O lançamento da ação Empodera 60+, ocorrido na última segunda-feira (30), ofereceu uma manhã repleta de música e assistência para as pessoas idosas da Casa do Pobre, instituição de longa permanência, localizada no bairro Ponta Grossa. 

A banda da Guarda Civil Municipal foi a atração, que através da apresentação reacendeu a paixão dos residentes que dedicaram anos da sua vida à arte.

É o caso de José Edson, que orgulhosamente relembra os anos em que foi baterista na banda de um navio: “Eu rodei o mundo no navio tocando bateria para os turistas, também fazia segunda voz”.

Ele aproveitou a oportunidade para relembrar os velhos tempos e cantou junto com a banda, emocionando os presentes. “Alegria, muita alegria. Pra mim é um orgulho poder dar alegria a quem precisa, e no final, é o que todo mundo precisa”, afirma com lágrimas nos olhos, em relação ao sentimento que deseja transmitir ao cantar.

E não para por aí, questionado sobre o futuro, ele afirma que está escrevendo músicas para gravar um CD autoral, “Escrevi até mesmo uma música sobre a minha experiência aqui na casa do pobre”, concluiu.

Edson compartilha a paixão pela música com Seu Cirilo, 70 anos , que também aproveitou a oportunidade para encantar a todos com o som de seu pandeiro, que aprendeu tocar ainda criança.

Sem parentes próximos, ele foi levado à situação de acolhimento pelo ex-patrão, há 30 anos, quando perdeu totalmente sua visão. O instrumento musical é a principal lembrança que tem de sua infância “Sempre que posso eu toco o pandeiro, quando tem festa, quando a gente se reúne aqui, eu toco”, desabafa.

Ele gosta muito, se sente muito feliz e realiza aquilo que ele mais fazia quando era mais jovem”, declara a coordenadora da Casa do Pobre, Selma Ferreira. Ela ressalta a importância da arte ao promover bem-estar e dignidade a pessoa idosa. 

Outros serviços 

Além da diversão, a Secretaria da Mulher, Pessoas com Deficiência, Idosos e Cidadania (Semuc) também garantiu cuidado e assistência aos residentes ao promover uma variedade de serviços em parceria com outras secretarias. Vacinação, consultas médicas com clínico-geral, geriatra, fisioterapia e nutricionista, aferição de pressão e glicose, testes rápidos e serviços de autoestima. 

Maria Pinheiro, 73 anos, está a dois anos como residente na Casa do Pobre. Ela afirma que essa é a primeira vez que escovou o cabelo e se maquiou desde que entrou na instituição. “Agradeço a Deus, por tudo. Isso alegra muito a gente, e eu só posso agradecer a Deus por esta oportunidade que temos”, afirmou. 

“Queremos trazer mais dignidade e respeito para essas pessoas, que estão nas instituições e muitas vezes possuem um grau de vulnerabilidade maior”, revelou a secretária da Semuc, Ana Paula Mendes. 

O intuito é levar a ação para todas as imstituições de longa permanência da cidade, com uma ação por mês, que terá o local definido através de sorteio. 

Atividades com idosos residentes na Casa do Pobre. Fotos: Alisson Frazão/Secom Maceió