A Prefeitura de Maceió, através da Secretaria Municipal da Mulher, Pessoas com Deficiência, Idosos e Cidadania (Semuc), promoveu nessa quarta-feira (12) uma roda de conversa com o Coletivo de Mulheres Pretas de Periferia, na Cidade Sorriso, no Benedito Bentes II. Empoderamento, empreendedorismo e economia criativa foram os temas centrais do debate, que discutiu o empreendedorismo negro na capital, buscando compreender as necessidades das microempreendedoras da comunidade e como inseri-lás no cenário empreendedor. 

Foram convidadas para a discussão Dea Bertoldo, Lorrayne Ferreira e Gaby Lucena, empreendedoras negras de diferentes segmentos, que são referência em Maceió. Elas compartilharam experiências pessoais, dicas para começar a empreender e como utilizar as mídias sociais para alavancar os seus negócios. A coordenadora de Igualdade Racial da Prefeitura, Arísia Barros, também participou da ação.

Atualmente empreendendo na área de comunicação, Gaby Lucena foi mãe aos 15 anos, e diante dessa brusca mudança de realidade, viu no empreendedorismo uma forma de gerar renda e conquistar sua independência financeira. Na época, Gaby conciliava as responsabilidades da maternidade com o artesanato que produzia, “ficava com a minha filha no colo enquanto fazia as peças”, compartilhou com as mulheres da comunidade.

A história de Gaby tornou-se um espelho para Izabela dos Santos, moradora da Cidade Sorriso que acompanhava a roda de conversa. A jovem de 25 anos é trancista e além de conciliar com as responsabilidades do trabalho, a maternidade também serviu de inspiração para que ela iniciasse nesse ramo “Minha filha tem o cabelo black, e quando ela entrou na escola não queria que ela fosse todos os dias com o cabelo preso. Foi aí que resolvi começar a assistir tutoriais de tranças no Youtube para que ela se sentisse bem”, relembra. 

Após essa primeira experiência, Izabela começou a atender outras mulheres em sua casa e logo foi convidada pela dona de um salão de beleza da comunidade para atender suas clientes no estabelecimento. Segundo ela, a conversa despertou o desejo de não apenas se especializar em cursos voltados a sua área, mas também investir em iniciativas que a ensinem a divulgar o seu trabalho através das mídias sociais. 

Incentivo para continuar 

Além da roda de conversa, a Secretaria Municipal de Economia Criativa (Semce) esteve presente para identificar os segmentos e separar em grupos de atuação estas empreendedoras, para que a partir daí possam ser entregues soluções para que consigam empreender.  

“Hoje, já estabelecemos que após a formação desses grupos, será criado um Instagram do coletivo, para que elas consigam divulgar de forma gratuita os trabalhos que elas já têm aqui. Após isso, vamos encaminhar essas mulheres para que elas participem do Banco da Mulher Empreendedora”, afirma a subsecretária da Semce, Andrelly Rocha. 

Gildete da Silva é vice-presidente do Coletivo e tem o desejo de empreender na área de gastronomia. Ela afirma que um dos principais empecilhos para que as mulheres da periferia comecem um negócio próprio hoje é a falta de subsídios para iniciar. “Se depender só do salário, nós não temos como colocar um negócio pra frente. É importante que a gente tenha algum tipo de auxílio financeiro, que ajude a gente a iniciar. Ter uma iniciativa assim é pra lá de bom”, brinca. 

Banco da Mulher Empreendedora 

O Banco da Mulher Empreendedora é uma iniciativa da Prefeitura que em sua 2ª edição irá selecionar 3 mil propostas de apoio financeiro, para mulheres que desejam expandir ou iniciar os seus empreendimentos. A iniciativa visa criar oportunidades para que as mulheres se tornem protagonistas de suas vidas e alcancem independência financeira e econômica. 

 As inscrições poderão ser feitas entre 1º de julho e 17 de julho por meio do site www.bancodamulher.maceio.al.gov.br