Dia da Mulher: o impacto da presença feminina na Educação de Maceió

Educadoras reforçam a importância das mulheres no ambiente educacional

Gabriela Borba e Maria Clara Tenório (estagiárias) / Ascom Semed 07/03/2025 às 21:18
Dia da Mulher: o impacto da presença feminina na Educação de Maceió
Vice-diretora da Escola Municipal Professora Zilka de Oliveira Graça, Cláudia dos Santos.Foto: Lívia Penelope/Ascom Semed

As mulheres desempenham um papel fundamental na Educação, sendo maioria entre os profissionais da área e responsáveis por moldar gerações através do ensino. Neste Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, a Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed) destaca a força e a dedicação das educadoras que transformam vidas todos os dias, reafirmando o compromisso com a valorização feminina na construção do futuro dos estudantes da rede.

Aos 65 anos, Veralucia Felismino é uma das servidoras da Rede Municipal de Educação de Maceió que encontrou na área um caminho para transformar sua própria vida. Criada em uma usina, filha de pais analfabetos, teve sua primeira frustração ao ser impedida de ingressar na escola por não ter idade suficiente. Mas a vontade de aprender sempre falou mais alto. “A leitura sempre foi meu sonho. Eu queria entender aqueles balõezinhos das revistas que minhas irmãs liam”, lembra.

Veralucia Felismino, servidora da rede municipal de Maceió. Foto: Lívia Penelope/Ascom Semed
Veralucia Felismino, servidora da rede municipal de Maceió. Foto: Lívia Penelope/Ascom Semed

Formada em Geografia, Veralucia lecionou em escolas privadas e públicas, até realizar o concurso pelo qual ingressou na rede municipal de Educação. Hoje, ela integra a equipe de Gestão Educacional junto a dez outras mulheres, acompanhando 18 escolas da capital alagoana. Para ela, a presença feminina na educação é essencial: “A Educação é comandada por mulheres, que têm esse olhar mais sensível. Foi ela quem me trouxe para esse lugar que estou hoje, e eu amo o que faço”.

Aos 72 anos de idade, Maria de Fátima Moura começou a trabalhar como professora em 1975, e ingressou na Rede Municipal 26 anos depois, em 2001. Mesmo após ter tempo suficiente para aposentadoria, Fátima desejava contribuir ainda mais com a Educação: “me sinto bem confortável de vir trabalhar na idade que eu já estou, já tenho condições de me aposentar por questão da idade, mas vou continuar mais um ano, um ano e meio”.

Maria de Fátima Moura, servidora da Semed. Foto: Lívia Penelope/Ascom Semed
Maria de Fátima Moura, servidora da Semed. Foto: Lívia Penelope/Ascom Semed

Em sua experiência, reencontrar seus alunos pequenos já na fase adulta é a parte mais gratificante do trabalho, com o sentimento de colaborar com o desenvolvimento pessoal delas e o reconhecimento de ter sido uma parte especial da trajetória daquelas pessoas. “Outro dia, me encontrei com um que disse, “professora, que saudade que eu tenho daquela época”. Que coisa boa, né? Que a gente passa e deixa boas lembranças”, recordou.

Ser mulher e educadora, na visão de Fátima, é ter um toque aconchegante e materno: “eu era aquela professora do carinho também, e isso me dava muita segurança, eu me sentia muito bem com eles e eles comigo.

Identificação na educação

Há 22 anos na Rede Municipal de Educação, Neide Barbosa, coordenadora do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) da Semed, confessa que a Educação não foi sua primeira opção, mas acabou se tornando sua paixão. Professora de desenho e especialista em gestão escolar, ela relata ser extremamente feliz na área, apesar das dificuldades enfrentadas em sala de aula e no dia a dia. Para ela, o olhar feminino na Educação é essencial para a construção de um ambiente acolhedor.

Neide Barbosa, coordenadora do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) da  Semed. Foto: Lívia Penelope/Ascom Semed
Neide Barbosa, coordenadora do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) da Semed. Foto: Lívia Penelope/Ascom Semed

“Ser mulher é muito peculiar da nossa rede, é estar junto, é ser um pouco mãe, um pouco psicóloga, um pouco assistente social, porém não pode fugir da nossa responsabilidade, que é educar e passar o aprendizado de fato”, explicou.

