Seminário da Semed na Bienal destaca papel da leitura na primeira infância
Além da mesa principal, seminário contou com relatos de experiências de educadoras da rede municipal
Na 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, a Secretaria Municipal de Educação de Maceió(Semed) realizou, nessa terça-feira(4) o 1º Seminário de Literatura de Berço, uma iniciativa que integra a programação da rede de bibliotecas da Semed, em parceria com a coordenação de Educação Infantil, e reforça a importância da leitura na primeiríssima infância.
A iniciativa busca fortalecer a relação da literatura com os bebês, reafirmando o compromisso de que a literatura é direito de todos, desde a primeira infância, reconhecendo-a como prática social, de linguagem cultural e de instrumento de formação humana.
De acordo com a responsável pela rede de bibliotecas da Semed, Simone Sousa, o seminário foi inspirado na trajetória de estudos da pesquisadora Cássia Viana Bittens, doutoranda em literatura voltada à primeira infância.
“Estamos hoje aqui com esta mesa onde colocamos o nome inspirada em toda a trajetória de estudo da Cássia. É o nosso primeiro seminário da literatura de berço, diante dos estudos que vêm sendo feitos no Brasil. Desde que conheci o grupo de estudos que ela abriu, passamos a trocar experiências, ler artigos e conversar sobre esse tema tão rico”, explicou Simone.
Simone destacou ainda que a proposta do encontro é enxergar o bebê como sujeito de pensamento e ação. “A importância desse encontro se dá diante da gente conseguir enxergar a potência do bebê hoje, que é um sujeito que pensa, que é capaz, que é investigador. E, para simbolizar isso, um bebê foi convidado a participar da mesa, vivenciando essa mediação literária conosco”, acrescentou.
A palestrante convidada para o evento, Cássia Viana Bittens, psicóloga e mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC-SP, ressaltou que o objetivo da mesa foi discutir o vínculo e a presença na leitura compartilhada com bebês e com as crianças pequenas, além de ressaltar critérios para selecionar livros e o impacto que tem isso na leitura com os bebês.
“Quando a gente lê com um bebê, com uma criança pequena, a gente dá o que gente tem de melhor que é a nossa presença e o bebê dar o que ele tem de melhor no momento que é a capacidade de escuta. Então essa relação é o que a gente fala que a literatura humaniza, porque o bebê vai conhecer mais sobre ele através da literatura e através dessa pessoa que está lendo com ele”, afirma.
Cássia também destacou a transformação recente na percepção da literatura voltada à primeira infância. Segundo ela, até pouco tempo acreditava-se que o bebê não lia, que não precisava estar inserido na cultura.
“Sabemos que ele pensa, comunica e sente como bebê. Então essa abordagem, que é nova, é uma percepção de um bebê sujeito, de uma criança pequena sujeito, que tem autonomia dentro dos limites, claro”, explica.
Relatos de experiências
Além da mesa principal, o seminário contou com relatos de experiências de educadoras da rede municipal, como Juliana Almeida, professora do Centro Municipal de Educação Infantil- CMEI Breno Agra, que apresentou o projeto Histórias que criei.
“As crianças de cinco anos criaram suas próprias histórias, que nós registramos e ilustramos juntas. O resultado foi um livro com 55 narrativas produzidas pelos alunos”, contou a professora.
A vice-diretora do mesmo CMEI, Maria Bethânia de Oliveira, explicou que o trabalho nasceu da rotina de leitura diária com as crianças. “Nós já temos o hábito de ler todos os dias e registrar o que as crianças criam. Esse projeto foi crescendo e culminou no livro, que está sendo lançado na Bienal”, disse.
A coordenadora técnica da Educação Infantil da Semed, Thainy Lira, reforçou que a ação integra uma proposta maior da Semed, em parceria com o programa Olhar e Viver Maceió. “Queremos fortalecer essa relação da literatura infantil com os bebês e levar essas experiências também para outros espaços da cidade. A ideia é que, em 2026, possamos apresentar ainda mais produções literárias criadas pelas crianças da rede”, adiantou.
Durante o seminário, o público presente teve a oportunidade de ouvir os relatos de experiência sobre a elaboração de obras literárias produzidas pelas creches da rede municipal de educação.
A professora Juliana Almeida, juntamente com a coordenadora Eponina Andréa, do CMEI Breno Agra, apresentou o relato sobre a experiência referente ao livro Histórias que criei.
Em seguida, foi a vez da gestora Ana Paula, do Cmei Rosane Collor, que falou sobre obra E se eu fosse prefeito? A professora Cristiany Guedes Rodrigues, do Cmei João XXIII, apresentou o relato do livro Projeto Pequenos Autores: das Cores aos Contos.
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