Rede municipal avança na inclusão com ampliação do quadro de profissionais especializados

A Secretaria Municipal de Educação(Semed) conta, hoje, com cerca de 2.500 profissionais cumprindo um papel fundamental na inclusão educacional na rede. Deste total, quase 2 mil são Profissionais de Apoio Escolar(PAEs), número que tem ampliado o alcance e a qualidade do atendimento especializado nas escolas.

O público-alvo da Educação Especial era de 3.635 crianças e estudantes em 2021 e saltou para 5.738 alunos em 2025. A rede contava com 500 PAEs há quatro anos e, hoje, são quase 2 mil.

Em 2021, havia 100 professores do Atendimento Educacional Especializado) nas unidades escolares municipais, passando para mais de 160 este ano. No mesmo período, o número de intérpretes de Libras aumentou de 8 para 21, e há 116 Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), distribuídas em Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e escolas, de forma a complementar ou suplementar à escolarização do público-alvo da Educação Especial.

O trabalho cotidiano, principalmente dos PAEs, exige preparo emocional, paciência e sensibilidade, já que cada criança e estudante apresentam ritmos, desafios e formas próprias de se comunicar e aprender. É uma atuação que vai além do apoio técnico, envolve presença, vínculo e compromisso, com uma aprendizagem significativa.

No dia a dia das unidades de ensino, esses profissionais acompanham crianças e estudantes com diferentes necessidades, atuando tanto no apoio às atividades pedagógicas quanto no cuidado básico, sempre em parceria com professores e equipes gestoras.

Além do trabalho

Na Escola Municipal Higino Belo, a atuação dos PAEs garante que as crianças e estudantes possam desenvolver autonomia e fortalecer vínculos sociais dentro do ambiente escolar.

Eyshila Calheiros é PAE há 5 meses na unidade e compartilha um pouco de sua vivência na área. Ela acompanha uma estudante atípica de 9 anos e conta que, assim como a aluna precisa se adaptar, o profissional também passa por esse processo.

“Para mim, atuar como PAE é uma experiência de aprendizado constante, pois todos os dias aprendemos algo novo com o estudante que cuidamos e, com o acompanhamento adequado, conseguimos auxiliar e incentivá-la a realizar suas atividades e seguir a rotina escolar. Ver a evolução do aluno ao longo do tempo é extremamente gratificante e motivador”, expressa.

Eyshila complementa dizendo que todos os dias representam uma nova experiência, na qual profissional e criança aprendem juntos. “Mesmo diante das dificuldades do cotidiano, buscamos sempre fazer o melhor para que ela evolua, aprenda e se desenvolva. Hoje, olhando para trás, vejo o quanto essa convivência me fez crescer, tanto como profissional quanto como pessoa, e é muito gratificante perceber os avanços ao longo do tempo”.

Missão

Na mesma escola, Joanna Duarte, estudante de Psicologia que também atua como PAE, conta um pouco de sua rotina. Há cerca de dez meses acompanhando uma aluna autista de nível 2, Joanna explica que a relação entre PAE e estudante se fortalece no cuidado e na convivência: “A Júlia me ensina todos os dias, mesmo sem falar. A gente se entende no olhar e nos gestos, então, para mim, não é só um emprego, é algo que carrego como missão”.

Ela relata que cada avanço do estudante representa uma conquista compartilhada. “Quando conseguimos finalizar uma atividade, quando ela se acalma depois de um momento difícil ou quando volta para a sala mais tranquila, tudo isso é vitória. Cada pequena evolução mostra que estamos no caminho certo”, afirma.

O secretário de Educação de Maceió, Luiz Rogério, ressalta que o trabalho desenvolvido pelos PAEs, professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e demais profissionais reforçam o compromisso da rede municipal com uma educação verdadeiramente inclusiva: “Ao garantir acompanhamento individualizado, fortalecer vínculos e promover a participação ativa de cada criança e estudante, essas equipes contribuem diariamente para construir ambientes mais acolhedores, acessíveis e atentos às singularidades".

Fotos: Edivaldo Florêncio e Bia Rodrigues /Ascom Semed