O Dia do Artesão é comemorado nesta terça-feira (19) e a Prefeitura de Maceió tem investido em ações e estratégias que colocam o artesanato maceioense em um lugar de protagonismo na capital alagoana, com iniciativas que prestigiam artesãos e artesãs, a exemplo do programa Economia Solidária.

Desenvolvido pela Secretaria Municipal do Trabalho, Emprego e Economia Solidária (Semtes), o programa constrói políticas públicas voltadas para os artesãos, ampliando a participação na economia local e gerando renda para os empreendimentos cadastrados. 

A iniciativa conta com 32 grupos de artesanato, que expõem os seus produtos em forma de rodízio no Shopping Pátio Maceió (Benedito Bentes), Maceió Shopping (Mangabeiras) e Mercado das Artes 31 (Jaraguá), sendo quase 100% das participantes nos grupos do programa são mulheres.

Além dos shoppings, os artesãos podem expor nas Vilas, projeto da Ilumina e da Economia Solidária para promover a divulgação do trabalho destes empreendedores. A próxima exposição acontece na Vila da Páscoa, entre os dias 21 e 31 de março.

“Eu diria que as Vilas hoje são o que a gente tem de melhor na questão da divulgação. É aquele momento em que os nossos artesãos têm um contato direto com o público local, especialmente os turistas”, afirma a coordenadora do programa de Economia Solidária de Maceió, Salomé Holanda.

Regina Maria é artesã e participa da Economia Solidária há um ano e meio. Ela começou nesta área fazendo cartonagem, mas durante a pandemia, se aperfeiçoou em produzir bolsas e carteiras a partir da fibra da banana. Ela é uma das poucas artesãs que reproduzem a técnica em Maceió. 

Desde que começou a participar das exposições, ela afirma que seu empreendimento mudou, “A economia me proporcionou divulgação e valorização do meu trabalho. Participo das exposições, das vilas, e a medida que participo eu vejo que o reconhecimento do meu trabalho aumenta”, afirma. 

Para ela, um dos momentos mais enriquecedores foi quando teve a oportunidade de viajar com outras empreendedoras para uma feira de artesanato no Recife. Elas foram levadas em um ônibus fretado pela Prefeitura de Maceió e tiveram acesso liberado ao evento. “Foi uma troca de experiência fantástica que eu nunca vou esquecer. Pude trocar dicas com outras artesãs, cada uma com um conhecimento, com uma ideia, que nos deixou mais próximas”, relembra. 

Quem também teve sua vida transformada pelo artesanato foi Edilene Corrêa. Durante 13 anos, ela trabalhou como técnica de radiologia, mas a paixão pela produção de velas e blends aromáticos a fizeram iniciar o seu próprio negócio.

Ela começou a fazer para presentear familiares e amigos, mas em pouco tempo, começou a receber encomendas, que aumentaram cada vez mais. Ela confecciona o seu produto em todas as etapas, um dos requisitos para ser aprovada na iniciativa.  

Edilene se juntou à Economia Solidária em janeiro deste ano, após visitar uma das vilas e se interessar pela iniciativa. Não demorou muito, teve o seu trabalho exposto nos shoppings da cidade. Em março, foi ao seu primeiro evento como expositora, participando da 2° Feira da Mulher Empreendedora.

“Foi uma experiência maravilhosa, ficamos quatro dias lá. O evento foi muito bem divulgado, consegui vender bastante, vendi até para a primeira dama!”, revela com um sorriso. 

Para ela, um dos principais diferenciais das exposições da Prefeitura de Maceió é que todo o lucro arrecadado é direcionado para os artesãos. “Além de toda a divulgação para as vendas, nós não precisamos tirar nenhuma porcentagem, todo o lucro fica com o artesão” conclui. 

Para o diretor da Semtes, Bruno Melo, a gratuidade da exposição é um ponto crucial para incentivar o protagonismo do artesanato. “É muito importante para o artesão, ter esses pontos para dar visibilidade, e o melhor de tudo, sem gasto algum, tudo na parceria com a Prefeitura de Maceió", pontua.