No Dia Internacional da Mulher, servidoras da Educação relatam trajetória para obter independência
Merendeira e coordenadora relembram como conseguiram autonomia financeira
O Dia Internacional da Mulher é comemorado nesta quarta-feira (08) e a Secretaria Municipal de Educação reforça a importância da busca pela autonomia feminina. O órgão conta com mulheres determinadas e que se destacam pela determinação. Como é o caso de Zeneide Bezerra, merendeira da rede há mais de 20 anos.
Ela conta que passou muito tempo vivendo em função da casa, mas quando seus filhos estavam adultos resolveu ir em busca de uma profissão. “Meu primeiro emprego foi esse aqui, antes eu não gostava de cozinhar, comecei depois que me tornei merendeira e hoje está tudo de bom. Sou merendeira, sou mãe, eu sou uma mulher empoderada”, destacou.
Por escolherem seguir no caminho da Educação, muitas profissionais foram desacreditadas do potencial que possuíam, como aconteceu com a pedagoga Sandra Guimarães. A coordenadora da Escola Zilka de Alencar, no Tabuleiro dos Martins, conta que no período em que prestou vestibular foi discriminada por um professor de sua antiga escola.
“A minha trajetória na educação começou desde pequena, eu já brincava de escola com meus sobrinhos no quintal da minha casa, e foi dali que eu percebi que a educação era o meu lugar. Na época em que estava finalizando o ensino médio fui muito discriminada na escola que eu estudava por um professor de matemática porque escolhi pedagogia. Mas ele me deu um gás para correr atrás”, relembrou.
Apesar das dificuldades, Sandra se formou em pedagogia e atua na rede há mais de 20 anos. “O papel da mulher não é fácil, enfrentar todas as lutas que nós enfrentamos na sociedade e o tempo inteiro tendo que comprovar que temos competência. Mas não desisti, o meu chão é o chão da escola, meu lugar é na escola, eu não me vejo em outro espaço a não ser aqui, nem exercendo outra profissão”, contou a coordenadora.
Nova oportunidade de aprendizado
Sandra também incentiva outras mulheres a irem atrás de seus objetivos, como ocorreu com Ivaneide Rodrigues. A dona de casa, 48 anos, parou de estudar na época da adolescência quando se casou e mudou de estado, onde não conseguiu voltar para a escola porque precisava trabalhar. Há dois anos voltou para Maceió e através da filha, teve a oportunidade de seguir com os estudos.
Ela estuda na parte da manhã e eu na parte da noite na escola Lindolfo Collor, onde eu estudei o ano passado, lá os professores são maravilhosos, gosto muito de todos eles”, contou a aluna da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI).
Sempre incentivando aqueles que desejam atuar na educação, Sandra Guimarães reforça a importância de não desistir dos seus objetivos. “O que eu digo para quem deseja seguir na educação é que não desista, que venha conhecer as escolas, principalmente as públicas. Se eu tivesse escutado todas as humilhações que eu ouvi porque escolhi pedagogia, realmente teria deixado, ido pra qualquer outra área e tenho certeza que estaria infeliz”, disse.
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