Prefeitura de Maceió realiza roda de conversa com Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas

Encontro busca compreender realidades do grupo e expectativas para o ano de 2024

Maria Maia/Secom Maceió 29/12/2023 às 08:00
Prefeitura de Maceió realiza roda de conversa com Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas
Iniciativa faz parte das ações de combate à invisibilidade e em prol da luta antirracista. Foto: Alisson Frazão/Secom Maceió

A Prefeitura de Maceió segue na luta contra o rompimento da bolha da invisibilidade de vozes pretas femininas. Na última quinta-feira (28) foi realizada uma roda de conversa, no bairro Benedito Bentes, com o Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas de Maceió, para conhecer as realidades do grupo e as expectativas para o próximo ano.  

O encontro foi realizado como parte das ações de combate à invisibilidade e em prol da luta antirracista, sendo uma oportunidade para compartilhar vivências, ouvir demandas e entender as perspectivas dessas mulheres.

De acordo com a ativista preta, coordenadora-geral da Igualdade Racial da Secretaria Municipal da Mulher, Pessoas com Deficiência, Idosos e Cidadania (Semuc), Arísia Barros, que também coordena o Instituto Raízes de Áfricas, reunir o coletivo no mês que ele completa um ano, é importante para entender que existe uma expectativa de melhoras e mudanças, e a Prefeitura de Maceió ouve as demandas, sendo mais uma escuta ativa.

“A gente ouve a demanda sabendo que a Semuc abraça a pauta e propõe diretrizes e caminhos, criando espaços para a troca de ideias na construção de outras realidades”, destacou Arísia.

A presidente do coletivo, Erivânia Gatto, ressaltou que embora o grupo tenha um ano de existência, a entidade ganha cada vez mais espaço e está crescendo. “Temos como meta ter uma biblioteca afro, para que as mulheres do coletivo possam aprender e ensinar aos seus familiares e amigos”, contou.

Ela pontuou, ainda, que as mulheres precisam ser cada vez mais empoderadas e terem conhecimento de sua força para que não venham sofrer mais com o racismo.

A artesã Lúcia Soares da Silva é uma das integrantes do coletivo. Ela diz que seu sonho é ver cada vez mais o crescimento e reconhecimento do grupo. “Aqui eu sou acolhida e me sinto bem. Antes, eu tinha medo de andar na rua, devido aos preconceitos sofridos, mas aqui, me sinto em casa", revelou.

A vice-presidente do coletivo, Gildete da Silva, disse que antes de participar do grupo, ela não tinha conhecimento sobre o que era o racismo. “Eu achava que a forma que as pessoas me destratavam com as palavras era normal. No coletivo, eu aprendi a me defender como mulher negra. A exigir os meus direitos com educação e respeito. Em 2024, eu espero que nós possamos ter mais espaço para acolher e ensinar outras pessoas”, enfatizou. 

O Coletivo de Mulheres Pretas e Periféricas fica no Conjunto Cidade Sorriso I, no Benedito Bentes. Atualmente, o grupo é formado por 20 mulheres, que trazem bagagens sociais, complexas, com variações diversas, mas com um lugar comum: as vivências do racismo. Juntas, elas lutam pela política da existência, resistência, sobrevivência, resiliência de pessoas periféricas, historicamente submetidas à indiferença institucional e social.

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