Assistência Social promove debate sobre Direitos Humanos e entrega prêmio Jadson Andrade
Premiados trabalharam na defesa da cidadania e dos Direitos Humanos LGBTI+
Nesta quinta-feira (2), a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) promoveu o 2º Simpósio de Direitos Humanos de Maceió, com o tema Democracia e Proteção dos Direitos Humanos. O evento ocorreu no Centro Cultural Arte Pajuçara.
Mais de 100 pessoas participaram de palestras e debates sobre os direitos das mulheres trans, da população preta, do idoso, da pessoa com deficiência, da criança e do adolescente, da mulher, sobre afro empreendedorismo e democracia e proteção e garantia dos Direitos Humanos.
O coordenador da Diversidade Sexual da Semas, Rafael Gomes, destacou a importância do evento para a comunidade LGBTI+ de Maceió.
“Esse espaço de debate sempre é importante para a gente entender quais são as demandas dessa nova sociedade, deste novo momento em que vivemos. Passamos por momentos de turbulência, mas agora nós estamos nos adequando. Por isso, temos que ouvir a sociedade, para traçarmos e elaborarmos políticas públicas, neste caso, para o público LGBTI+ ”, enfatizou o coordenador.
A primeira mesa de debates do evento, sobre o papel da mulher trans no mercado de trabalho, foi marcada pelas falas de Fabíola Silva e Sarah Doullenner, ambas trouxeram problemáticas e experiências profissionais e de vida.
“É necessário que haja uma política pública permanente, para que assim, haja inserção das mulheres e homens trans no mercado de trabalho. O preconceito ainda é muito grande e a nossa população não consegue qualificação e assim as vagas”, pontuou Fabíola.
A professora Sarah Doullenner ressaltou que, em geral, pessoas trans estão em ocupações subalternas, ou na ilegalidade. "Esse problema é algo que vem da base, desde a educação primária. Queremos assim, ocupar espaços de chefia, de tomadas de decisões, que agreguem realmente. E que mais oportunidades nos sejam oferecidas", alertou.
As questões sobre a igualdade racial e o afro empreendedorismo também foram temas de debates no Simpósio. "O afro empreendedorismo, aqui em Maceió, tem muita importância e vem para mostrar para o público participante que o empoderamento do preto é poderosíssimo, mostrando um espaço de inclusão para a população preta e buscando, também, a independência e a melhora na vida dos negros e negras”, informou a coordenadora da Igualdade Racial da Semas, Andrielly Hamonna.
Prêmio Jadson Andrade
O evento contou com a entrega do Prêmio Jadson Andrade de Direitos Humanos, que foi criado em 17 de novembro de 2021. Acompanhe abaixo as categorias que receberam a premiação.
Lésbica:
Ellys Chiarelly
Leide Serafim
Gay:
Dino José De Oliveira Alves
Hely Max Cainã Do Nascimento Souza
Prof. Roberto Batista Porto (Bebeto)
Travestis:
Fabiola Silva
Bianca de Lima
Mulher trans
Sarah Doullenner
Sophia Brás
Homem trans:
Cauê Assis
Político:
Vereador Dr. Cleber Costa De Oliveira
Personalidade do ano:
Prof Roberto Silva
Organização não governamental:
Central De Movimentos Populares De Alagoas
Centro Da Cidadania e dos Direitos Humanos Vida
Grupo Gay De Penedo
Personalidade nacional:
Rede Gay Do Brasil
Papo De Meia
Os agraciados trabalharam na defesa da cidadania e dos Direitos Humanos LGBTI+ na Cidade de Maceió ou em ações que tiveram repercussão nacional.
O prêmio homenageia Jadson Andrade, que foi presidente do Conselho Municipal de Direitos e da Cidadania LGBT de Maceió, que faleceu em 2021.
A sobrinha de Jadson, Laís Andrade, recebeu em homenagem ao tio, o prêmio In Memoriam, pelas contribuições que ele fez à comunidade LGBTI+ de Maceió e aos cidadãos que ajudou durante a vida.
Laís, que foi criada desde a infância por Jadson, se emocionou contando a história de vida de seu tio. “O meu tio era uma pessoa com uma alma de militante, desde cedo aprendi a história dele. Ele se declarou gay aos 14 anos, em uma época extremamente preconceituosa. Ele estaria completando 61 anos de idade, em 2023. Eu queria muito que o mundo conhecesse meu tio, ele me criou como um pai e cuidou de toda a família até o último momento de vida. Ele é um legado que vai ficar continuar com esse prêmio, me sinto muito grata por isso”, ressaltou Laís.
Promoção dos Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proposta e aceita por 48 países em 1948, após o cenário de duas guerras mundiais que mudaram a forma do mundo se relacionar. É também um documento que reuniu um conjunto de diretrizes que pudesse ser compartilhado por todas as pessoas, numa tentativa de garantir que ninguém mais sofresse de forma tão terrível.
A Declaração é utilizada para lembrar dos direitos mais básicos que garantem vida digna a todos os seres humanos, como a liberdade, igualdade, segurança, saúde e educação. Segundo a diretora dos Direitos Humanos da Semas, Gabriele Claudino, este simpósio tem o objetivo reforçar estes princípios.
“A importância do Simpósio é trazer e reforçar para os maceioenses, os direitos humanos que visam garantir a dignidade e a integridade da pessoa, especialmente, frente ao Estado brasileiro e suas estruturas de poder. É também mostrar que a cidadania assegura o equilíbrio entre os direitos e deveres do indivíduo em relação à sociedade e da sociedade em relação ao indivíduo. Unificar e discutir as políticas pública voltadas para as pastas de Direitos Humanos é mais que necessária para a construção da igualdade”, finalizou a diretora.
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