Estudantes da UFAL realizam projeto de extensão com turma da EJAI Maceió
Exibido na Bienal do Livro, o documentário destaca o poder transformador da educação e o valor de cada trajetória
Entre vivências, diálogos e olhares sensíveis, alunos do curso de Relações Públicas da Universidade Federal de Alagoas(UFAL) colocaram em prática o aprendizado da sala de aula em um projeto de extensão com a Educação de Jovens, Adultos e Idosos(EJAI) da escola municipal professora Hevia Valéria Maia Amorim, localizada no Village I. A iniciativa resultou no documentário “Ainda dá Tempo”, que valoriza a trajetória dos estudantes e reforça a educação como caminho de transformação social.
O filme foi exibido no domingo(2), durante a Bienal do Livro, proporcionando à comunidade a oportunidade de conhecer de perto essas histórias.
Durante as aulas, por meio de conversas e interações, surgiu a ideia de criar um projeto de extensão e aplicá-lo nas turmas da EJAI. Nas visitas à unidade escolar, os universitários puderam conhecer o espaço e a história dos educadores e estudantes. Cada encontro foi uma oportunidade de ouvir relatos de desafios enfrentados e conquistas alcançadas, e a participação ativa dos alunos da EJAI foi fundamental, trazendo perspectivas singulares e tornando o projeto ainda mais significativo para todos os envolvidos.
Rosa Correia, professora do curso de Relações Públicas da UFAL e orientadora do projeto, explica que buscou inserir os alunos na rotina da turma da EJAI para que pudessem conhecer suas histórias e aprender com cada um deles.
“Fiquei encantada e profundamente impactada ao me deparar com pessoas de diferentes idades buscando se alfabetizar, buscando aprender. Vejo o papel do professor como alguém que ajuda a mediar o conhecimento, exercendo ética, responsabilidade social, cidadania e promovendo a democratização, para que cada indivíduo possa compreender e se desenvolver plenamente. Entretanto, ao realizar cada visita, sinto que aprendi junto com os alunos”, compartilhou.
Protagonismo na EJAI
Pedro Lopes dos Santos, de 84 anos, é estudante na escola Hevia Valéria. Para ele, o sentimento de retornar aos estudos e poder compartilhar sua história é indescritível.
“Esse momento para mim é único, pois estar aqui hoje como aluno da EJAI, podendo dividir minha trajetória, é muito gratificante. O que sempre digo é que todo mundo precisa de suporte, e ter essa oportunidade de aprender e conquistar através dos estudos é importante”, afirmou.
Na EJAI, cada estudante é protagonista de sua própria história, mostrando que nunca é tarde para recomeçar e que a educação pode transformar vidas de maneiras singulares e profundas.
Jesse Deyvison, de 16 anos, também celebra a chance de retomar os estudos após problemas de saúde que o impediam de frequentar a escola. “É uma oportunidade única de aprender e evoluir na vida. Estamos aqui para falar sobre a escola, sobre a Educação de Jovens, Adultos e Idosos. É uma educação que me ensinou muito, e eu creio que um dia estarei com vocês também fazendo faculdade e seguindo meus sonhos”.
“Cada aluno traz força e inspiração para a comunidade escolar, e é na escuta e no respeito às experiências individuais que a educação cumpre seu papel mais profundo; mais do que transmitir conteúdos, a escola deve apoiar os estudantes na construção de suas vidas e de seus sonhos, contribuindo para a cidadania, o crescimento pessoal e a valorização de cada trajetória”, enfatiza Cícera Marques, professora e vice-diretora da escola Hevia Valéria.
Além do aprendizado
“Uma coisa que perguntei tanto para os gestores quanto para os alunos foi se a EJAI transformou a vida deles, e eis aqui a resposta: relatos emocionantes, experiências singulares, que marcam e nos transformam. Isso é mais do que gratificante, é esplêndido”, compartilha Lukas Paz, estudante de Relações Públicas da UFAL.
Laís Monteiro, também estudante de Relações Públicas, descreve sua participação no projeto como uma das experiências mais significativas de sua vida. “Durante cada conversa e cada gravação, aprendi muito com cada um dos alunos da EJAI. Participar da montagem do documentário e conhecer suas histórias me permitiu compreender o poder transformador da educação e perceber como a diversidade de realidades enriquece nossa visão de mundo”.
O documentário “Ainda dá Tempo” não apenas registra essas vivências, mas também evidencia o poder transformador da educação e oferece aos estudantes a chance de se tornarem protagonistas ao compartilhar suas trajetórias. Iniciativas e parcerias como essa reforçam a importância de garantir o acesso à educação para todas as idades, mostrando que aprender é um processo contínuo e que cada história merece ser ouvida, respeitada e valorizada.
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