Educação executa estratégias didáticas para a alfabetização de estudantes

Em 2022, 70% dos estudantes dos 5º anos foram alfabetizados

Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed 28/12/2022 às 13:00
Educação executa estratégias didáticas para a alfabetização de estudantes
Atividades educativas tiveram foco na alfabetização dos alunos. Foto: cortesia

Diversas ações pedagógicas e projetos foram desenvolvidas na rede pública de ensino de Maceió, em 2022, para fomentar o processo de aprendizagem, tendo a alfabetização em sala de aula um dos cernes principais das atividades executadas ao longo deste ano.

Segundo a coordenadora do Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Juliane Medeiros, 70% dos estudantes dos 5º anos estão totalmente alfabetizados.

Para a coordenadora, o resultado é um avanço, já que no primeiro semestre do ano, apenas 54% dos alunos matriculados estavam alfabetizados, tendo em vista as dificuldades enfrentadas durante a pandemia, as enchentes e as fortes chuvas que caíram na cidade. 

Já nos 4º anos, 60% dos alunos estão alfabetizados e 65% das crianças dos 3º anos estão nos níveis silábico-alfabético e alfabético, com indício de crescimento. Nos 1º e 2º anos, cujos alunos são oriundos da Educação Infantil, os resultados foram considerados excelentes, já que 52% estão nos níveis alfabético e silábico-alfabético.

“Essa ação estratégica da Semed é muito importante pois consegue identificar as turmas que avançaram e turmas com pouco avanço no processo de alfabetização e, deste modo, aponta onde podemos atuar para resolver a estagnação”, explicou Juliane Medeiros.

Os dados apresentados por Juliane Medeiros são oriundos do mapeamento dos níveis de base alfabética dos estudantes da rede pública de Maceió, do 1º ao 5º anos do Ensino Fundamental, que vêm sendo observados nas escolas municipais, desde o início de 2022, por meio de acompanhamento pedagógico, visitas técnicas, entrevistas e a aplicação de questionários. Famílias, comunidade escolar e estudantes participaram da coleta de dados. 

Avanços

O avanço nos índices de alfabetização se deve ao fato da criação e da execução de projetos, programas e atividades formadoras, tanto para o professor, quanto para o estudante.

Ações como o Valoriza Educação, que a gestão JHC já investiu mais de R$ 171 milhões para o custo do pessoal; o Alfabetiza Maceió, que auxilia os professores por meio das formações pedagógicas; o Conquista Maceió, programa criado em 2021, cujo principal objetivo é oferecer reforço escolar aos alunos afetados pelos impactos da pandemia que têm dificuldades na aprendizagem e na alfabetização - além de ações de letramento, realizadas em turmas do 1º ao 5º anos, atividades referentes ao projeto de vida nas turmas do 6º ao 9º ano, que também trabalharam a apropriação dos conhecimentos. 

Foram também realizados o acompanhamento pedagógico continuamente nas escolas, específico em fluência em Língua Portuguesa e Matemática. Temas contemporâneos transversais, como a sustentabilidade, o empreendedorismo, o combate ao Aedes aegypti foram trabalhados em sala de aula.

Mais ações

Durante o ano ocorreram feiras literárias em algumas comunidades de Maceió, como o Pontal da Barra e o Vergel do Lago. Seminários de práticas, palestras, e o Educar É Massa, principal evento da Educação que levou exposições, atrações culturais, apresentações de trabalhos acadêmicos, jogos e dinâmicas que foram executados em toda a rede pública municipal de ensino. 

“Foram ações pedagógicas que contribuíram significativamente para que a gente tivesse bons resultados em relação ao aprendizado dos nossos estudantes, mesmo com os efeitos drásticos da pandemia”, afirmou a coordenadora de Ensino Fundamental da Semed.

Exemplo de persistência

O estudante Alerhandro Melo dos Santos, 9 anos, que faz o 3º ano da Escola Nosso Lar I, localizada na Pontra Grossa, foi a primeira pessoa a ser alfabetizada de sua família. A missão contou com o trabalho da professora da turma, Cristiana Gama.

“Fui o primeiro a ler da família, comecei a aprender com seis anos. Minha mãe ficou muito feliz. Gosto muito de ler, contou entusiasmado o aluno.

A Escola Municipal Nosso Lar atende cerca de 1.135 alunos do Ensino Fundamental dos anos iniciais e da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI). Foram realizados projetos como o Infância Feliz, com a execução de atividades como viagens, passeios, palestras e encontros de formação sobre direitos humanos com as famílias dos estudantes.

A diretora escolar da unidade de ensino, Gilda Verbenia, revelou que os maiores objetivos da escola, além de alfabetizar, é criar lembranças felizes, boas memórias, impactando a vida social e econômica da comunidade.

“Este ano nos baseamos na instrução contextualizada interdisciplinar e transdisciplinar, que estimula a construção de uma identidade cidadã e proativa desses alunos. Eles são incentivados a serem capazes de mudar sua própria história e do meio onde vivem”, relatou.

Aulas de campo

Outra escola que também investiu no acolhimento e na colaboratividade afetiva foi a Escola Municipal Floriano Peixoto, localizada no bairro Ipioca. Lá são atendidos 600 alunos do Ensino Fundamental dos anos iniciais.

A unidade de ensino investiu em aulas de campo para os alunos, fruto de parcerias com outras instituições. Foi realizada uma jornada científica com exposições dos trabalhos realizados pelos estudantes.

A coordenadora pedagógica, Mônica Assis, ressaltou que as atividades realizadas na escola e em outros ambientes são importantes para a aprendizagem dos estudantes. “É uma complementação do aprendizado. O aluno se apropria realmente daquilo e vivencia tudo que aprende em sala de aula e foi isso que fizemos”, enfatizou.

A professora, Karla Menezes, da Escola Municipal Yeda Oliveira dos Santos, localizada na Cidade Universitária, apontou que muitos estudantes já estão alfabetizados e outros, ainda, caminham pelo processo de aprendizagem.

“Fizemos leituras, utilizamos livros, cadernos, agendas, jogos interativos, dinâmicas para montagem de frases. E as crianças dominavam todos os comandos relacionados à organização da sala de aula”, frisou.

Soletrar

A coordenadora pedagógica da Escola Municipal José Clemente, localizada no Benedito Bentes, Júlia Márcia Dias, contou que foi um ano de desafio para todos e que foram utilizadas várias atividades para realizar projetos que viabilizem o ensino de qualidade. 

Um exemplo foi projeto Soletrar, no qual as 212 crianças, do 1º ao 5º ano, participaram com o intuito de formar frases sobre determinados temas, como comida, frutas, lugares, por meio da memória e do raciocínio.

“Foi um ano que a gente acreditou na possibilidade da recomposição da aprendizagem. Hoje, as crianças estão em um nível mais elevado do que quando elas chegaram. Claro que temos sempre algumas crianças que continuam num processo muito lento, mas de um modo geral, a gente acredita que os projetos, o afeto, toda uma busca de interação com essas crianças e com as suas famílias têm feito a diferença na nossa prática, pontuou.

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