Com o incentivo da Prefeitura, alunos e atletas de escolas de Maceió se destacam dentro e fora das salas de aula

Os estudantes Luan Leite, Ketylly Vitória e Júlia Vitória se tornaram referência no esporte aliado à educação

Julita Bittencourt / Ascom Semed 23/09/2023 às 09:30
Com o incentivo da Prefeitura, alunos e atletas de escolas de Maceió se destacam dentro e fora das salas de aula
Luan Leite é um dos alunos que tem conquistado medalhas representando Maceió. Foto: Thony Nynes/Ascom Semed

A rede de ensino de Maceió possui verdadeiros campeões dentro e fora das salas de aula. Alunos que estão enfrentando e derrubando barreiras, conquistando medalhas em Alagoas e em outros estados, além de servirem de inspiração para crianças e jovens que também estudam nas escolas públicas da capital.

Não é fácil conciliar os estudos com a prática de esporte, no entanto, quando há talento, paixão e dedicação, tudo é possível. Das salas de aulas para a pista de atletismo e para a piscina. A rotina dupla de escola e treino tem levado estudantes da rede a subirem em pódios pelo Brasil, com o incentivo da Prefeitura de Maceió.

A Secretaria Municipal de Educação (Semed) tem estimulado a iniciação esportiva dentro das unidades escolares; e os professores são incentivados, também, a promoverem essa iniciação, para além das aulas de educação física. É o que explica a coordenadora do Desporto Escolar da secretaria, Walkiria Ramalho.

“A Semed tem esse cuidado de, junto às escolas, buscar novos atletas, saber o que está sendo trabalhado, o que os professores têm enquanto proposta de iniciação esportiva. Isso é tão importante, não só para a pasta, mas para essas crianças. Isso faz com que elas consigam se perceber diante da sociedade, de que elas podem se tornar referência para outros alunos ao se destacar através do esporte”, disse.

A secretaria tem se reunido com professores, enviado questionários sobre a possibilidade deles desenvolverem esse trabalho, essa iniciação esportiva nas escolas municipais, porque o esporte abre inúmeras chances de transformação. “Ser atleta é mais que representar uma escola, porque pode abrir outras portas para o estudante, com possibilidades de viagens, carreiras e de inspirar outros alunos”, concluiu a coordenadora.

O atletismo abriu portas e derrubou barreiras

No contraturno escolar, Luan Leite, 14 anos e Ketylly Vitória, 15 anos, ambos da Escola Municipal Hévia Valéria, localizada no conjunto Village Campestre I, se dedicam ao esporte que caiu de paraquedas na vida deles: o atletismo. A rotina dupla também se encaixa para a pequena Júlia Vitória, 10 anos, da Escola Municipal Higino Belo, situada no bairro Farol. Mas para a jovem nadadora, o espaço de diversão e dedicação, é a piscina.

Com apenas 14 anos, Luan tem se destacado nas provas de salto em competições estudantis tanto em Alagoas quanto no país. No início de setembro, o aluno da Hévia Valéria trouxe para Maceió o primeiro lugar no Troféu Norte-Nordeste Loteria Caixa de Atletismo Sub-16, em Fortaleza. Como se não bastasse o topo do pódio, o adolescente ainda garantiu a 4ª posição no ranking nacional com um salto triplo de 13,51 metros, ficando apenas 12 centímetros do recorde do campeonato.

Apaixonado pela modalidade, Luan revela como o atletismo tem transformado a vida dele dentro e fora da escola, principalmente, na saúde mental. “O esporte me ajudou muito, sabe? Eu passei uma fase da minha vida que eu queria desistir de tudo, mas o atletismo me ajudou muito, na disciplina, no foco e na concentração na escola. Também gosto das mensagens positivas que meus amigos ficam me mandando”, afirmou.

Luan descobriu o atletismo durante os jogos internos da escola dos quais ele participou e realizou um ótimo salto, chamando a atenção do professor de Educação Física e treinador Darlan Viana. Mas para se dedicar às pistas e aos saltos, ele precisou deixar outro esporte, e afirma que não se arrepende.

“Eu era do futebol, tive que sair para ir pro atletismo, mas gostei muito dessa escolha. Porque o futebol nunca me levou pra fora, mas com o atletismo já fui para São Paulo, Recife e Fortaleza, onde fui campeão do Norte-Nordeste”, contou.

Em agosto, Luan Leite garantiu a vaga para os Jogos da Juventude 2023, realizado em Ribeirão Preto, interior paulista, após ser campeão alagoano. Essas conquistas, medalhas e marcas são apenas o início de uma bela trajetória e sonhos que o estudante almeja.

“Eu só penso em coisas boas no futuro, porque tenho um sonho de ser convocado pra seleção brasileira de atletismo. Tenho o sonho de ser campeão mundial, vai que eu seja campeão olímpico [risos]. Eu vou seguir com essa prática a minha vida inteira. Porque é por esse esporte que eu sou muito apaixonado”, revelou.

Importância da prática do esporte no contraturno escolar

Para a mãe do jovem atleta, Rosenira Leite da Silva, é um alívio saber que o filho tem se dedicado, no contraturno escolar, a um esporte.

