Esporotricose: Unidade de Vigilância de Zoonoses reforça os cuidados contra a doença

Enfermidade provoca lesões que atingem a pele e até os ossos de animais, principalmente gatos

Marília Ferreira/Ascom SMS 12/11/2022 às 10:00
Esporotricose: Unidade de Vigilância de Zoonoses reforça os cuidados contra a doença
De janeiro a novembro deste ano, a UVZ diagnosticou 97 animais com esporotricose. Foto: Victor Vercant/Ascom SMS

A prevenção e o controle de doenças transmitidas aos seres humanos, a partir do contato com animais, é uma das frentes de atuação da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (SMS). Para realizar este trabalho, a pasta conta com a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), localizada na Cidade Universitária, que busca ativamente animais com suspeita ou comprovação de zoonoses, como por exemplo através de exames para o diagnóstico de Esporotricose nos pets.

Acometendo principalmente gatos, a esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que se aproveita principalmente de feridas abertas e de corpos estranhos penetrantes, como espinhos, para entrar no organismo. Depois da contaminação, a esporotricose causa lesões que vão progressivamente atingindo a epiderme, a derme, os músculos e até os ossos dos bichanos, sendo mais branda em cães e seres humanos.

Esporotricose causa feridas nos bichanos. Foto: Arquivo UVZ
Esporotricose causa feridas nos bichanos. Foto: Arquivo UVZ

De acordo com dados da Gerência de Laboratório e Entomologia da UVZ, de janeiro até o dia 8 de novembro de 2022, foram examinados 210 animais. Destes, durante análise realizada em laboratório, 113 foram negativos e 97 testaram positivos, o que corresponde a 46,2% de animais diagnosticados com a doença - um número considerável, segundo a Gerência. 

O biólogo da UVZ, Carlos Fernando Rocha, detalhou como é feito o diagnóstico, após o material ser coletado por médicos veterinários da unidade.

“O diagnóstico é realizado através de cultura em placa de petri, com meio de cultura própria, e por imprint de lâmina de microscopia sobre a lesão (ferida), fazendo pressão para que o material cutâneo fique aderido”, explicou. 

Coleta com imprint de lâmina sobre a lesão. Foto: Arquivo UVZ
Coleta com imprint de lâmina sobre a lesão. Foto: Arquivo UVZ

A esporotricose também pode infectar humanos, mesmo sendo de forma mais branda. Contudo, é necessário ter alguns cuidados contra a doença para não ser contaminado.

“Quem tem animal com lesões precisa tomar muito cuidado quando for manipular o gato, para não acontecer arranhões ou mordidas e nem tocar as lesões cutâneas sem a mão estar protegida com luvas. Caso a pessoa seja arranhada é importante lavar a região com sabão e procurar assistência médica”, comenta o biólogo.

“É importante reforçar que a esporotricose tem tratamento e cura. O diagnóstico dos animais pode ser feito em clínicas veterinárias. Por isso, o animal com suspeita de esporotricose não deve ser abandonado, maltratado ou sacrificado. Com tratamento adequado, feito com medicamentos antifúngicos, e informações corretas sobre os cuidados necessários é possível promover a cura do animal”, afirmou.

Coletas no Saúde da Gente

Além da Unidade de Vigilância de Zoonoses, as tendas pets do Saúde da Gente - programa de assistência em saúde itinerante da Prefeitura de Maceió - também passaram a realizar, nesta semana, atendimento voltado à Esporotricose. Na consulta, o médico veterinário colhe amostras dos animais com suspeita da doença e encaminha o material para a análise no laboratório da UVZ. 

A frente de Saúde Animal também disponibiliza vacinação antirrábica, atendimentos clínicos e vermifugação. Os serviços acontecem de domingo a domingo, de 8h às 20h, e permanecem nos bairros da capital por uma semana.

Orientações 

Em caso de suspeita ou diagnóstico de esporotricose no animal, a Unidade de Vigilância de Zoonoses reforça algumas orientações à população: 

Separar o animal doente dos animais saudáveis.

Limpar a caixa de transporte do animal com água sanitária, assim como qualquer ambiente onde o animal fique.

Evitar que o animal saia de casa.

O dono deve fazer o tratamento seguindo as recomendações do veterinário até o animal ser considerado curado.

Ao notar feridas que não cicatrizam no animal, levar para consulta veterinária nas tendas pets do Saúde da Gente na sede da própria UVZ.

Em caso de morte, o animal precisa ser incinerado, pois o fungo que está no animal morto ficará no solo e deixará o ambiente contaminado, podendo infectar outros animais.

SMS

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