Creche Fúlvia Rosemberg, na Cidade Universitária promove exposição com materiais recicláveis
Mestre José Paulo foi o artista convidado para mostrar seus trabalhos, que são feitos com pedaços de pneus, ferro, peças de bicicleta, entre outros objetos
Uma manhã de exposição de arte popular e conhecimento sobre a importância da reutilização de materiais que seriam jogados no lixo. Foi assim que, nesta terça-feira (3), o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Fúlvia Maria De Barros Mott Rosemberg, localizada no bairro Cidade Universitária, conquistou os corações e incentivou a curiosidade das crianças da unidade.
O espaço, que fica próximo ao pátio da creche, foi reservado para a instalação de cerca de 20 peças realizadas pelo Mestre José Paulo, de 66 anos. Ele é alagoano, nascido no município de Chã Preta, trabalha há 40 anos como marceneiro e há mais 10 anos transforma o lixo em arte. O artista utiliza peças de bicicleta, mola de motocicleta, pneus, garrafas pet, madeiras, ferro de cadeiras, entre outros materiais, para construir as obras.
Entre os trabalhos expostos, estavam também projetos feitos pelas próprias crianças da creche. São brinquedos criados com garrafa pet, esponjas, tampas de garrafa, pegadores, entre outros objetos.
A gestora pedagógica da unidade, Rozana Melo, acompanhou a exposição e disse que a creche, que atende 170 crianças na região, há um tempo tem um trabalho voltado para a arte e a pedagogia orgânica.
"Trazer uma exposição de arte com o Mestre Paulo é trazer, em primeiro lugar, ter esse olhar atento para aquilo que seria jogado no lixo. A gente trabalha com a sensibilização do olhar das crianças, que é transformar uma caixa de leite, uma lata, uma tampa, em alguma informação que parta do interesse da criança. A arte auxilia no desempenho da criança, abre novas possibilidades para pensar e criar, como também para se desenvolver de uma forma geral", explica a diretora.
Na ocasião, houve também uma roda de conversa com a participação de educadoras do CMEI, dos alunos e do artista. Mestre Paulo começou explicou como e de onde surgiu o interesse em trabalhar no ramo. Ele conta que começou a se interessar por essa arte desde a infância, aos 8 anos, quando fazia brinquedos com laranja, linha e tampas de garrafa. Como todo artista, ele é louco por inventar e imaginar personagens alegóricos.
De lá para cá, ele vem ocupando espaços e vendendo seus trabalhos advindos do lixo. Já expôs diversas obras no Complexo Deodoro, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em alguns shoppings da capital e no interior, como as cidades de Arapiraca e Teotônio Vilela. Para o artista, realizar exposições como essas em escolas e creches faz com que ele se sinta mais feliz.
"É muito bacana e prazeroso ver pessoas de diversas idades interagindo com as obras. Eu me sinto rico, feliz, porque estou tirando a sujeira do lixo e estou dando vida a um pedaço de ferro, um pedaço de pneu, uma pedra, uma madeira, tudo se transforma em uma obra, basta gostar e querer fazer. A arte ensina, não nascemos aprendidos, quanto mais se trabalh mais aprende. Hoje foi muito bacana, isso me renova", diz Seu Paulo.
Lucas Barbosa, de quatro anos e Kauane dos Santos, de 5 anos, são atendidos pelo CMEI e prestigiaram a exposição. "Gostei muito, foi legal. Me senti feliz vendo os animais. Gostei mais do dinossauro grande e de um bicho que tinha uma caixa de som. As cabeças deles balançavam quando a gente tocava. Foi muito bom", enfatizou Lucas.
Já Kauane gostou mais de ver o cachorro feito de ferro. "Fiquei animada em ver os animais na exposição. Gostei mais de ver o cachorrinho de ferro, porque gosto desse tipo de animal. Me senti feliz", disse a pequena.
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