Maceió tem registrado grandes acumulados de chuvas nos últimos dias, a exemplo dessa sexta-feira (19) que em 24h choveu 108 mm, segundo a Defesa Civil. E essa intensidade de chuvas faz com que pontos crônicos da cidade fiquem alagados.

Para minimizar os danos à população, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) tem atuado em diversas frentes como reconstrução, recuperação, implantação e limpeza de galerias.

O objetivo é evitar alagamentos e amenizar os impactos causados pelas chuvas que, quando registradas nos níveis do acumulado dessa sexta-feira, é comum que o escoamento ocorra de forma gradual.

Um exemplo é o investimento da Prefeitura em caminhões de hidrojateamento, que permitiram que a Seminfra retirasse, somente em 2023, mais de 3 mil toneladas de lixo de dentro das galerias.

A Seminfra destaca que esse é um dos principais fatores de alagamentos nas cidades, porque o descarte irregular faz com que o lixo entre nas galerias e as deixe obstruídas, impedindo o fluxo normal da água e alagando as vias. Entre janeiro e março de 2024, a quantidade de entulhos retirada de dentro das tubulações já ultrapassa 800 toneladas.

O investimento nos caminhões de hidrojato potencializou a capacidade da Seminfra em retirar as sujeiras que obstruem as galerias, pois eles fazem uma varredura e sucção, alcançando resíduos que não poderiam ser retirados apenas manualmente. O aumento da quantidade de entulhos retirados em 2023 foi de 200% em relação a 2022.  Esse é um mecanismo inédito utilizado pela Prefeitura de Maceió.

A Prefeitura trabalha de forma preventiva em todas as estações do ano, incluindo no verão, e, quando se aproxima a quadra chuvosa, as equipes são reforçadas com o intuito de aumentar as limpezas de drenagem nos pontos críticos. As chuvas que caíram na sexta tiveram um volume desproporcional, em relação à média histórica e o trabalho da Seminfra amenizou significativamente a situação, apesar de um sistema de drenagem antigo e subdimensionado.

"A capital alagoana é dividida em duas macrodrenagens: sendo uma na parte alta e outra na parte baixa da cidade. A primeira estava prevista para receber uma obra de macrodrenagem no Tabuleiro do Martins pelo governo do Estado, o que até hoje não foi concretizado. A parte baixa tem um sistema antigo, datado da década de 1950, possuindo tubos ainda de cerâmicas, que são menos resistentes. Atualmente, quando a Infraestrutura Municipal vai realizar a substituição dos tubos, o órgão já insere os de PEAD, que são mais resistentes e duradouros", explicou o gestor da Seminfra, Lívio Lima.

Segundo explicou o secretário, com o crescimento populacional desordenado, as principais ações de drenagem só eram realizadas pontualmente.

"Ainda na parte baixa, a influência do lençol freático e a cota do nível do mar interferem no rápido escoamento, quando ocorrem chuvas torrenciais.  Também a drenagem da parte alta é antiga, datada da década de 1990, quando houve a implantação de conjuntos habitacionais", detalhou.

Atualmente, a Seminfra trabalha nas diversas frentes de serviço, servindo aos maceioenses manutenções no sistema já existente, mas também atuando na implantação de pavimentação e drenagem, com contratos já assinados e ordens de serviços já assinadas em ruas do Village Campestre, São Jorge, Riacho Doce e novo sistema na Durval de Góes Monteiro e Menino Marcelo.

Nas chuvas dos últimos dias, devido ao volume de água acumulado e à drenagem antiga, o escoamento foi lento. Com a limpeza, o volume acumulado após as chuvas escoou a contento. Em alguns pontos crônicos, como a Rua da Soldado Eduardo, que tem histórico de alagamentos por causa do colapso da rede de drenagem que é muito antiga, o escoamento continuou lento também devido às avarias das paredes de galerias.

Para resolver essa situação, a Seminfra executou projeto da drenagem da via, englobando as bacias próximas e já licitou a obra. Nos próximos dias será dada a ordem de serviço para resolver em definitivo esse problema.

Em paralelo, técnicos da Secretaria Municipal de Infraestrutura estão desenvolvendo um projeto macro para atender todos os pontos que ainda necessitam de reforma e que não têm funcionalidade em sua limpeza, devido ao elevado grau de deterioração de suas estruturas.

Vale ressaltar também que a Seminfra, juntamente com a Defesa Civil, protegeu várias encostas nos últimos meses para evitar tragédias por conta das fortes chuvas. Desde 2023, 22 encostas já receberam obras de proteção e contenção definitiva e, em nenhuma delas, houve registro de deslizamentos. Mais projetos para outras encostas pela capital estão sendo trabalhados. O investimento total é R$ 150 milhões.