Orla lagunar: colaboração da população é crucial para manter espaço limpo
Região passa por transformação positiva, mas ainda precisa do comprometimento dos moradores com a limpeza e preservação
Todos os dias no início da manhã, mais de 40 trabalhadores de limpeza se distribuem pela orla da Lagoa Mundaú para iniciar a limpeza do espaço e recolher todo o lixo descartado de forma irregular no trecho que vai desde a Levada até a saída da Avenida Assis Chateaubriand, na praia.
Sacolas, garrafas de plástico e de vidro, restos de móveis, tralhas de construção. Os resíduos são sempre os mesmos, jogados nos mesmos pontos todos os dias, às vezes, praticamente aos pés do gari, enquanto ele coloca tudo dentro do contêiner para ser recolhido pelas caçambas pelo menos duas vezes ao dia.
Hoje, a orla lagunar já não tem o acúmulo de lixo que se via antes, nem o aspecto de abandono. As melhorias realizadas pela Prefeitura de Maceió mudaram o cenário do local, mas há um passo importante e crucial a ser dado para manter o espaço limpo, saudável e agradável para quem transita e quem mora por lá: a colaboração da própria população.
A diretora-executiva da Autarquia de Limpeza Urbana (Alurb), Kedyna Tavares, ressalta que a Prefeitura de Maceió possui o programa Lagoa Limpa, que reúne serviços no calçadão e no canteiro central da Avenida Rui Palmeira, e também na própria lagoa, com o ecoboat, uma embarcação equipada com uma pá que recolhe o lixo flutuante na superfície da água.
Mas ela lembra que o principal agente de limpeza da orla precisa ser o morador e a moradora da região, ou o trabalho do Município não terá a mesma eficácia. “É aquela dona de casa, é aquele morador, é aquele comerciante que ajuda a Prefeitura a manter a nossa lagoa limpa. A orla lagunar é muito bonita, tem uma vegetação de mangue presente, que é um ecossistema rico e único do nosso estado, mas a limpeza constante só vai se dar com a educação de cada um, a sensibilização, a mobilização. Se cada um tomar para si a responsabilidade de respeitar o horário da coleta, de colocar o lixo dentro da caixa, nós vamos ter uma limpeza que funciona”, diz.
Para tentar concentrar os resíduos em pontos estratégicos para a coleta e evitar que o lixo fique espalhado pela orla, a Prefeitura mantém mais de dez caixas coletoras entre o trecho onde ficam os caminhões de frete, na Levada, e a rotatória da Praia da Avenida.
Mas todos os dias os trabalhadores encontram entulhos espalhados em volta dos equipamentos e ao longo do calçadão. De acordo com o gerente de Zeladoria da Orla Lagunar, Pablo Eduardo, quem frequenta a lagoa diariamente sabe que o serviço por lá não termina, mesmo com a presença constante dos profissionais de limpeza.
O Município conta também, por meio da Alurb, com o trabalho de educação ambiental. São 50 educadores que vão de porta em porta para explicar como a população pode colaborar, respeitando o horário da coleta e conhecendo os serviços e equipamentos da Prefeitura que auxiliam na limpeza, como o serviço de coleta de volumosos, por exemplo.
Por meio do telefone 156 ou pelo Whatsapp (82) 98802-4834 o morador de qualquer bairro pode agendar a coleta de móveis e eletrodomésticos que queiram descartar, sem a necessidade de deixar na calçada ou em outro espaço público. O serviço é agendado e realizado em um intervalo médio de sete dias.
Além disso, existem cinco ecopontos em funcionamento na cidade, um deles fica no Dique Estrada, bem próximo à lagoa, onde a população pode fazer o descarte de metralha, restos de poda, recicláveis e outros materiais, sem qualquer custo.
A orla lagunar também conta com o serviço de uma cooperativa de catadoras de recicláveis, a CoopMundaú, formada por mulheres que deixaram de ser marisqueiras devido à ausência do sururu e enxergaram na reciclagem uma nova fonte de renda.
“Essa cooperativa está dentro do contrato com a Prefeitura, atuando como prestadora de serviço. Ela foi formada na gestão do prefeito JHC e faz o recolhimento do material reciclável aqui no Vergel. Pela primeira vez, temos uma cooperativa fazendo o recolhimento de material nessa área, gerando emprego e renda e cuidando do nosso meio ambiente”, destaca a diretora da Alurb.
Morador da região da Ponta Grossa, seu Josias Balbino sente na pele os danos causados pelo lixo jogado nas ruas. Ele mora próximo a um ponto crônico de descarte, onde a Prefeitura já realizou ações de conscientização, limpeza, fiscalização, mas o problema volta a acontecer. O resultado é a proliferação de insetos e o mau cheiro.
“Tem cachorro morto, insetos, escorpiões, baratas… Isso tudo prejudica muito a população. A gente vem aqui pro parque, o mau cheiro é muito grande. Inclusive, tem gente que coloca fogo aí piora tudo. Tem que ter mais educação. Para mim, é uma ignorância fazer isso, todo mundo se prejudica”, afirma.
Seu Josias está certo e, para a Prefeitura, ele pode ser um multiplicador de atitudes em prol da limpeza do ambiente coletivo, que é o que buscam as ações de conscientização: mudar o comportamento de pelo menos uma pessoa.
“É um trabalho de formiguinha. Se uma daquelas pessoas começar a respeitar apenas o dia e o horário da coleta, o trabalho já foi realizado. Porque a gente sabe que a atitude multiplica. Por meio do exemplo, a gente começa a educar a comunidade. A gente faz também ações nas escolas, porque sabe que a peça fundamental para a mudança são as crianças. E assim a equipe de educação vem realizando o trabalho, não só na nossa orla lagunar, mas em toda Maceió”, afirma Kedyna Tavares.
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