A Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) realizou, nesta segunda-feira (2), uma live em homenagem ao Dia do Capoeirista, comemorado amanhã (3). Na ação, foi exposta virtualmente uma pintura em tela do artista plástico Hector Júlio Páride Bernabó, também conhecido como Carybé, além da participação do grupo de idosas do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Pitanguinha na roda de capoeira.

A iniciativa faz parte do projeto chamado “Vem que tem balanço”, do serviço de convivência do Cras, onde a prática da capoeira é trabalhada de forma funcional, com metodologias diferentes para cada faixa etária. As aulas são ministradas pelo educador social da Semas, Ivanildo Santos, conhecido como “Mestre Besourão”.

Para o educador, a prática da capoeira não tem idade e limitação, o importante é se divertir e se expressão através da arte. Apesar de ser considerada um patrimônio cultural e praticada em mais de 190 países, a capoeira ainda é muito discriminada socialmente.

“A capoeira é um instrumento sócio-pedagógico que colabora com a autonomia, autoconfiança e manutenção de vida. Adaptei os movimentos para o público da terceira idade, com carinho e planejamento, respeitando as limitações e possibilidades de cada aluna”, explicou o mestre.

De acordo com o secretário de Assistência Social, Carlos Jorge, a retomada de atividades sócio-educativas são de extrema importância, pois exercitam a participação inclusiva dos idosos.

“Fico feliz por prestigiar um dia tão importante. Em tempos de pandemia, tivemos que parar com os eventos e, agora, retomamos com o pé direito, seguindo todos os protocolos de segurança. A live trouxe como fatores principais a participação coletiva, o exercício da alma através da arte e da capoeira”, afirmou o secretário.

A Coordenadora do Cras Pitanguinha, Gal Souza, explicou a necessidade de apoiar ações voltadas aos idosos.

“Agradeço a Prefeitura pela oportunidade de eventos como este. As idosas estão se sentindo privilegiadas e valorizadas pelo trabalho construído dentro do serviço de convivência. Hoje, nós tivemos 13 participantes na exposição, mas, ao todo, são mais de 40 idosas inscritas”, explicou a coordenadora.

Capoeirista há dois anos pelo Cras Pitanguinha, José Meire conta que passou a ter mais vigor para as atividades cotidianas e que a capoeira a ensinou a ter controle sobre seu próprio corpo.

“A capoeira me trouxe alegria. É através da arte que trabalhamos a mente e a nossa saúde como um todo. Sou muito grata à Prefeitura por valorizar o nosso trabalho, mostrando ele para todos”, concluiu Meire.

Vem que Tem Balanço

O projeto “Vem que tem Balanço” conta com aulas de capoeira para idosas, que também aprendem sobre questões culturais, como a história dessa arte e seu objetivo.

Em 2019, o grupo de 35 mulheres, de 40 a 82 anos, participou da primeira cerimônia de batismo do projeto com a troca de cordas, ritual que simboliza que o grupo já está pronto e apto para aprender ainda mais sobre essa representação cultural. Os patronos da turma foram o Mestre Cláudio, capoeirista desde 1967, e o Mestre Jacaré, capoeirista desde 1970.

A capoeira ensinada para o grupo é adaptada, mas engloba todos os seus principais fundamentos. A prática para as idosas é inclusiva, com movimentos que elas consigam realizar.

Iara Alencar (estagiária)/Ascom Semas)