Instalação artística marca passagem do Dia Nacional de Luta Antimanicomial
Liberdade e autonomia de usuários é referenciada por revoada de pássaros no pátio interno da Secretaria Municipal de Saúde
Celebrada durante todo o mês de maio, a luta antimanicomial – que tem a sua maior simbologia no estímulo à liberdade e à autonomia das pessoas em sofrimento mental, através do tratamento humanizado – está representada, no pátio interno da Secretaria de Saúde de Maceió (SMS), por uma colorida revoada de pássaros.
Idealizada pela Coordenação Técnica de Atenção Psicossocial do município de Maceió, a representação artística de pássaros feitos com dobraduras de papel (origami) faz referência ao tema escolhido esse ano para a celebração do Dia Nacional de Luta Antimanicomial, lembrado anualmente no dia 18 de maio, que é “Liberta-te. Da opressão à expressão”.
“Este ano, nós não pudemos contar com a tradicional mostra da produção artística dos usuários nas oficinas terapêuticas, devido à reforma de nossas unidades CAPS, que passam por reformas para trazer mais conforto e eficiência aos atendimentos realizados nesses equipamentos públicos. Mas, não deixamos de marcar a passagem da data no município”, afirmou a coordenadora técnica da área na SMS, Roseane Farias.
De acordo com Roseane, a instalação realizada na SMS tem como propósito levar a todos à reflexão sobre a importância do movimento e da integração dos usuários à sociedade. Por isso, os pássaros de origami trazem mensagens, como citações de Nise da Silveira, informações sobre a Lei Nº 10.216/2001 (da Reforma Psiquiátrica no Brasil) e frases dos usuários dos CAPS.
Movimento Antimanicomial
Criado em 1987, a partir da articulação dos profissionais da área da saúde mental, a luta antimanicomial destaca anualmente que, como todo cidadão, as pessoas em sofrimento mental têm o direito fundamental à liberdade, a viver em sociedade, além de receber cuidado e tratamento, sem ter que abrir mão de seu lugar de cidadãs.
O movimento tem sido importante também para reforçar o papel dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) na construção de vínculos desses usuários com a sociedade.
Foi o movimento da luta antimanicomial que possibilitou também a criação da Lei Lei Nº 10.216, que instituiu o fim dos manicômios e internações prolongadas como forma de tratamento.
Além disso, a legislação ainda é referência para marcar e garantir os direitos das pessoas com transtornos mentais de acesso ao cuidado humanizado, priorizando o território como espaço para tal, além de demonstrar o forte apoio que pacientes, usuários e trabalhadores da saúde mental têm pelo atual modelo de cuidado, sustentado pelos Caps e outras iniciativas que estimulam a autonomia dos usuários, como as residências terapêuticas.
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