A Prefeitura de Maceió alugou, por um ano, um barco para nove famílias venezuelanas da etnia Warao. A entrega ocorreu nesta quinta-feira (25), à margem da Lagoa Mundaú, no Vergel do Lago. Na oportunidade, eles aprenderam a manusear o equipamento e iniciaram o planejamento da pesca, para alimentar e gerar renda aos 70 imigrantes pertencentes à comunidade Warao.

“Hoje é um dia especial para nós. Warao significa povo da água, por isso, nós procuramos sempre morar perto dela, e agora esse barco vai estender as possibilidades, pois iremos coletar peixes com as nossas famílias. Nós só temos a agradecer”, comenta Anibal Perez.

Para ele, a embarcação vai contribuir tanto para a manutenção dos costumes da comunidade indígena, quanto ajudar na sobrevivência das famílias, fora de seu território de origem.

“Já estamos fazendo planos para conhecer a lagoa, conhecer os pescadores, intercambiar conhecimento e descobrir como funciona a pesca por aqui”, acrescenta Anibal.

Os representantes das nove famílias venezuelanas foram recepcionados pelos anfitriões da Lagoa Mundaú, os pescadores do Vergel do Lago. E assim, Evanildo do Amor Divino (o baiano) mostrou aos imigrantes como utilizar o barco que funciona tanto na modalidade de remo, quanto com o motor.

“Eu levei eles para conhecerem o manguezal e nos próximos dias eu vou apresentar locais diferentes, para que busquem um ponto agradável para pescarem. Essa lagoa é a mãe natureza e serve de sustento para todos nós. Aqui tem espaço para todo mundo”, diz orgulhoso Evanildo, conhecido como baiano.

A Diretora de Direitos Humanos da Secretaria de Assistência Social de Maceió, Gabrielle Claudino, garante que o Município não poupa esforços para acolher famílias de imigrantes estrangeiros que residem em Maceió e estejam enfrentando situações de vulnerabilidade social.

“Uma ação como essa significa oferecer chance de trabalho, garantir autonomia às famílias e, neste caso, a gente está conseguindo preservar a cultura deles, e isso é maravilhoso”, explica.

Além do barco, as famílias venezuelanas também são assistidas pelos programas sociais disponíveis à população de baixa renda de Maceió.

Fotos: Itawi Albuquerque/Secom Maceió