Docentes participam de formação para atendimento de estudantes autistas
Curso se encerra no próximo mês e conta com aulas teóricas, palestras e oficinas sobre o funcionamento da mente da pessoa com transtorno do espectro autista
Professores das salas de recurso da rede municipal estão participando de uma qualificação continuada promovida pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), para melhor atender os estudantes com Transtornos do Espectro Autista (TEA). Foram aulas teóricas, práticas e oficinas para qualificar os professores no funcionamento da mente dos estudantes especiais, e capacitá-los na criação de materiais adaptados.
As atividades são parte de um esforço intersetorial que envolve a Secretaria Municipal de Saúde, Educação e Secretaria Municipal de Assistência Social. Na quarta-feira (28), os professores participaram de uma oficina onde receberam dicas de como confeccionar materiais para educação de autistas, com uso de vários estímulos visuais, compatíveis com o raciocínio do estudante.
Segundo Claudia Coelho de Moraes, responsável por instruir os docentes, as atividades poderão ser usadas no ensino de crianças, jovens e adultos. Ao fim do treinamento, eles podem manter as atividades confeccionadas e levá-las para a sala de aula.
“As atividades são baseadas no ensino estruturado, que funciona muito bem com pessoas no espectro autista. O princípio é a autonomia e a independência dos estudantes, de maneira facilitada”, conta.
Claudia é do Rio de Janeiro, licenciada em pedagogia e mestranda em Educação, com especialidade em formação de professores. Ela diz que é mãe de autista, e se dedica a criar atividades pedagógicas para esse grupo.
“As atividades facilitam bastante o aprendizado, com atividades dinâmicas, de acordo com o conteúdo programático da escola. Tudo gera um maior engajamento, e os ganhos são muito positivos”, detalha.
“Estamos aqui com toda a segurança, usando grupos menores, colocando em prática tudo que aprendemos no último ano”, afirma a coordenadora de Educação Especial da Semed, Claudia Valéria.
Na avaliação dos professores, a experiencia deve contribuir no futuro de seus estudantes. Graciete Correia Lopes é professora há 13 anos, e diz que sua primeira experiencia na sala de recursos, onde são atendidos alunos com necessidades especiais das escolas, foi transformadora. Ela relata ter tido um estudante, com paralisia cerebral, que mudou completamente sua forma de ver o mundo.
Desde então, Graciete se dedica às salas de recurso, e diz ter grandes expectativas para o retorno às aulas após a capacitação. “Cada coisa que a gente aprende é mais uma coisa para trabalhar com eles, e eles se sentem felizes com isso. Uma das minhas maiores dificuldades era trazer dinâmicas que eles pudessem entender para a sala de aula, e o material dessa oficina vai ajudar muito nisso”, conta.
A professora diz ter saudade do contato com os alunos e outros docentes. “Só de estar aqui, todo mundo junto, produzindo, já é de uma alegria sem tamanho. Estava sentindo muito a falta dessa energia”, diz.
O ciclo de qualificações deve se encerrar no dia 11 de outubro, com uma aula de encerramento virtual. As atividades, com carga horária de 100 horas, estão sendo desenvolvidas em parceria com o gabinete da deputada federal Tereza Nelma.
Luan Oliveira (Estagiário) / Ascom Semed
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