Os alunos e a comunidade da Escola Municipal Manoel Pedro dos Santos, localizada no bairro Santos Dumont, participaram nesta sexta-feira (28), da segunda edição da Expoarte da Educação Infantil. O objetivo do projeto foi compartilhar publicamente as releituras de obras artísticas e trabalhos criativos produzidos pelas próprias crianças da unidade de ensino, com foco no resgate às brincadeiras tradicionais, além de discutir a importância do brincar para o desenvolvimento infantil.

Segundo a vice-diretora da escola, Marilda da Silva, cada turma ficou com um artista para servir como base de pesquisa e produção. Além da comunidade escolar, alguns pais das crianças também estavam presentes.

O primeiro período, turma da professora Márcia Nascimento, ficou com as obras de Ricardo Ferrari, artista plástico de Belo Horizonte, que retrata em suas telas o gosto saudosista das antigas brincadeiras de roda, a pipa, o pião, bonecas de pano, entre outras. Já os segundos períodos ficaram com Ivan Cruz, Van Gogh e Alfredo Volpi, sob as orientações das professoras Marize Silva e Márcia Cavalcante.

"O brincar na educação infantil é um ponto chave para a gente desenvolver outras habilidades nas crianças: elas aprendem brincando. A partir daí, somado à questão da arte em si, realizamos a segunda edição desse evento. Percebemos que a tecnologia vem invadindo muito os espaços e não conseguimos presenciar mais tantas brincadeiras de criança. Então, mesclamos esse sentido de resgate através da arte", explicou a vice-diretora Marilda.

A exposição ocorreu dentro das salas de aula. Foram feitas montagens com as fotos de algumas crianças segurando dobraduras de pipas; texturas feitas com cascas de ovo pintadas de azul celeste e palitos de picolé; bonecas pretas, carrinhos, cavalos de pau, bolas, diversos desenhos e pinturas que retrataram o cotidiano escolar e infantil.

A professora Marize Silva, que acompanha os pequenos em um dos segundos períodos, ressaltou que durante o processo de criação, as crianças, inicialmente, conheceram as cores e a simbologia e o sentimento que cada trabalho expressa, como também vivenciaram cada obra, por meio das atividades na escola.

"É muito importante esse trabalho, porque resgata a infância também dos pais. Cada brincadeira faz com que eles saibam a vez de cada um, a noção do espaço, da força, quais membros utilizar, bem como a coordenação motora, as regras e motivações. Além disso, faz bem para o convívio. Foi muito gratificante fazer esse trabalho junto com as crianças", destacou.

Isis Lavínia da Silva, 4 anos, e Miguel Enoque, 5 anos, comemoraram juntos aos colegas e professores, e também participaram da produção dos trabalhos. "Eu fiz uma boneca preta, fiz junto com a professora. Aqui tem uma casa e uma boneca. Gosto muito de brincar com bola. Também foi muito bom fazer os desenhos", contou a pequena.

Já Miguel, optou em fazer o desenho e pintar sobre a brincadeira da cabra-cega e o gosto pela pipa. "Eu fiz todos esses desenhos, pintei o menino com a pipa também. Gostei de pintar. Para brincar de cabra-cega, a pessoa tem que colocar um negócio no olho para não ver onde a outra pessoa está indo. Essa pessoa tem que correr atrás das outras", revelou Miguel, que também comentou que ama brincar com Felipe e Emanuel, seus colegas de turma.

Expoarte apresenta criação artística e resgate às brincadeiras tradicionais. Fotos: Mariel Matias/Ascom Semed