Educação em tempo integral cresce quase 600% e beneficia cerca de 11 mil alunos em 2025

Estudantes beneficiados, professores e gestores relatam resultados positivos das atividades realizadas no contraturno escolar

Vanessa Alencar e Alícia Flores/Ascom Semed 04/10/2025 às 09:00
Educação em tempo integral cresce quase 600% e beneficia cerca de 11 mil alunos em 2025
Estudantes praticam capoeira como atividade do tempo integral - Foto: Edivaldo Florêncio (Ascom Semed)

A rede municipal de ensino da capital vive uma transformação. De uma única escola com oferta de educação em tempo integral em 2021 para 31 em 2025. E de 25 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) para 37. No mesmo período, o número de estudantes beneficiados com as atividades em tempo integral saltou de 1.643 para cerca de 11 mil hoje, um avanço sem precedentes na Educação Infantil e no Ensino Fundamental.

Em 2021, a rede contava com 1.569 crianças atendidas no tempo integral na Educação Infantil e 74 no Ensino Fundamental. Hoje, são 5.953 crianças na Educação Infantil e 4.843 no Ensino Fundamental, conforme dados parciais do Censo Escolar 2025.

Acompanhamento pedagógico, esportes variados, arte, cultura, apoio e melhoria da aprendizagem são os pilares da Política de Educação em Tempo Integral implantada na gestão do prefeito JHC. Na prática, além de reduzir a evasão escolar, as atividades de tempo integral possibilitam proteção da vulnerabilidade social e desenvolvimento de novas habilidades aos estudantes do Ensino Fundamental (1º ao 9º).

Realizadas por institutos e associações credenciadas pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), as atividades ocorrem no contraturno escolar (os alunos que estudam pela manhã participam das atividades à tarde e vice-versa), nas próprias unidades escolares ou em espaços como o Parque Biblioteca, no Benedito Bentes; a Chácara Medeiros, no Village Campestre; o Instituto O Consolador (Trapiche) e a AABB (Pescaria).

Já nos CMEIs, a política assegura um suporte essencial, principalmente para mães que trabalham, com o atendimento inclusivo e equitativo desde os bebês, com atenção à acessibilidade física e pedagógica e ao respeito às singularidades de cada criança. Também são garantidas práticas que integrem o cuidado e a educação, com atividades culturais e recreativas, alimentação e repouso planejados de acordo com a realidade de cada unidade de ensino.

Inaugurado este ano, o primeiro Parque Biblioteca Bilíngue de Maceió, localizado no Benedito Bentes, também é um espaço voltado, prioritariamente, às atividades do tempo integral, atendendo a 1.052 crianças que estudam do terceiro ao sétimo anos do Ensino Fundamental, em cinco escolas municipais da região. No local, os estudantes têm aulas diárias de inglês e participam de atividades como teatro, música, robótica e esportes.

"A expansão da educação em tempo integral em Maceió, fruto de um trabalho coletivo e comprometido com o futuro das nossas crianças, é mais um sinal de que estamos no caminho certo e ainda cresceremos muito mais, aliando ensino de qualidade, esporte e cidadania na mesma proposta pedagógica", afirmou o secretário de Educação de Maceió, Luiz Rogério.

“Além de ampliar os horizontes e contribuir para a melhora da aprendizagem e para o desenvolvimento físico e cultural das crianças, o tempo integral também assegura maior proteção a essas crianças contra a violência e a insegurança alimentar e mais tranquilidade para pais e responsáveis, resultando em uma infância mais feliz, segura e saudável”, reforçou Claudiane Pimentel, coordenadora de Educação Integral da Semed.

Oportunidades

A estudante da Escola Municipal Tradutor João Sampaio, Anne Kamille, 15 anos, pratica judô nas atividades de tempo integral ofertadas pela rede. Ela conta que, desde os 10 anos, sempre desejou praticar o esporte e graças a iniciativa, está tendo essa oportunidade, há pouco mais de um ano: “Sou apaixonada pelo judô. É sensacional, sem explicações”.

A menina participou do 2º Fest Sport, realizado em setembro, pela Semed. O evento reuniu cerca de 600 estudantes de 23 escolas de tempo integral, em competições de futsal, voleibol, capoeira, dança e judô, no ginásio poliesportivo da Escola Municipal Nosso Lar I, na Ponta Grossa.

Já o aluno da escola Floriano Peixoto, de 10 anos, Bruno Luan dos Santos Souza, se encontrou nas atividades culturais e artísticas. Durante o I Festival de Arte e Cultura das escolas de Educação Integral da rede municipal, realizado em dezembro de 2024, no Teatro Jofre Soares, depois de apresentar o coco de roda, ele afirmou: “Gosto muito quando estou me apresentando, me ajuda a ficar mais focado na escola”.

Para Alissa Sofia, de 10 anos, da Escola Municipal Ieda Oliveira, a participação nas atividades de tempo integral na Chácara Medeiros é um estímulo: “Adoro todos os professores. Às vezes fico com preguiça, mas sempre venho porque o projeto é muito legal. Gosto especialmente da natação e da educação física.”

História e acolhimento

Isabela Santos, que tem Síndrome de Down, é uma das estudantes da Escola Municipal Paulo Bandeira que participa do projeto de tempo integral Arte Capoeira. Segundo as professoras e a direção da unidade escolar, as aulas de capoeira fazem com que ela se sinta animada e incluída.

“Ela é sempre muito bem acolhida, sempre muito bem-vinda. Não tem dificuldade com interação com a turma, com ninguém, com nenhum funcionário, com nenhuma criança. O meu coração de mãe fica muito quentinho, vendo minha filha se desenvolvendo com maestria nessa escola maravilhosa”, comemorou Thayná Santos, mãe de Isabela.

Responsável pelo projeto Arte Capoeira, que contempla 2.583 crianças, distribuídas em 20 escolas, Mestre Ivanildo Antônio da Silva Santos, conhecido como Mestre Besourão, destaca a importância do projeto, dentro das atividades de tempo integral. Ele coordenou, em agosto deste ano, o Pit Stop da Capoeira, uma ação especial do projeto voltado para estudantes do Ensino Fundamental do tempo integral, realizada na Escola Municipal Paulo Bandeira, no Benedito Bentes.

“A escola é um espaço de formação indispensável para toda a sociedade e ter a capoeira dentro desse ambiente, como atividade de contraturno, não é só prazeroso e saudável para as crianças, mas é um resgate histórico do nosso povo, da nossa luta por liberdade. O projeto da Prefeitura de Maceió é um divisor de águas, porque vem construindo e consolidando as contribuições que a capoeira dá às crianças, adolescentes e todos os seus praticantes”, concluiu.

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