Restaurante Popular serviu 21 mil cafés da manhã desde o início do Desjejum Social

Refeição custa R$ 1 e é acessível a todos os tipos de público; almoço no local custa R$ 3

Deborah Freire / Ascom Semas 21/12/2022 às 09:46
Restaurante Popular serviu 21 mil cafés da manhã desde o início do Desjejum Social
Lucas Pereira sai de casa às 5h e faz a primeira refeição no Restaurante Popular / Foto: Allan Cesar

O vendedor ambulante Lucas Pereira sai de casa todos os dias às 5h. Pega um ônibus no Benedito Bentes, onde mora, e começa a oferecer seus produtos aos passageiros que estão a caminho do trabalho ou de outros compromissos. Desce, sobe em outro coletivo e assim segue até chegar ao Centro, por volta de 8h30.

Com o valor apurado, vai direto para o Restaurante Popular, onde faz a primeira refeição do dia. Além de economizar, Lucas tem a garantia de que não vai ficar em jejum até a hora do almoço, como já aconteceu outras vezes.

“Todo dia estou aqui, tomando café e almoçando também. O que eu comprava antes com 10 reais, hoje compro com um real. Esse serviço do Restaurante Popular é muito importante para todo mundo, principalmente para as pessoas que necessitam mais do que nós. Às vezes não têm dinheiro de tomar café, vêm aqui e tomam um café a um real”, elogia.

O programa Desjejum Social, implantado pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) em julho deste ano, já serviu mais de 21 mil refeições e passou a garantir mais segurança alimentar à população que mora ou frequenta a região central de Maceió.

A alimentação é servida a partir das 6h45 pelo valor de R$ 1 e inclui dois pães com manteiga, uma fruta da época e um café com ou sem leite. Acompanhada por nutricionistas e técnicos, a refeição atrai pessoas de várias classes sociais, mas é especialmente importante para aqueles que mais precisam, como reforça o secretário de Assistência Social, Claydson Moura.

“As pessoas chegam para trabalhar no Centro muitas vezes sem tomar café da manhã e tinham que esperar até o almoço para fazer a primeira refeição do dia. Hoje, elas chegam, se alimentam e vão trabalhar com outro ânimo. Aquela pessoa que dormiu na rua, conseguiu só aquela moedinha que só dá para comprar ou o pão ou o café ou a fruta, hoje pode comprar uma ficha, tomar desjejum com dois pães, fruta, café. Uma alimentação completa por um valor praticamente simbólico”, afirma.

É como acontece com Luís Roberto Rodrigues. Ele está desempregado e, sem dinheiro para pagar aluguel, passou a dormir nas ruas. O sustento vem do dinheiro que recebe do programa Auxílio Brasil, que ele complementa com o que ganha com a reciclagem de latinhas.

Para se alimentar, recorria ao Centro Pop II, na Rua Formosa, na Ponta Grossa, mas agora que o Desjejum Social oferta refeição a R$ 1, ele muitas vezes vai ao Restaurante Popular e compra até dois cafés. “É mais fácil de arrumar um real, quase sempre tem, ou dá um jeito”, diz.

Francisco de França, aposentado, toma café e almoça todos os dias no restaurante. Ele mora sozinho em uma casa na Rua das Árvores, e diz que é muito mais prático ir lá do que cozinhar, além de ser mais econômico. “Por aí a fora, o café custa sete, oito, dez reais. O almoço custa 17, 18. Já aqui, se um é pouco, você come dois. Se dois é pouco, come três. Não tem do que reclamar”, exalta.

Almoço a três reais e conversa boa criou grupo de amigos que “bate ponto” no restaurante

Desde que voltou a atender presencialmente, após o período mais crítico da pandemia de covid-19, o Restaurante Popular percebeu um movimento maior de pessoas em busca do almoço no valor de R$ 3. Em 2022, foram vendidos em torno de 370 mil almoços, mais de 30 mil por mês

De acordo com a gerente do local, Edvana dos Santos, atualmente as 1.500 fichas diárias têm acabado até mais cedo. Para o desjejum, a venda começa às 6h45 e vai até às 9h, e para o almoço começa às 9h30 e às vezes acaba antes das 13h.

Mas quem frequenta o local desde muito antes da pandemia são os aposentados Francisco Belo e Virgílio Rodrigues, que praticamente batem ponto no restaurante, assim como todo o grupo de amigos, que eles afirmam ser entre 10 e 20 pessoas.

“Isso aqui é uma terapia. Quando está fechado, a gente sente uma falta da amizade. E a limpeza lá dentro não tem o que falar, se cair uma comida no chão pode pegar. E o que são três reais? Não dá nem para comer um pastel lá fora. Aqui é uma colher de feijão, uma colher de arroz, uma colher de macarrão, três opções de carne, salada, um copo de suco e ainda tem uma paçocazinha para adoçar”, brinca.

SEMDES

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