Em pesquisa, pais de alunos de escola municipal relembram tradição junina na infância

Ação vem sendo realizada na escola Professora Maria José Clemente Rocha, no Benedito Bentes; em vídeo, alunos querem aos pais o que eles faziam durante o São João no passado

Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed 13/06/2022 às 13:29
Em pesquisa, pais de alunos de escola municipal relembram tradição junina na infância
Iago Lins e a filha Thayla, de 9 anos, conversaram em vídeo sobre a tradição junina na infância. Foto: cortesia

Pais de alunos e os próprios estudantes do 4º ano da Escola Municipal Professora Maria José Clemente da Rocha, localizada no Benedito Bentes, participaram de uma atividade interativa em alusão à cultura nordestina e o São João. Trata-se de uma pesquisa, por vídeo, sobre a tradição junina na infância e na adolescência dos pais e familiares dos estudantes da unidade.

Nos vídeos, que foram publicados no Instagram da escola no domingo (12), véspera do Dia de Santo Antônio, há o pai, mãe ou algum parente do aluno tentando responder um questionamento que parece ser tema geral da atividade: "Como você comemorava as festas juninas quando era criança?". A atividade começou a ser feita na segunda semana de junho.

O poder dessa pergunta é testemunhado pelos pequenos através do olhar emocionado e nostálgico de seu parente. A memória de toda uma tradição que não volta ao presente do jeito que aconteceu na época, do pular de fogueiras à participação de quadrilhas matutas, pôde ser materializada no cômodo onde os vídeos foram gravados: na sala da casa, na cozinha sobre a mesa ou próximo a um quarto.

A coordenadora pedagógica da escola, Júlia Márcia Vieira, explicou que essa pesquisa faz parte do projeto Nordestinidade, que tem como objetivo estimular a valorização da cultura nordestina e realizar atividades que tenham elementos do Nordeste como mote. Para ela, essa atividade vem para o resgate da tradição.

"Essa sequência de datas surgiu para que a gente possa no período de junho poder resgatar aquilo que é mais importante na nossa cultura, que é a nossa fala, a nossa gastronomia, os nossos valores. Houve muitas tristezas, muitas perdas e mortes nesta pandemia, mas devemos continuar com a vida, e uma delas é resgatar o que temos mais de precioso que é a nossa forma de ser, nesse caso, o de ser nordestino. Povo de garra, de luta, de história e que sobrevive através da música, da fé, da solidariedade, do amor à própria cultura", disse Júlia.

A escola atende 220 alunos, do 1º ao 5º anos, com crianças de 11 anos. Cerca de 23 alunos são da turma do 4º A. Dentro da temática da nordestinidade, a professora da turma, Lidianne Leite de Lira, que está há um ano na Educação, teve a ideia de expor a cultura nordestina em vídeo. Ela contou que essa ação foi posta como uma atividade para casa e que todos pais se envolveram junto com os alunos.

"Fiquei surpresa com a recepção dos pais e com a quantidade dos vídeos. A iniciativa trabalhou a origem dos festejos juninos, especialmente na região Nordeste. Pegamos música, cultura, comidas típicas, tudo relacionado ao mês de junho. Todos ficaram bem animados com a tarefa, foi gratificante", contou a professora.

Vinícius, de 9 anos e a mãe Lucilene Clementino, de 46 anos, interagiram juntos em vídeo sobre o que Lucilene fazia em época de São João na infância. Foto: cortesia
Vinícius, de 9 anos e a mãe Lucilene Clementino, de 46 anos, interagiram juntos em vídeo sobre o que Lucilene fazia em época de São João na infância. Foto: cortesia

Dois pais de dois alunos da turma participaram da atividade. Lucilene Clementino da Silva, de 46 anos, é dona de casa e mãe de Vinícius dos Santos Silva, de 9 anos. Ela nasceu em União dos Palmares e passou a infância toda no interior. A dona de casa contou que relembrou muitos momentos do São João em sua localidade durante o vídeo e, mesmo nervosa para se expor em imagens, aproveitou a experiência com o filho.

"Foi uma experiência boa. Expliquei para ele como era dançar quadrilha, a tradição da época. Meu tempo de infância foi no interior e lá é tudo diferente, era muito bom. Pulávamos corda, brincava de quadrilha, quebra coco, acendia fogueira, soltava chuvinha, fazíamos comidas típicas, e tudo ao som de forró", revelou, emocionada.

Iago Lins Bernardo, é montador e pai da Thayla Araújo Lins, de 9 anos. Para ele, a ação foi uma forma de valorizar a cultura de Alagoas. "A cultura foi se perdendo com um tempo e essa ação foi importante para relembrar as tradições antigas. Foi bem bacana e empolgante. Minha filha fez várias perguntas depois da gravação também. É bastante necessário voltar com as tradições entre as crianças", disse.

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