Nas aulas de robótica da Escola Municipal Tradutor João Sampaio, localizada no bairro Petrópolis, os alunos estão aprendendo a transformar conceitos de matemática em criações tecnológicas. Com o aprendizado teórico, a prática surge através do uso de materiais recicláveis, onde as crianças não apenas criam projetos tecnológicos, mas também aprendem a importância de desenvolver soluções com consciência ambiental, despertando o lado criativo, emocional e colaborativo dos alunos.

O professor de matemática, Sidomar Noberto, que também coordena as atividades de robótica, destaca a importância dessa abordagem interdisciplinar. Ele conta que a ideia surgiu em 2023, quando enviou a proposta para a direção da escola.

“Inicialmente começamos com oito alunos, trabalhando em um horário contraturno e com a autorização dos pais. As aulas levaram a projetos incríveis que até foram expostos na escola. A partir desse resultado positivo, a direção quis expandir as atividades para toda a escola”, relata.

Sidomar conta que os alunos foram se interessando e se sentindo à vontade para explorar o lado criativo. “Essas atividades são importantes, pois através delas os alunos começaram a descobrir interesses, e utilizando materiais recicláveis, eles foram construindo as ideias que já possuíam sobre temas variados que englobam a educação”, explica.

Aproveitando a chegada do Dia das Mães, em um gesto de carinho, os alunos aplicaram o que aprenderam em sala de aula para criar flores tecnológicas, homenageando suas mães e familiares. A ação envolveu a construção de flores com pequenos circuitos e materiais simples, como papel, palitos de madeira e luzes de LED. A iniciativa não apenas demonstrou o uso criativo da matemática e da tecnologia, como também simbolizou o afeto dos alunos, tornando o aprendizado prático uma expressão emocional e significativa.

Da teoria à prática

“Nós tivemos muitos projetos e o mais recente foi o do Dia das Mães, onde criamos uma flor de LED com um cartãozinho para escrever uma mensagem especial”, explica Nicole Beatriz, aluna do 8° ano.

“Eu sempre tive muito interesse porque gosto de desenvolver novos projetos, usar a criatividade e saber sobre tecnologia. Quando comecei as aulas, vi que ia realizar meu sonho de ficar próxima do que gosto”, complementa.

“Quando comecei na robótica, eu não gostava muito, mas conforme fui prestando atenção nas aulas, me interessei, principalmente por querer aprender mais. Todos os trabalhos que a gente faz precisa de produtos recicláveis e isso é importante para o meio ambiente”, conta Arthur Thalisson, aluno do 8° ano.

Tales Henrique, estudante do 7° ano, conta que também passou a gostar de robótica depois que começou a frequentar as aulas. “A experiência de construir coisas é muito divertida. Quando o professor mostrou as atividades de robótica eu logo quis fazer também”, relata.

Olhando para o futuro

O projeto de robótica da Escola Municipal Tradutor João Sampaio representa mais do que uma inovação pedagógica: é um exemplo do impacto positivo que atividades interdisciplinares têm no desenvolvimento integral dos alunos. Para a gestão da escola, investir em propostas que unem criatividade, consciência ambiental e aprendizado prático é essencial para formar cidadãos mais preparados, curiosos e engajados com os desafios do presente e do futuro.

“Me enche de satisfação e orgulho ver que temos aqui uma atividade que não é comum em todas as escolas, principalmente na escola pública, que é a adesão à robótica. Isso aqui é um sonho que vem sendo colocado em prática, mostrando que alunos da rede pública podem fazer coisas incríveis quando são autorizados”, relata Adriana Firmino, diretora da escola.

Fotos: Carol Cordeiro/ Ascom Semed