Através de uma parceria firmada entre a Prefeitura de Maceió, a Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL), os moradores do Vale do Reginaldo tiveram acesso na manhã deste sábado (11), à realização de exames de sangue. A ação faz parte do projeto Renasce Salgadinho, e tem como objetivo, analisar possíveis doenças hídricas antes e depois da operacionalização da obra. 

Na oportunidade, alunos dos cursos de biologia, farmácia e enfermagem, realizaram um primeiro contato com os moradores, onde colheram algumas informações pessoais e sociais como se há saneamento básico, como é feito o acompanhamento de saúde e se há estrutura para realização das necessidades fisiológicas, para que depois a coleta de sangue fosse executada. 

O professor universitário, Wagnner Porto, que capitaneia o projeto de pesquisa e extensão, falou sobre a esquistossomose, uma das mais conhecidas doenças hídricas e destacou os riscos que ela oferece à saúde humana. “Vivemos em um estado onde a esquistossomose, popularmente conhecida popularmente como barriga d'água, é uma doença endêmica. Diante disso, estamos fazendo um levantamento onde há mais casos, para que possamos pensar junto ao poder público e outras instituições, quais são as intervenções mais viáveis, que a gente pode aplicar, para quebrar o ciclo dela. O esquistossomose é um verme que se localiza em alguns vasos próximo ao intestino, causando danos no fígado, baço e traz sintomas do abdômen alongado”, disse. 

Wagnner explicou ainda que as características ambientais são determinantes para a proliferação do verme. “Escolhemos algumas áreas que possuem características ambientais, assim como o Vale do Reginaldo, que podem facilitar a disseminação da doença, pois esse verme tem como hospedeiro intermediário o caramujo, então geralmente, onde se tem água, tem esse caramujo e isso pode ser um fator de risco”, finalizou. 

Além dos moradores, os operários que trabalham na obra e residem na região também resolveram participar da ação e cuidar da saúde, durante o horário de almoço. 

Dignidade 

A moradora do Vale do Reginaldo, Marcela Oliveira, que realizou o exame, aprovou a iniciativa. “Uma ideia muito legal de realizar esses exames e descobrir se temos ou não esses vermes. Esperamos que a obra do Renasce Salgadinho, além da dignidade que já está trazendo para nossa comunidade, também afaste todas essas doenças para bem longe”, disse. 

Renasce Salgadinho 

O conjunto de obras segue em diversos bairros e vai mudar a realidade da cidade. Os investimentos, fruto de um empréstimo da Companhia Andina de Fomento (CAF), são de R$ 76,4 milhões e contam com intervenções a curto, médio e longo prazo e devem ser concluídas e entregues até o final de 2023.

Além da revitalização, o projeto conta com mais de 20 intervenções previstas na região. São trabalhos de requalificação ambiental, análise, revisão e consolidação de estudos topográficos, geológicos, geotécnicos e hidrológicos, modernização de vias e ruas, melhorias no sistema de drenagem, de contenção de erosão, de recomposição do Riacho Salgadinho, construção de passarelas, sinalização e mudanças no projeto paisagístico.

Ações educativas, com palestras, oficinas de reciclagem e outras atividades também fazem parte do projeto técnico-operacional.

Fotos: Jonathan Lins / Secom Maceió e Cortesia Consórcio DCH