Conheça as merendeiras que participam de concurso estadual que vai eleger a melhor cozinheira escolar
Pratos selecionados variam entre o doce e o salgado e ingredientes saudáveis vindos da agricultura familiar
Pratos doces, salgados e até aquela comidinha de vó são as receitas selecionadas para representar a Secretaria de Educação de Maceió (Semed) no concurso estadual que vai escolher a melhor merendeira alagoana.
As responsáveis pelo saboroso cardápio são as merendeiras Nilvania Ferreira dos Santos que trabalha na Escola Municipal Silva Celina Nunes. Lidyane Cristina de Oliveira, da creche José Madltton Vitor, que busca o bicampeonato. E a profissional Yolanda Maria do Nascimento, da Escola Municipal Olavo Bilac, vencedora da edição de 2020.
Dentre as receitas selecionadas apenas uma passará para a etapa regional que acontecerá no dia 20 de setembro, representando a capital Alagoana na busca do título de melhor merendeira do estado.
Os pratos e as “Master Chef’s”
Nilvania Ferreira dos Santos trabalha como merendeira há 18 anos na rede de ensino de Maceió. Exercendo sua função na Escola Municipal Silvia Celina Nunes, na Cidade Universitária, ela participa pela primeira vez do concurso.
A profissional elaborou a receita de rocambole salgado de batata doce com frango e revela que está ansiosa, mas tem plena confiança na sua experiência na cozinha e na preparação de pratos deliciosos.
“Eu escolhi dois alimentos super saudáveis e gostosos para criar esse rocambole salgado, pensando na nutrição que esses alimentos podem trazer aos nossos alunos. A escolha do rocambole foi pensada de maneira para cativar a atenção de todos os públicos que nós atendemos, desde o EJAI até os pequenos das creches”, conta.
Participando pela segunda vez do concurso, Lidyane Cristina de Oliveira trabalha na creche José Madltton Vitor, no Benedito Bentes. Ela vai competir no concurso um brownie de banana e cacau, acompanhado de um creme de manga e inhame.
A merendeira conta que quer contribuir para um cardápio que atenda às necessidades nutricionais de crianças intolerantes à lactose, levando mais sabor e saúde para o prato dos alunos da rede municipal de Maceió.
“Minha receita busca ser a mais inclusiva possível, atendendo tanto alunos que não possuem restrições alimentares, quanto aqueles que possuem. Meus filhos e eu temos intolerância à lactose. Sei na pele o que é deixar de comer algo gostoso por conta da restrição. Por isso trouxe essas duas receitas maravilhosas que vão poder ser consumidas por todos os alunos da nossa rede”, ressalta.
A merendeira Yolanda Maria do Nascimento está atrás do bicampeonato no concurso. Há 14 anos preparando o alimento dos alunos da Escola Municipal Olavo Bilac, no Feitosa, ela destaca a expectativa para a próxima etapa e sobre sua receita que foi batizada de “Casa da vovó”, cujos ingredientes utilizados na preparação do prato quis manter em sigilo.
“Meu prato 'Casa da vovó' foi criado com o intuito de levar os nutrientes necessários para o desenvolvimento dos nossos alunos. Além de oferecer diversos nutrientes, o preço de produção dessa receita é muito baixo. Gostaria de através desse concurso sugerir propostas de inclusão para a alimentação de crianças autistas, levando para fora da cozinha o preparo de alimento, quebrando essa parede que muitas vezes causa a sensibilidade alimentar desses alunos”, ensina.
Yolanda explica sua intenção de fazer receitas utilizadas na merenda escolar do Município para alunos com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), chamada pela profissional de cozinha azul, a cor é utilizada para simbolizar os diferentes tipos de autismo.
“Ganhando ou não o concurso, eu já me sinto vencedora por poder falar para mais pessoas sobre esse modo de preparar os alimentos que eu idealizei. Eu chamo de 'cozinha azul' que é uma forma de cozinhar incluindo os alunos autistas, para que eles se sintam mais confortáveis na hora da alimentação”, pontuou.
Na primeira fase da competição, cinco candidatas disputaram o concurso e após a avaliação do júri, que foi composto por uma nutricionista especializada indicada pelo Sebrae/AL, as três profissionais foram escolhidas para continuar na competição.
A avaliação dos pratos é feita levando em consideração os critérios de presença de alimentos regionais e da agricultura familiar local, de alimentos in natura ou minimamente processados, ausência de alimentos processados e ultraprocessados e a possibilidade de replicação da receita no contexto escolar.
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