixoto, reforça que todas as vacinas do calendário básico estão disponíveis nas Unidades de Saúde, basta que a população procure.
“Com a chegada da Covid-19, ficamos muito focados na pandemia, e as pessoas acabam achando que as outras doenças não aparecem mais e não buscam se proteger, o que pode ser muito perigoso para a saúde da pessoa e dos outros ao redor”, destaca a enfermeira.
“Nesse cenário, é muito importante que pais e responsáveis levem as crianças para se vacinarem e que se imunizem também com as vacinas próprias para cada faixa etária. Então se informem, levem o cartão de vacina até uma de nossas unidades, veja o que precisa ser atualizado e se vacinem. No mês de abril estamos com previsão para uma nova campanha de intensificação contra o sarampo, para justamente chamar aqueles que não se vacinaram ou que estão com o ciclo vacinal incompleto”, completa Camila Peixoto.
Vacinação contra a Influenza
No final de 2021, surgiu no Brasil um surto do vírus H3N2, um subtipo da Influenza A, que causou grande preocupação na população e levou muitas pessoas até os postos de vacinação. Em virtude da baixa adesão à campanha da Influenza nos meses anteriores, pelos grupos prioritários, o imunizante passou a ser disponibilizado para toda a população a partir dos seis meses idade.
A enfermeira da Gerência de Imunização, Camila Peixoto, enfatiza que essa vacina não está mais disponível para o público em geral, pois está prevista uma nova campanha para o mês de abril, que deve vir com uma atualização do vírus H3N2. “O imunizante contra a Influenza é fabricado anualmente com os novos vírus que estavam em circulação nos anos anteriores, por isso ela não fica disponível no calendário básico, como a do sarampo", explica.
A nova vacina contra a Influenza é trivalente, pois protege contra três tipos de vírus, o H1N1, o novo H3N2 e a Influenza B, que causa a gripe comum.
Vacinação contra o HPV
A vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) também é um imunizante que faz parte do calendário básico do Município e que sua importância está sendo reforçada durante este mês de março, na campanha do Março Lilás, que busca prevenir o câncer de colo uterino.
Inicialmente direcionada a meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, a vacina contra o HPV protege contra quatro tipos de vírus, os 6 e 10, que causam verrugas anogenitais, e os tipos 16 e 18, que causam câncer de colo uterino, de pênis, anal e oral.
“O imunizante protege as meninas contra o desenvolvimento do câncer de colo de útero e os meninos também, que podem ser transmissores e se infectar com a doença. O Município também disponibiliza a vacina para mulheres de até 45 anos e homens de até 26 anos que tenham doenças oncológicas, imunossuprimidos e transplantados, com solicitação médica”, informa a enfermeira.
Covid-19
Maceió já conta com 76,33% da população vacinável com o ciclo vacinal contra a Covid-19 completo. Porém, Camila Peixoto alerta que para a proteção total, é preciso que todos completem seu ciclo vacinal, principalmente as crianças, último público que teve acesso à vacinação.
“Estamos com uma adesão muito boa, com campanhas de intensificação, descentralização cada vez maior de locais, mas ainda há muita gente com doses atrasadas. Por isso, as pessoas precisam atentar para as datas nos cartões de vacina e buscar um posto de saúde para atualizar seu ciclo, pois só assim estaremos todos, de fato, protegidos”, assegura Camila Peixoto.
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