Com muita música, cultura popular, palestras e oficinas de arte, 4° Feira Literária do Pontal da Barra (Flipontal) iniciou as atividades na manhã desta quarta-feira (30). A comunidade do Pontal da Barra e visitantes conferiram, em diversos espaços do bairro banhado pela lagoa Mundaú, as ações que foram desenvolvidas na abertura.

Um dos locais de referência da Flipontal é a Escola Municipal Silvestre Péricles. Foi lá que os estudantes e a comunidade foram recebidos pela organização do evento que destacou o artesanato produzido na região, bem como a gastronomia baseada no peixe, caranguejo e o tradicional sururu. Além disso, a unidade escolar foi tomada por peças como cestos, esculturas de barro, roupas feitas com o bordado filé, que levaram mais cor ao ambiente.

Uma tenda da Secretaria Municipal de Educação (Semed) foi instalada em frente à escola, perto da Colônia dos Pescadores. Lá foram realizadas atividades pedagógicas e culturais, a exemplo do "Chá pra cá, vem que eu te conto", uma iniciativa da Coordenação Geral de Educação Infantil. Uma turma do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Padre Silvestre Vredegoor, do Prado, participou da ação. Muitos brinquedos estavam disponíveis para os alunos.

Estudantes, Maria Julia Santos, Famuel Wendrel e Ícaro Nascimento. Foto: Pedro Farias/Ascom Semed

Os estudantes Maria Júlia Santos, Samuel Wendrel e Ícaro Nascimento, ambos com 5 anos, contaram que estavam felizes com o momento e que aprenderam bastante. "Eu gostei de tudo, brinquei com os jogos, eu li, vi a contação de história e estou achando muito bom. Aprendi muita coisa", contou Maria Júlia que não desgrudava do seu brinquedo.

Samuel Wendrel disse que participar da feira é muito bom por conta das brincadeiras e da oportunidade de ler. Brinquei com os coleguinhas e me inspirei nos livros que li. Aprendi que é bom ler e estudar", revelou.

Ícaro Nascimento contou qual foi a atividade que ele mais gostou de participar. "Eu gostei mais do momento do chá, comi muito. Estou gostando muito de tudo. Eu e meus coleguinhas lemos muito e brincamos com os ursos de pelúcia", disse o aluno.

A professora, Abenita Cândido, acompanhou a atividade durante toda a manhã e disse que essa ação ajudou muito na interação entre todos os seus alunos e demais estudantes participantes da Feira Literária.

"Esse é o momento que a gente encontra outras crianças visitando o evento literário. A gente viu que eles podem se fantasiar com as histórias. A minha turma do 2º período amou, porque os alunos puderam rememorar lembranças da família ao tomar o chá. Esse momento ajuda na fala, na interação com o outro e a terem autonomia" explicou a professora.

No Auditório Lucy do Joazeiro foram realizadas mesas-redondas com convidados de diversas áreas do conhecimento. A promotora de justiça, Karla Padilha, abriu o momento de discussão sobre direitos humanos, o papel dos defensores públicos e advogados. Um grupo de estudantes do 3ª série do ensino médio, da Escola Estadual Correia das Neves, assistiu às palestras.

Outros convidados discutiram com os participantes, a exemplo da promotora de justiça, Vânia Cavalcanti Lima, e do historiador, Geraldo de Majella Marques. O escritor alagoano e um dos organizadores da Flipontal, Carlito Lima, destacou a importância da feira litérária.

"Eu venho fazendo essas festas literárias há algum tempo e começamos a fazer em Maceió. Acho que a feira é importante demais, é uma maneira de mostrar que estamos vencendo essa pandemia", destacou o escritor.

Interação

Na escola, alunos, professores e técnicos da Semed participavam das atividades culturais e educativas. No pátio da unidade escolar, cerca de 18 crianças do 4º ano da Escola Municipal Rui Palmeira, do Vergel do Lago, interagiram nas oficinas de educação ambiental, reciclagem e jogos interativos. As ações auxiliaram o desenvolvimento cognitivo dos estudantes.

A diretora da unidade escolar Silvestre Péricles, Ivaldene da Silva, acredita que a literatura e a cultura ajudam a desenvolver a aprendizagem dos estudantes. "É um momento maravilhoso porque hoje a leitura é a porta para o conhecimento e para a vida. A Flipontal traz cultura para o bairro. É gratificante porque mexe com os moradores e a comunidade escolar", afirmou Ivaldene.

Um ônibus da biblioteca móvel também estacionou próximo à tenda, quando foi realizada a atividade de contação de histórias para promover a interação com as crianças. O sorriso e o olhar dos pequenos chamavam a atenção durante a participação na roda de conversa com uma das professoras, que apresentou o livro 'Lobo que quase virou bolo', da escritora Renata Fernandes.

No meio das atividades, um cortejo de alunos da rede passou entre os visitantes até a tenda da Semed, para mostrar o resultado da oficina de musicalização realizada pelo Educanto. Todos que estavam presentes foram embalados pelos sons que saíam de garrafas e potes de plástico, criados por técnicos da pasta e pelos alunos.

Confira aqui a programação completa do Flipontal.