“Ver o meu filho se tornando um grande atleta representa muito para mim. Geralmente jovens nessa idade têm a mente aberta e o receio de más influências nos atinge como mães. Então essa dedicação dele, não importando com os horários, sempre focado nos estudos e em tudo que o esporte vem oferecendo é muito satisfatório pra mim”, pontuou.

Ainda segundo a dona de casa, o atletismo trouxe vários benefícios ao filho, tanto na vida pessoal como na escola.

“Elogiam ele bastante por ser um aluno estudioso, dedicado e esforçado. Consequentemente trazendo muito orgulho pra mim. E o atletismo traz muitos benefícios pra ele, que ele vem se esforçando cada vez mais nos estudos, além de abrir a mente dele para coisas maiores. Com certeza meu filho tem muita disciplina com os estudos e é muito focado no que quer alcançar. Tenho muito orgulho dele”, destacou dona Rosenira.

“Quero me tornar atleta olímpica”, revala Kettylly, de 15 anos

Aos 15 anos, Ketylly Vitória compete, há mais de um ano, no lançamento de dardo e disco. Ela também subiu no pódio do atletismo dos Jogos Estudantis de Alagoas (JEAL) 2023 e viajou a São Paulo representando a capital alagoana na competição nacional, ao lado do colega de escola e treino, Luan Leite.

Apaixonada pelo esporte, a adolescente fala, como tem sido a rotina de aula e treinos que, apesar de cansativa, é satisfatória.

“Eu estudo de manhã e treino à tarde. E de noite eu pego um pouquinho no caderno pra estudar, aí durmo, e no outro dia já é a mesma coisa. Acordo, vou pra escola, estudo, volto, treino, volto de novo, estuda um pouquinho e assim vai minha rotina de todos os dias”, explicou a aluna.

A dedicação e determinação ao esporte é a mesma na escola, é o que garante a mãe dela, Ana Lúcia. “Os dias estariam sendo diferentes do que são agora sem os treinos dela. Ela está focando mais nos estudos depois que entrou no atletismo. Eu estou vendo o desempenho dela e isso me deixa muito orgulhosa. Ela está foca nos treinos, na escola, e ainda me ajuda aqui em casa. Enche-me de felicidade ver minha filha realizando todos os sonhos dela”, comemorou a dona de casa.

A estudante também reconhece que a prática do esporte tem lhe auxiliado a manter o foco nas atividades escolares. “Tem me ajudado muito no aprendizado, me ajudou bastante a manter foco nas atividades. Minha vida mudou bastante porque eu me apaixonei pelo atletismo e sou apaixonada até agora. E acho que é o esporte que eu realmente decidi, nunca me interessei tanto por outro esporte”, disse.

Ela também fala, com alegria, do amor pelo esporte e dos planos para o futuro promissor. “Eu acho o atletismo um esporte muito lindo, pois reúne vários atletas em várias provas, seja de lançamento, seja de pista. Eu pretendo sim continuar no atletismo quando eu fizer 18, 21 anos, quero continuar com essa carreira porque quero muito me tornar um atleta olímpica”, garantiu Kettyly.

Natação, a melhor escolha

Não é só no atletismo que a rede municipal de ensino de Maceió tem vencedores. Com apenas 10 anos de idade, a estudante Júlia Vitória, da Escola Municipal Higino Belo, situada no bairro Farol, tem se destacado nas piscinas alagoanas.

No início de setembro, representando a escola municipal nas provas de nado crawl (livre) e costas, a aluna superou os demais competidores e subiu ao pódio. Ela foi ouro no nado de costas e ficou com a prata na modalidade de nado crawl na competição promovida pela Federação Aquática do Estado de Alagoas (FAEAL).

No entanto, a natação nunca esteve no radar da criança e nem da família, até que Júlia descobriu um problema de saúde aos sete anos de idade. “Eu fui pro esporte porque eu estava pré-diabética e a modalidade que escolheu foi a minha mãe e a pediatra”, disse a menina.

A mãe de Júlia, Elenice Correia, fala da decisão de colocar a filha na natação. “Na época, na pandemia, eu não tinha nenhuma sugestão a não ser a natação. Era a única coisa que estava funcionando. Coloquei e Júlia se dedicou. Ela estava pré-diabética e tinha que estimular a alimentação dela, para ela poder comer melhor”, disse.

Três anos depois, a aluna tem colhido os frutos da escolha certeira da mãe. “Eu não quero sair mais nunca. Vou levar a natação para o resto da minha vida”, revelou Júlia.

Por estudar pela manhã, Júlia Vitória utiliza o contraturno escolar de segunda a quinta-feira, para treinar natação no Ginásio do Sesi. Sonhadora, a aluna e nadadora fala do desejo de ter piscina nas escolas municipais. “Seria muito bom para os alunos que queriam praticar natação se nas escolas tivessem ginásio com piscinas”, revelou.

Ainda segundo a genitora, se a filha não estivesse praticando o esporte, estaria fazendo um curso de idioma, pois, para ela, a educação é prioridade.

“Se ela não estivesse fazendo nada disso, ela ia fazer um curso de inglês e estudando também como ela sempre estuda. Porque o estudo na vida dela é fundamental. Eu não abro mão do estudo dela por nada!”, destacou Elenice.

Júlia Vitória reconhece a importância, os benefícios e os impactos da prática da natação e em seus estudos. “Estou aprendendo sim através do esporte e ele me ajuda muito no dia a dia”, afirmou.

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