Mais de oito mil alunos do Ensino Fundamental participam da Semana de Escuta das Adolescências

Iniciativa foi direcionada aos estudantes dos anos finais e pode contribuir para políticas públicas educacionais

Janaina Farias/ Ascom Semed 16/05/2024 às 16:38
Mais de oito mil alunos do Ensino Fundamental participam da Semana de Escuta das Adolescências
Estudantes dos 6º aos 9º anos participam da Semana da Escuta das Adolescências. Foto: Cortesia

Mais de oito mil alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede pública municipal de ensino participaram, nesta quinta-feira (16), do dia D da escuta das adolescências. A ação faz parte do programa Semana da Escuta, promovida pelo Ministério da Educação (MEC), que visa melhor compreender os alunos nessa faixa etária.

A atividade acontece em todo Brasil deste o dia 13 e vai até 27 de maio. A proposta é conhecer de forma mais aprofundada os alunos dos 6º aos 9º anos de 21 escolas da rede municipal de educação em quatro aspectos: aprendizagem,  clima, convivência e inovação.

A Semana da Escuta conta com a parceria da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).

De acordo com o coordenador dos anos finais do Ensino Fundamental da Secretaria de Educação de Maceió, Ricardo Almeida, a atividade busca construir uma escola mais acolhedora, que impulsione o desenvolvimento integral dos estudantes e estimule aprendizagens significativas para as adolescências.

Ainda de acordo com Ricardo, a escuta possibilitará construir uma política pública que contemple melhor todas as necessidades dos adolescentes. “Os adolescentes estão em uma fase de profundas transformações físicas e emocionais e escutá-los nos permitirá descobrir como podemos lidar com eles, em que ponto estamos errando, quais os pontos positivos e negativos e diante disso pensar práticas pedagógicas voltadas para o interesse deles”, afirma.

Para o professor de língua portuguesa, Sérgio Rogério, da Escola Municipal Luiz Pedro I, a escuta é importante porque os alunos podem perceber, a partir da visão deles mesmo, o que eles acham de interessante para o ensino. “Os estudantes podem pontuar o que é interessante para o ensino, assim como para a melhoria dos horários de intervalo, para uma aula dinâmica. Saber um pouco mais sobre as vivências que eles têm extra-escola, o que contribuirá muito para o aprendizado, como também pode influenciar na construção de uma educação de qualidade”, pontua.

O docente explica que, muitas vezes, o aluno chega com fome e muitos deles enfrentam diariamente desafios durante o trajeto até chegar à escola, o que segundo ele, pode influenciar na qualidade da educação, porque não consegue receber a informação da mesma forma que o estudante que tem tudo isso de forma mais tranquila. “É importante saber também sobre as famílias, para que possa dinamizar e adequar as aulas à realidade dos alunos, a partir daquilo que eles responderam. A escuta veio em um momento muito importante e vai servir para que possa adaptar as nossas políticas públicas municipais de educação”, destaca.

A estudante Júlia Lorena da Escola Municipal Luiz Pedro I, falou que está muito feliz, pois a instituição parou para escutar os adolescentes. “A gente tá muito feliz, porque fomos ouvidos e temos o apoio dos nossos professores. A gente só quer melhorar, ter um futuro bom e digno com o aprendizado melhor ainda”, revela.

Júlia relata que há alguns anos acreditava que quando terminasse o Ensino Fundamental ou até mesmo o Médio, já sairia com um emprego. Ela fala que só atualmente no 9º ano descobriu que é preciso ter um currículo.

“Só agora entendi que é importante ter um currículo recheado, que eu preciso ter cursos de qualificação, entrar na faculdade pra eu conseguir um emprego. Seria muito bom, se na escola mesmo a gente tivesse disponibilidade de poder fazer cursos de informática, cursos de recursos humanos e outros. Com isso, a gente já sai da escola com alguma coisa em mente”, diz a estudante.

A aluna da Escola Municipal Luiz Pedro I, Estefani Shayane, revela o que gostaria que mudasse na escola. “Gostaria muito que melhorasse a saúde mental dos alunos, pois ela é bastante importante, principalmente para nós alunos que estamos a um passo de entrar no Ensino Médio e vamos precisar lidar muito com a pressão psicológica”, ressalta.

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