Atualmente vice-diretora da Escola Municipal Professora Zilka de Oliveira Graça, Cláudia dos Santos admite ter traçado outros caminhos antes de iniciar oficialmente na área da Educação. Ainda jovem, ela já atuava como professora em sua igreja, começou a estudar Pedagogia e interrompeu para atuar em outras áreas. Após alguns anos, o destino a levou novamente para a Pedagogia e, dessa vez, Cláudia se apaixonou pelo curso.

“Eu sempre fui da Educação, mesmo quando eu não estava nela, desde que eu entrei na escola como aluna eu senti que era meu espaço, me sinto feliz, seja estudando ou trabalhando”, expressou.

Ela considera que a mulher desempenha diversos papeis em sua vida e dentro da própria escola, com diversas atribuições: “ser mulher na Educação é a essência de cada uma, é difícil por não sermos só professoras, mas também ter uma carga pessoal que exige muito da gente. A gente também leva muito trabalho para casa, mas também muito da gente para a escola”.

Vice-diretora da Escola Municipal Profª Zilka de Oliveira Graça, Cláudia dos Santos. Foto: Lívia Penelope/Ascom Semed
Vice-diretora da Escola Municipal Profª Zilka de Oliveira Graça, Cláudia dos Santos. Foto: Lívia Penelope/Ascom Semed

O dia 8 de Março é, para Cláudia, um dia importante para relembrar a importância, a dedicação, a luta e as conquistas de todas as mulheres. “É um dia maravilhoso para homenagear as mulheres, porque nunca é o suficiente, a mulher se entrega tanto em tantas áreas, representa em casa, na escola, onde ela estiver, é preciso celebrar e que todas sejam lembradas”, completou.

Paixão por ensinar

Ainda aos 17 anos, Walkiria Oliveira, vice-diretora da Escola Municipal Jaime Amorim Miranda, começou a lecionar na escola em que estudava. Após 13 anos de experiência na rede privada, ingressou na Educação pública e faz parte do quadro de educadores municipais desde 2001. Nestes 38 anos de atuação, ela encara a Educação como apaixonante e desafiadora, principalmente para as mulheres: “Nós carregamos uma carga muito grande, mas é necessário por sermos mais compreensivas, acolhedoras, com esse olhar materno. Aqui nós abraçamos e instruímos nossos alunos, principalmente as meninas, a estudar para se tornarem independentes”.

Walkiria Oliveira, vice-diretora da Escola Municipal Jaime Amorim Miranda. Foto: Lívia Penelope/Ascom Semed
Walkiria Oliveira, vice-diretora da Escola Municipal Jaime Amorim Miranda. Foto: Lívia Penelope/Ascom Semed

Além de fazer trabalhos em alusão à data, a escola planeja, dentro do programa “Educaçã e Família”, abordar temas como violência doméstica e a valorização da mulher. “Para a gente é importante tocar no assunto não somente como um dia da mulher romântico, mas também um dia de luta e de conscientização para o ano inteiro”, concluiu.

Olhar diferenciado

Atuando com o ensino infantil desde a adolescência, a diretora da Escola Municipal Jayme de Altavilla, Luciane Canuto, traçou um longo caminho dentro da escola, atuando em diversas áreas, passando pela sala de aula, até a coordenação e a gestão. Na percepção da gestora, o olhar feminino é sobre a dualidade, permeia entre ser firme e delicado, essencial para o dia a dia da vivência escolar.

Diretora da Escola Municipal Jayme de Altavilla, Luciane Canuto. Foto: Lívia Penelope/Ascom Semed
Diretora da Escola Municipal Jayme de Altavilla, Luciane Canuto. Foto: Lívia Penelope/Ascom Semed

“O olhar feminino é mais observador para necessidades que não estão postas pelos alunos claramente, na minha opinião as mulheres têm uma facilidade maior em perceber sutilezas que estão alí e auxiliar da melhor forma”, pontuou.

A presença dessas e outras mulheres na Educação é fundamental não apenas pelo impacto direto no processo de aprendizagem, mas também pela capacidade de transformar vidas e criar ambientes mais empáticos e inclusivos. As mulheres educadoras desempenham papéis essenciais, desde a orientação emocional até a formação de valores que moldam o futuro da sociedade. Por isso, é necessário reconhecer, valorizar e apoiar as mulheres na educação, pois são elas que, com seu trabalho incansável, constroem um futuro melhor para todos.

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