Maria José do Nascimento, 72 anos, não acreditou quando viu a rua onde mora há 33 anos, a Estrada dos Guaranis, na Serraria, receber os maquinários da Secretaria Municipal de Infraestrutura (SemInfra). A via passou por pavimentação, assim como as ruas Tapuias, Caetés e Capixabas. Na região, foram aplicados mais de 1.100 toneladas de asfalto em quase um quilometro correspondente às quatro ruas.

“Eu não acreditava não, porque foi tanta gente que passou por aqui com tanta promessa que você não queira nem saber. Eu acreditava assim: que eu morreria e meus netos iam ver a pista, mas eu não ia ver. Já tenho 72 anos, mas meus netos de hoje por diante vão viver uma vida diferente, vão viver aquilo que eu não vivi”, afirmou Maria José.

A Estrada dos Guaranis, rua de Maria José, tem 525 metros de extensão. No inverno, os moradores conviviam com a lama. No verão, a poeira tomava conta das residências. E na casa de Maria José, a situação não era diferente.

“Eu vivi aqui na poeira, na lama. Graças a Deus que meus netos vão viver a vida que eu não tive, não é isso? Vou dizer que isso [pavimentação] aqui está ruim, que a pista piorou? Não! Se alguém disser que está ruim, que piorou, eu sei lá o que querem da vida, porque para mim foi joia”, brinca Maria José, lembrando que, antes pavimentação, ela limpava a casa todos os dias e o dia todo, em decorrência da poeira que entrava no imóvel dela.

“Todo dia passava o pano. Quando era de noite, parecia que não tinha morador. Isso aqui era aquele tapume de poeira. Na minha estante passava o pano de manhã e de tarde. Você vinha e estava a mesma coisa. Não é triste uma coisa dessa? Hoje eu varro minha casa e é aquele tantinho assim de poeira. Eu passo pano e nem sai sujo. Que diferença grande! Por isso que eu digo, para mim foi joia”, finaliza.

Marlene Iraci da Conceição, de 58 anos, mora na Estrada dos Guaranis há 36 anos. Quando ela chegou, a localidade não possuía muitas casas, apenas dois sítios, conta ela.

“Antes era estrada de barro, fazia poeira, lama. Faz 36 anos que moro aqui e a estrada sempre foi assim de barro. Era algo que eu queria, todos esperavam, mas nunca tivemos. Agora, graças a Deus, saiu”, ressalta Marlene Iraci.

Andreza dos Santos Onório, de 27 anos, afirma que o “local era cheio de lama e buraco. As crianças se sujavam de lama, quando ia para a escola. Eu moro aqui desde pequena. Foi bom, foi ótimo”, finalizou Andreza.