Por ser um instrumento de transformação social e um auxílio para a melhoria da cognição, coordenação motora e criação de vínculos, por exemplo, a aula de musicalização tem ganhado espaço em horários regulares nas unidades escolares da rede pública de ensino de Maceió.

Por isso, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) tem incentivado o projeto pedagógico com o objetivo de fomentar a sensibilidade dos estudantes e promover um melhor aprendizado nas salas de aula.

O professor de música da Escola Nise da Silveira, localizada no Antares, Antônio Falcão, que foi um dos classificados no PSS 2022, ficou surpreso ao ver um vídeo mostrado pela coordenadora pedagógica da unidade.

Nas imagens, gravadas em novembro do ano passado, havia um aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA), criando seu próprio ritmo, ao conseguir ler uma partitura com pausas e notas musicais. O momento emocionante ocorreu após algumas aulas de música realizadas na unidade e impactou a comunidade escolar. O vídeo pode ser visualizado abaixo.

O professor Antônio contou que quando viu o vídeo se sentiu emocionado, e que toda vez que chega na escola as crianças são as primeiras a perguntar se terá aula de música, de tanto gostarem da atividade.

"É um sucesso geral porque é uma aula muito descontraída. Foco muito na parte rítmica, melodia, entre outros. Quando entro na escola, eles saem correndo para me abraçar e dizem 'tio, hoje vai ter aula de música?'. Quando vi o aluno criando o próprio ritmo, eu fiquei impactado. Ele pegou um marcador e escreveu no quadro branco, assimilando tudo que expliquei nas aulas. Para mim isso valeu por todo o ano de dedicação", contou o professor.

O professor de música é natural de Paulo Jacinto e morou em São Paulo por 32 anos. Voltou para Alagoas em 2016, quando começou a dar aulas particulares. Em 2022, foi aprovado no PSS da Semed.

"Para a sala de aula já levei bateria, xilofone, violão, chocalhos, agogô, triângulo, jam block, flauta doce, e muito mais instrumentos, todos meus. É uma euforia. Todas os alunos ficam empolgados, se transformam", disse Antônio Falcão.

Para o docente, as atividades musicais estimulam a melhoria na concentração e na atenção dos alunos e estas atividades são necessárias para o desenvolvimento das crianças em outras áreas do conhecimento.

"Autodisciplina, paciência, fortalecimento da memória, diminuição do estresse, autoestima, socialização, são alguns benefícios. Tudo isso é perceptível durante as aulas. Tudo isso promove uma melhor qualidade de vida para todos", ressaltou.

A professora de música Martha Oliveira, da escola Eulina Ribeiro de Alencar, localizada no Jacintinho, contou que utiliza instrumentos não convencionais nas vivências em sala de aula.

"Objetos simples do dia a dia, como copos plásticos, varetas, bolas, também são descobertos como instrumentos musicais não convencionais para a atividade com ritmos que desenvolvem a capacidade de atenção, memória, coordenação motora, além de ser grande incentivo à prática de atividades coletivas, visando a performance em eventos do calendário escolar", disse a professora.

Ela também enfatizou o compromisso que a música tem em proporcionar a valorização à nossa história. "A prática com instrumentos musicais no acompanhamento dessas canções proporciona aos alunos vivências divertidas que o levam a conhecer com mais profundidade elementos da nossa cultura, além dos aspectos musicais relevantes à compreensão da leitura musical", concluiu.

Professor Antônio Falcão em aula com estudantes da Nise da Silveira. Fotos: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed. / Nas duas últimas imagens, a professora Martha Oliveira com estudantes da Eulina Alencar. Fotos: cortesia