Seminário da Semed na Bienal destaca papel da leitura na primeira infância

Além da mesa principal, seminário contou com relatos de experiências de educadoras da rede municipal

Janaina Farias/Ascom Semed 05/11/2025 às 08:36
Seminário da Semed na Bienal destaca papel da leitura na primeira infância
Além da mesa principal, o seminário contou com relatos de experiências de educadoras da rede municipal - foto- Edivaldo Florêncio

Na 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, a Secretaria Municipal de Educação de Maceió(Semed) realizou, nessa terça-feira(4) o 1º Seminário de Literatura de Berço, uma iniciativa que integra a programação da rede de bibliotecas da Semed, em parceria com a coordenação de Educação Infantil, e reforça a importância da leitura na primeiríssima infância.

A iniciativa busca fortalecer a relação da literatura com os bebês, reafirmando o compromisso de que a literatura é direito de todos, desde a primeira infância, reconhecendo-a como prática social, de linguagem cultural e de instrumento de formação humana.

De acordo com a responsável pela rede de bibliotecas da Semed, Simone Sousa, o seminário foi inspirado na trajetória de estudos da pesquisadora Cássia Viana Bittens, doutoranda em literatura voltada à primeira infância.

“Estamos hoje aqui com esta mesa onde colocamos o nome inspirada em toda a trajetória de estudo da Cássia. É o nosso primeiro seminário da literatura de berço, diante dos estudos que vêm sendo feitos no Brasil. Desde que conheci o grupo de estudos que ela abriu, passamos a trocar experiências, ler artigos e conversar sobre esse tema tão rico”, explicou Simone.

Simone destacou ainda que a proposta do encontro é enxergar o bebê como sujeito de pensamento e ação. “A importância desse encontro se dá diante da gente conseguir enxergar a potência do bebê hoje, que é um sujeito que pensa, que é capaz, que é investigador. E, para simbolizar isso, um bebê foi convidado a participar da mesa, vivenciando essa mediação literária conosco”, acrescentou.

A palestrante convidada para o evento, Cássia Viana Bittens, psicóloga e mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC-SP, ressaltou que o objetivo da mesa foi discutir o vínculo e a presença na leitura compartilhada com bebês e com as crianças pequenas, além de ressaltar critérios para selecionar livros e o impacto que tem isso na leitura com os bebês.

“Quando a gente lê com um bebê, com uma criança pequena, a gente dá o que gente tem de melhor que é a nossa presença e o bebê dar o que ele tem de melhor no momento que é a capacidade de escuta. Então essa relação é o que a gente fala que a literatura humaniza, porque o bebê vai conhecer mais sobre ele através da literatura e através dessa pessoa que está lendo com ele”, afirma.

Cássia também destacou a transformação recente na percepção da literatura voltada à primeira infância. Segundo ela, até pouco tempo acreditava-se que o bebê não lia, que não precisava estar inserido na cultura.

“Sabemos que ele pensa, comunica e sente como bebê. Então essa abordagem, que é nova, é uma percepção de um bebê sujeito, de uma criança pequena sujeito, que tem autonomia dentro dos limites, claro”, explica.

Relatos de experiências

Além da mesa principal, o seminário contou com relatos de experiências de educadoras da rede municipal, como Juliana Almeida, professora do Centro Municipal de Educação Infantil- CMEI Breno Agra, que apresentou o projeto Histórias que criei.

“As crianças de cinco anos criaram suas próprias histórias, que nós registramos e ilustramos juntas. O resultado foi um livro com 55 narrativas produzidas pelos alunos”, contou a professora.

A vice-diretora do mesmo CMEI, Maria Bethânia de Oliveira, explicou que o trabalho nasceu da rotina de leitura diária com as crianças. “Nós já temos o hábito de ler todos os dias e registrar o que as crianças criam. Esse projeto foi crescendo e culminou no livro, que está sendo lançado na Bienal”, disse.

A coordenadora técnica da Educação Infantil da Semed, Thainy Lira, reforçou que a ação integra uma proposta maior da Semed, em parceria com o programa Olhar e Viver Maceió. “Queremos fortalecer essa relação da literatura infantil com os bebês e levar essas experiências também para outros espaços da cidade. A ideia é que, em 2026, possamos apresentar ainda mais produções literárias criadas pelas crianças da rede”, adiantou.

Durante o seminário, o público presente teve a oportunidade de ouvir os relatos de experiência sobre a elaboração de obras literárias produzidas pelas creches da rede municipal de educação.

A professora Juliana Almeida, juntamente com a coordenadora Eponina Andréa, do CMEI Breno Agra, apresentou o relato sobre a experiência referente ao livro Histórias que criei.

Em seguida, foi a vez da gestora Ana Paula, do Cmei Rosane Collor, que falou sobre obra E se eu fosse prefeito? A professora Cristiany Guedes Rodrigues, do Cmei João XXIII, apresentou o relato do livro Projeto Pequenos Autores: das Cores aos Contos.

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