Interação social contribui para aprendizagem de alunos surdos

Troca de experiências entre dois estudantes da Escola Municipal Nise da Silveira fortalece a relação ensino-aprendizagem

Emanuella Lima (estagiária)/Ascom Semed 16/04/2023 às 10:30
Interação social contribui para aprendizagem de alunos surdos
Interação social contribui com a aprendizagem de alunos surdos. Foto: cortesia

A escola como instituição de ensino desempenha um papel fundamental na formação dos cidadãos e é na sala de aula que esta relação fica ainda mais intrínseca. Atualmente, a Educação de Maceió conta com uma rede de intérpretes de libras que atuam junto aos professores e auxiliam na alfabetização dos alunos surdos.

Como é o exemplo dos estudantes Jonathan de Almeida Cavalcante Oliveira, 31 anos, e José Pereira da Silva, 61 anos. Ambos são surdos e estudam no Ensino Fundamental, na modalidade Educação de Jovens Adultos e Idosos, da Escola Municipal Doutora Nise da Silveira, localizada no bairro Antares.

Foi a partir da interação e do incentivo a prática da Libras, que a intérprete da Língua Brasileira de Sinais da unidade de ensino, Thallita Martins, revelou que o aprendizado dos dois estudantes se tornou mais eficiente quando houve a interlocução, interação social entre os dois alunos surdos,  apesar das diferenças de idade e do domínio da Língua de sinais ser diferente entre eles.

“Para os surdos a formação de pares linguísticos é algo muito significativo, principalmente na evolução na primeira língua, a Libras. Um exemplo real disso é que antes os surdos (senhor José e o Jonathan) cada um estudava em escolas diferentes e o desenvolvimento dos aspectos linguístico, educacionais e sociais deles não acontecia como deveria, principalmente pelo fato da maioria dos conceitos construídos na Libras, no tocante de uma escola inclusiva, (em que não se consegue formar pares Linguísticos, pela ausência de quantitativo de mais surdos matriculados no mesmo polo), serem majoritariamente desenvolvidos apenas com a figura do Intérprete de Libras", explicou Thallita.

Os estudantes têm a acessibilidade garantida através da mediação da intérprete educacional de Libras e conta com todo o apoio pedagógico, fornecido pelos professores e pela coordenação escolar. Thallita destacou também que foi através dos diálogos e da garantia da acessibilidade, que reconheceu a dedicação do aluno mais jovem em contribuir com o aprendizado de seu José.

“Jonathan observando todo o cuidado que temos com o Senhor José, (tanto eu, quanto os professores que lecionam na sala regular), se dispôs voluntariamente em ajudar nas atividades propostas em sala de aula e até mesmo nas atividades extraclasse. Sua sensibilidade se torna mais visível principalmente na construção de conceitos matemáticos" , pontuou.

A coordenadora pedagógica Eliete Cavalcante ressaltou que a atitude do aluno Jonathan é estimulada na unidade de ensino. “A gente tem essa prática aqui na escola, de trabalhar em equipe e ter sempre um aluno ajudando o outro, principalmente quando ele tem habilidades que compõem o ambiente curricular”, frisou.

Sobre a importância da Libras, no Ejai, Thallita pontuou que o suporte e acessibilidade são essenciais para a formação dos alunos. De acordo com ela, a rede de ensino constrói uma ponte com a vida social e acadêmica e abre diversas possibilidades para esses estudantes, ao destacar o importante trabalho da rede de ensino inclusiva, elaborada com o apoio da Secretaria de Educação de Maceió (Semed) e implementada na Nise da Silveira.

"Percebemos o quanto foi importante para ambos esse encontro linguístico, em que a Libras está sendo ponte de construção de todos os conceitos vivenciados na escola inclusiva, que embora não seja uma escola Bilíngue para surdos, ainda assim consegue respeitar as diferenças e tornar acessível o ensino e a aprendizagem dos estudantes surdos em questão e, assim, tornando suas experiências, enquanto estudantes surdos na Ejai mais prazerosa e repleta de evolução acadêmica e humana", concluiu a intérprete de Libras.

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