Sala de Recursos Multifuncionais auxilia na participação e aprendizagem das crianças e estudantes da Educação Especial

Atividades direcionadas têm contribuído para que os estudantes consigam ser protagonistas dentro da sala de aula

Lílian Santos (estagiária) / Ascom Semed 08/07/2022 às 12:11
Sala de Recursos Multifuncionais auxilia na participação e aprendizagem das crianças e estudantes da Educação Especial
Sala de recursos na Escola Pedro Suruagy equipada com materiais para auxiliar no ensino do alunos com deficiência. Foto: Cortesia.

Práticas educacionais estão sendo desenvolvidas nas Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), por professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas Escolas e Creches da rede municipal de Educação, com o objetivo de contribuir nas condições de acesso, participação e aprendizagem dos alunos da Educação Especial. Ao todo, são 80 unidades escolares que realizam atividades direcionadas para o desenvolvimento psicomotor dos alunos, além do atendimento bilíngue para os que possuem deficiência auditiva.

Duas vezes por semana são desenvolvidos os acompanhamentos com os professores pedagógicos especialistas para crianças e estudantes com deficiência (intelectual, física, auditiva e visual), transtorno do Espectro Autista, Transtorno Global do Desenvolvimento e Altas Habilidades/Superdotação. O programa também é direcionado para estudantes com surdez.

De acordo com o setor de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed), até 30 de março estavam matriculados 2.982 estudantes com deficiência. Desses, 215 estão na Educação Infantil, 2.359 no Ensino Fundamental e 408 alunos na Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI). Para implantação de uma Sala de Recursos Multifuncionais, a escola precisa ter registrado em seu censo escolar as matrículas e ter a comprovação do diagnóstico dos alunos, sendo necessário a quantidade mínima 8 e no máximo 32 de crianças/estudantes público-alvo da Educação Especial e ter um espaço físico adequado.

Cláudia Valéria, coordenadora do Setor de Educação Especial, explica que a Sala de Recursos Multifuncionais é de extrema importância para a garantia da inclusão e do sucesso educacional na vida desses alunos. O trabalho deve ser realizado de forma alinhada e articulada, envolvendo efetivamente professor do AEE, professor da sala regular, Profissional de Apoio Escolar (PAE), toda equipe escolar e a família.

Cláudia Valéria e Pollyana Satírio, coordenadora e técnica do setor de Educação Especial. Fotos: Jamerson Soares (estagiário)/ Ascom Semed.
Cláudia Valéria e Pollyana Satírio, coordenadora e técnica do setor de Educação Especial. Fotos: Jamerson Soares (estagiário)/ Ascom Semed.

“Adaptações e adequações curriculares são importantes e necessárias para que as crianças e estudantes PAEE tenham as mesmas oportunidades de aprendizagem que os demais. O sucesso educacional, o protagonismo e a plena participação da pessoa com deficiência no espaço educacional dependem desse olhar diferenciado, do trabalho colaborativo e da interação de todos que participam do processo, visando unicamente, o desenvolvimento integral desse aluno, respeitando suas especificidades e estimulando suas habilidades”,

Para atender a essa demanda, além dos trabalhos articulados, a educação tem oferecido políticas públicas inclusivas que começam com a garantia de matrícula para os alunos com deficiência mais próximo a sua residência, profissional de apoio escolar (PAE) para crianças com dependência em suas atividades de locomoção, alimentação e higienização, intérprete de libras para crianças e estudantes com surdez, duas escolas com a oferta de ensino bilíngue para surdos, transporte escolar acessível, Formação Continuada e acompanhamento e monitoramento das professoras técnicas pedagógicas especialistas da CGEE as unidades escolares.

A professora técnica pedagógica do setor de Educação Especial, Michelyne Cavalcante, conta que essas ações são importantes para garantir o desenvolvimento psicomotor dos alunos.

Técnica do setor de Educação Especial, Micheline Cavalcante. Foto: Jamerson Soares/Ascom Semed
Técnica do setor de Educação Especial, Micheline Cavalcante. Foto: Jamerson Soares/Ascom Semed

“São orientações de como alimentar uma criança com paralisia cerebral, a postura ao sentar, que elas possam participar das rodas de conversa e participar da parte dos parquinhos na hora do recreio. Então toda essa orientação é importante com a parceria da saúde, terapeutas, psicólogos, para dar suporte para os profissionais da educação”, explicou a técnica.

Práticas nas Salas de Recursos

Dentre as escolas que ofertam o ensino direcionado, o Cmei Ana Carolina Galina, localizada no bairro da Cidade Universitária, implantou práticas de ensino para os alunos com deficiência baseadas no desenvolvimento psicomotor com toda a comunidade escolar, para que os alunos possam evoluir e conseguir ter autonomia em sala de aula.

Segundo a professora da sala de recursos do Cmei, Anabel Santana, a criatividade é utilizada para romper barreiras e adaptar materiais e espaços, dando condições de participação e autonomia as crianças com deficiência.

Professora da educação especial do Cmei, Anabel Santana. Foto: Cortesia.
Professora da educação especial do Cmei, Anabel Santana. Foto: Cortesia.

“Uma estratégia simples que utilizamos foi o uso de fita dupla face no fundo do prato de uma criança de 2 anos com paralisia cerebral. Ela não conseguia ter autonomia na hora de se alimentar devido a aparente força exercida na mão que segurava a colher e assim, o prato ficava girando. Com fita no fundo do prato, ele teve sua independência. Outros exemplos do que usamos com criatividade é cabo de freio de bicicleta, tesoura de cortar papel, onde faço uma adaptação para proporcionar liberdade de participação nas atividades para a criança com dificuldade de coordenação motora fina”, comentou a professora.

De acordo com as informações da professora técnica pedagógica do setor de Educação Especial, Michelyne Cavalcante, na prática, a professora que tem especialização na área da educação especial faz uma entrevista com a família para saber o histórico e obter todas as informações do aluno. Depois é feito uma avaliação com a criança, ela é observada tanto na escola, como dentro da sala de recurso, onde é visto quais habilidades são necessárias trabalhar para que possa dar continuidade a educação na escola.

Após essa avaliação é feito um plano de atendimento educacional especializado junto com a professora regular. Na sala de recursos existem materiais recebidos do MEC como jogos, tecnologia assistiva, bebedouro acessível, cadeira de rodas e equipamentos de informática. Esses materiais podem ser utilizados por qualquer um no espaço da escola.

A professora da educação especial da escola Silvestre Péricles, Eliane Carvalho, conta que utiliza computador e celular para auxiliar no desenvolvimento das práticas.

“Na sala de recursos o objetivo é trabalhar as dificuldades que os alunos têm no aprendizado, sempre respeitando as diferenças e particularidade de cada um, cada aluno é único. Sempre uso o computador e o celular, é uma ferramenta pedagógica que melhora significativamente o aprendizado dos alunos, porque eles se concentram mais, diferente da sala de aula regular. Esses recursos estimulam a criatividade e facilitam o processo de ensino e aprendizagem, então várias mudanças são percebidas”, explicou Eliane.

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