Banco da Mulher Empreendedora: Programa acredita e investe em empreendedoras maceioenses

Iniciativa pioneira concedeu crédito a mais de 800 mulheres empreendedoras, impulsionando seus negócios e rompendo barreiras de desigualdade de gênero

Michaelle Pereira (estagiária) / Ascom Semuc 24/07/2023 às 15:11
Banco da Mulher Empreendedora: Programa acredita e investe em empreendedoras maceioenses
Foto: Jonathan Lins/Secom Maceió

O Programa Banco da Mulher Empreendedora é uma iniciativa transformadora da Prefeitura de Maceió que fornece a concessão de crédito social para mulheres em vulnerabilidade social que possuem ou desejam iniciar seu próprio negócio dentro do município. O programa visa incentivar o empreendedorismo feminino e a economia local, bem como ser mais uma ferramenta de combate à desigualdade de gênero.

Lançado em março de 2023, com um investimento inicial de R$ 1 milhão, o programa atendeu mulheres a partir dos 18 anos que residem na cidade de Maceió, inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) e que possuíam interesse em empreender. No total, foram 6 mil mulheres inscritas para participar do processo de seleção, que ocorreu em cinco etapas previstas no edital: inscrição, análise documental, análise do plano de negócios, participação nos cursos capacitatórios e formalização.

O plano de negócios foi um requisito obrigatório a ser apresentado pelas mulheres que se inscreveram no programa. A partir dessa análise foi avaliado qual seria o valor concedido para cada empreendedora, os créditos tiveram o valor inicial de R$ 1.200,00 até R$ 3.600,00. A comissão avaliadora considerou critérios como se a candidata residia em Maceió, se está inscrita no CadÚnico, ter no mínimo 18 anos; como critério de desempate foi considerado se a candidata era chefe de família e se possuía empreendimento em um bairro com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Ao todo, 833 empreendedoras foram selecionadas e, deste número, destaca-se a grande adesão de mulheres jovens entre 18 e 33 anos. Lara Regina, tem 18 anos e, desde os 16, atua como designer de sobrancelhas. "Na minha família, sou eu que faço a sobrancelha de todo mundo. Eles diziam que eu levava jeito, e agora com o Banco, eu pretendo me profissionalizar." Além das sobrancelhas, ela deseja expandir seu empreendimento oferecendo outros procedimentos estéticos.

Além da concessão do crédito, as participantes tiveram acesso a cursos remotos e presenciais sobre empreendedorismo, garantindo que pudessem aprimorar suas habilidades de gestão e administração de negócios. Os cursos foram oferecidos por meio de uma parceria com o Sebrae, que também disponibilizou para as mulheres mentoria com seus consultores, para impulsionar a eficiência de seus empreendimentos e aumentar as chances de sucesso no mercado local.

O Banco da Mulher Empreendedora surge como mais uma ferramenta da atual gestão, que, ao lado de outras iniciativas como o Emprega Mulher, possibilita a inserção das mulheres no mercado de trabalho.

"Ter o próprio empreendimento é um ato emancipador para as mulheres, que se tornam personagens principais de suas vidas e se sentem, cada vez mais, empoderadas para trilhar novos caminhos", afirma a Secretária da Mulher, Pessoas com Deficiência, Idosos e Cidadania, Ana Paula Mendes.

Transferências

As transferências do crédito iniciaram no dia 13 deste mês e todas as mulheres receberam o valor na conta cadastrada na hora da habilitação. A iniciativa é responsável por gerar histórias inspiradoras de conquista, como a de Gisele Barros, que foi uma das empreendedoras habilitadas para o programa. Desde criança, ela nutriu o desejo de ser confeiteira, mas desde cedo viu as dificuldades da vida afastarem esse sonho dela.

"O amor pela confeitaria vem de família, mas quando meu pai faleceu, eu precisei deixar de estudar para começar a trabalhar", relata. Ao longo dos anos, ela fez cursos profissionalizantes e chegou a abrir o seu próprio negócio, mas a falta de apoio e investimento fizeram com que ela voltasse a trabalhar com carteira assinada.

Os obstáculos foram muitos e, em janeiro de 2020, ela descobriu o início de um câncer e precisou passar por uma cirurgia como parte do tratamento, que a afastou do trabalho; quando voltou, ela foi demitida. "Desde esse dia, eu prometi a Deus que iria viver somente da minha confeitaria, e assim tem sido", confessa.

"Esse valor veio pra somar, e depois dos estudos que eu tive, eu sei como obter um retorno maior com esse crédito, obter frutos. A Prefeitura de Maceió e a Secretaria da Mulher fizeram um ótimo trabalho". Michelle esteve presente em todas as oficinas oferecidas pelo programa e pôde aprender mais sobre empreendedorismo com os consultores do Sebrae.

Com o sucesso dessa primeira edição, há planos para a continuidade e expansão do Banco da Mulher Empreendedora. O programa tem o potencial de impactar positivamente a vida de inúmeras mulheres, empoderando-as economicamente e rompendo os grilhões da desigualdade de gênero.

SEMUC

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