Indalice Rafaela é professora da creche municipal Maria Liege Tavares de Albuquerque, que fica no bairro do Jacintinho. A docente idealizou uma ação pedagógica para aguçar os sentidos dos alunos da educação infantil por meio da construção de uma horta suspensa que utiliza materiais recicláveis disponíveis na própria região, como garrafas PET e caixas de papelão. A intenção é despertar o interesse das crianças pela natureza e mostrar a importância da reciclagem para o meio ambiente.

“Como a creche está em uma comunidade de comércio, temos várias lojas com caixas para ser reutilizadas e a maioria dos pais trabalham com esses materiais, então pedi doação de garrafas PET e pensei em fazer a horta suspensa. Comecei a fazer plantação de tomate, batata doce e suculentas”, contou a professora.

Horta produz tomate e batata doce. Foto: Arthur Fellipe (estagiário)/Ascom Semed

Três vezes por semana, os 20 alunos da turma do primeiro período B, colocam a mão na massa estimulando os sentidos, cuidando da natureza, se divertindo e aprendendo por meio da manutenção da horta. Laura Sophia Vitória, 4 anos, aluna da professora Indalice, revelou que gostou da experiência e ficou encantada com a suculenta que cultivou na escola e agora cuida em casa. “Tá grandona”, disse.

A flor do amor

A ação desenvolvida na turma da professora Indalice Rafaela produziu frutos para além da sua sala. Willian Davi, 5 anos, aluno do segundo período A, se encantou com uma das plantas da horta. Aguçado pela curiosidade deu a ela o nome de “Flor do Amor'', pois foi o sentimento que a flor despertou nele. O momento se transformou em uma mini-história onde Davi é o protagonista.

“Estamos investindo nas mini-histórias, que são pequenos textos que elaboramos descrevendo aquele momento da criança, apresentando o começo, o meio e o fim. A proposta das historinhas é de os alunos serem os protagonistas e nada melhor do que uma que seja contada por eles, não tem autor melhor ”, contou a professora Sinéia Vanderlei.

Na pequena narrativa, a professora enfatizou como Davi se encantou ao ter contato com as plantas em um momento junto com sua colega de turma, ao utilizar o diálogo que teve com ele, no qual Davi fala com afeição, dando nomes de alegria e amor para as flores da horta da escola.

Para a coordenadora do Cmei Maria Liege Tavares de Albuquerque, Ladivane Lopes, experiências como essas que envolvem os alunos para além do ambiente da sala de aula são importantes para a formação das crianças.

“Partimos do princípio que as experiências são bastante significativas, onde as crianças possam colocar a mão na massa para vivenciar, levantar hipóteses e a curiosidade ser aguçada. Diante disso, a professora Indalice teve a ideia de fazer uma horta em nosso espaço já que o verde é escasso, e deram frutos maravilhosos, no sentido das crianças estarem aguçadas, em busca dessas investigações. Depois disso, a professora Sineia seguiu outra linha com os registros, aflorando a sensibilidade da criança, onde foi produzido esse texto maravilhoso”, finalizou a coordenadora.