Encontro discute saúde mental de crianças e adolescentes
Promovido pela Secretaria de Saúde de Maceió, evento integra as ações relacionadas à campanha Setembro Amarelo
A Gerência de Atenção Psicossocial da Secretaria de Saúde de Maceió promoveu, nesta terça-feira (27), o Encontro em Saúde Mental Infantojuvenil para discutir o tema com profissionais da Saúde, Assistência Social, Educação e do Poder Judiciário. O evento integra as ações relacionadas à campanha Setembro Amarelo, que é o mês dedicado à intensificação do diálogo sobre prevenção de suicídio e valorização da vida.
Além da demonstração do número de casos de violência autoprovocada notificados no Município, palestrantes apresentaram aspectos específicos relacionados ao tema, discutiram sobre estratégias de prevenção e informaram sobre as possibilidades de cuidado que existem na Rede Municipal de Saúde.
“Aproveitamos a discussão que vem acontecendo desde o início do mês por conta da campanha Setembro Amarelo para conversar com representantes de instituições públicas sobre a demanda de Saúde Mental que tem crescido cada vez mais no Município. Acreditamos que para cuidar adequadamente de nossas crianças e adolescentes precisamos nos unir e trabalhar de forma conjunta em prol do mesmo objetivo”, frisou a gerente de Atenção Psicossocial de Maceió, Roseane Farias.
A técnica da Vigilância das Doenças e Agravos Transmissíveis e Não Transmissíveis da SMS, Rozali Costa, trouxe para o evento os números de casos notificados de adolescentes que cometeram autoagressão e tentativas de suicídio. Durante sua fala, a técnica também enfatizou a importância da utilização da Ficha de Notificação pelas Unidades de Saúde para compreensão do contexto epidemiológico local.
“Verificamos aumento considerável nos casos de violência autoprovocada de jovens entre 15 e 19 anos, no período compreendido entre 2017 e 2021, tendo 68,82% da incidência no público feminino. O acesso a essas informações só foi possível devido ao preenchimento da Ficha de Notificação nas Unidades de Saúde e queremos enfatizar a importância desse instrumento, pois a análise do documento nos possibilita saber todas as informações sobre o agravo em questão, aumentando, com isso, a eficácia de nossas ações”, enfatizou.
Ana Cláudia da Silva é assistente social da USF Tarcísio Palmeira e da Escola Municipal Lindolfo Collor. Para ela, discutir o sofrimento mental em crianças e adolescentes é fundamental para que os profissionais criem juntos novos caminhos de atuação e atendimento ao público.
“Todos os dias me deparo com jovens que passam por algum tipo de sofrimento mental devido a inúmeros motivos, que, na maioria das vezes, está relacionado a problemas de estrutura familiar. Estar aqui é muito importante para nós, pois sairemos mais preparados para lidar com essa realidade”, destacou.
Regina Japiá é psicóloga representante do Grupo de Trabalho de enfrentamento às violências doméstica e sexual e promoção à cultura da paz da SMS. No encontro, a profissional conversou com os presentes sobre a importância de trabalhar na prevenção da violência e promoção da cultura da paz.
“É muito importante o aprofundamento nas questões relacionadas a violência autoprovocada, mas é ainda mais imperativo falar sobre a prevenção desses fenômenos. Precisamos sempre intensificar estratégias que abordem com os adolescentes assuntos relacionados à saúde mental. Devemos falar com pais e responsáveis sobre temas como comunicação não violenta, educação emocional e habilidades socioemocionais. Só dessa forma, diminuiremos os números alarmantes de casos de crianças e adolescentes que passam por algum tipo de sofrimento mental”, enfatizou a psicóloga.
A discussão ocorreu de forma dialogada com apresentação de material expositivo, vivências e dinâmicas no decorrer do evento.
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