Profissionais da educação discutem direitos humanos e combate ao racismo
Mesa redonda que ocorreu durante Jornada Pedagógica 2024 abordou os caminhos curriculares para uma escola não-violenta
“Caminhos curriculares para uma educação não-violenta” foi um dos temas debatidos durante a Jornada Pedagógica 2024, ocorrida nos dias 4, 5 e 6 de março, em Maceió. A mesa redonda discutiu Direitos Humanos e os caminhos pedagógicos para assegurá-los na sala de aula, no segundo dia do evento organizado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), em parceira com a Fundepes.
A mesa dialogou questões como o combate ao racismo nas escolas, respeito à pluralidade dos estudantes e o papel dos educadores na formação de uma escola inclusiva. A atividade, idealizada pela Coordenação de Educação de Direitos Humanos e Cidadania da Semed, é reflexo do trabalho que já vem sendo feito nas escolas, como conta o coordenador Luciano Amorim.
“No momento, o foco do nosso trabalho é o combate ao racismo, promover a equidade entre todos os nossos alunos e construir um ambiente seguro e saudável para nossas crianças. Nós estamos construindo esse ambiente através de projetos como o Ubuntu, Escola em Cores e o Aprender a Proteger”, destacou.
A roda de conversa teve início com a professora Letícia Nascimento, que contribuiu com as discussões da mesa, falando sobre suas vivências enquanto educadora negra e travesti, destacando a importância do acolhimento das crianças.
Segundo Letícia, os professores devem estar atentos às questões que acontecem no ambiente escolar, para garantir que os alunos saibam lidar com a diversidade de vivências encontradas nesse ambiente.
“A escola é atravessada por diversas problemáticas que fazem parte da nossa sociedade, então nós que somos professores, precisamos nos posicionar pedagogicamente para lidar com essas questões”, apontou.
Currículo Antirracista
Um dos temas discutidos na ocasião foram o racismo no ambiente escolar e os mecanismos para lidar com a problemática. O Professor Fabson Calixto trouxe para a mesa uma reflexão acerca das práticas pedagógicas em torno do racismo, destacando a importância da adoção de um currículo antirracista e negrocentrado.
“Os corpos considerados destoantes precisam ter sua dignidade garantida e, para isso, precisamos de práticas educacionais que os reconheçam, contando a história da nossa ancestralidade. Dessa forma, nós vamos começar a criar um ambiente escolar seguro para nossas crianças pretas”, explicou.
O professor completou falando do impacto que provoca em seus alunos, levar outros tipos de conhecimentos para a sala de aula. “Uma vez nós promovemos uma oficina de turbantes e beleza negra. Uma das alunas que participou alisava o cabelo, e anos depois, ao reencontrar essa aluna, ela tinha assumido seu cabelo natural e sua identidade como pessoa preta. Ela me contou que as oficinas ajudaram nesse processo e aquilo foi muito recompensador”, lembrou.
Serviço Social na proteção dos alunos
Um dos profissionais que também fazem a diferença no trabalho de garantir uma escola com mais qualidade, equidade e inclusão é o assistente social. Para falar da atuação desses profissionais na escola e do seu papel no auxílio às questões dos alunos, a assistente social Leila Costa, da Escola Municipal Higino Belo, também integrou a mesa.
Leila destacou como, através do atendimento com foco em enxergar os desafios que as crianças passam dentro da escola e com suas famílias, o assistente social procura manter aquela criança em um ambiente de aprendizado sadio. “O que mais queremos é que nossos estudantes tenham qualidade na educação, sendo respeitadas como cidadãos. Nossas crianças precisam se sentir pertencentes à escola, e principalmente, seguras e assistidas”, acentuou.
Servidores
Os servidores participaram da roda de conversa com muita atenção, e no fim, também socializaram suas vivências dentro das suas atuações na rede pública municipal de ensino.
A técnica Geane Mendonça, que participou da mesa, contou da sua perspectiva de otimismo acerca dos impactos das discussões fomentadas naquela tarde. “Esse momento foi altamente enriquecedor para o nosso trabalho. Ouvir e discutir temáticas tão atuais e importantes com certeza ampliaram nossa visão sobre os desafios da nossa rede. Dessa forma, podemos pensar em formas mais efetivas de combater questões como a Evasão Escolar e a discriminação das nossas crianças”, concluiu.
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