Assistência Social promove ação de combate à violência contra a mulher
A Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), promoveu, na manhã desta quinta-feira (26), um evento em alusão à campanha Agosto Lilás para fortalecer as ações de combate à violência contra a mulher. A ação, que aconteceu no auditório da OAB/AL, no bairro de Jacarecica, trouxe informações sobre como as vítimas podem se fortalecer e denunciar e como a sociedade pode se tornar parceira do Município para coibir a prática.
Idealizada pela Diretoria de Proteção Social Especial (DPSE) e o Gabinete de Políticas Públicas para Mulheres, a ação contou com a participação de usuárias dos abrigos da Assistência Social, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL) de Maceió e instrutores de Krav Magá, que ensinaram como as mulheres podem se defender em situações de violência.
Para Tatiana Boia, Diretora da DPSE, a missão primordial é fazer com que as vítimas de violência mudem sua realidade com o fortalecimento de novas oportunidades geradas através do poder público e da sociedade civil.
“Esse evento foi organizado para as mulheres das nossas unidades de acolhimento, em especial a Casa Lar, o Abrigo Institucional Luzinete Soares de Almeida e o Viva a Vida. Nosso objetivo foi fazer com que essas mulheres se integrassem e sentissem que não estão sozinhas. Buscamos uma abordagem inovadora, com várias propostas sociais. Isso só foi possível com o comprometimento de toda gestão municipal e nossos parceiros”, afirmou a diretora.
Para Ana Paula Mendes, coordenadora do Gabinete de Políticas Públicas para Mulheres, explicou que a objetificação das mulheres existe em todos os âmbitos sociais e isso está atrelado ao machismo estrutural. Ela pontuou que é necessário que a sociedade se prontifique a ajudar e acolher essas vítimas de violência e que políticas públicas sejam cada vez mais pautadas em prol desse grupo.
“Infelizmente, a mulher ainda é colocada como inferior na sociedade e tem sofrido todos os tipos de violências possíveis. Mas não podemos baixar a cabeça! Precisamos estar vigilantes e garantir todos os nossos direitos. A mensagem que deixo para todas as mulheres é que vocês não estão sozinhas. Vocês tiveram coragem de serem livres, de viverem em paz. E o Município está de braços abertos para acolher vocês”, afirmou Ana Paula.
A denúncia nem sempre é fácil de ser feita e o medo das consequências impossibilita que mulheres procurem ajuda. Por outro lado, Patrícia Silva, vítima de violência doméstica pelo próprio pai, teve a coragem e pulso firme de denunciar as agressões sofridas diariamente. Hoje com 19 anos e usuária do Abrigo Institucional Luzinete Soares de Almeida, ela agradeceu o apoio que recebeu e incentivou possíveis vítimas a procurarem suporte profissional.
“O suporte que eu tive e venho tendo do abrigo é muito importante não só para mim, mas para as outras meninas que passaram por isso. Hoje, somos bem cuidadas e acolhidas. Isso não tem preço. Agora, acredito mais em mim e fui atrás dos meus estudos. Hoje, trabalho como jovem aprendiz e isso só foi possível com a ajuda que recebi do abrigo. Para as vítimas que estão sofrendo, meu conselho é que denunciem, procurem ajuda e não tenham medo”, assinalou Patrícia.
Em nome da Comissão Especial da Mulher, Rachel Ramalho, presidente da Comissão da Mulher Advogada, explicou que as vítimas podem procurar auxilio na Defensoria Pública, no Tribunal de Justiça, no Ministério Público e demais órgãos parceiros da OAB. Ela ainda reforçou o apoio dado pela Prefeitura Municipal a essas instituições.
“Sabemos que há uma dificuldade muito grande de mulheres que sofreram violência doméstica de saírem de casa devido à dependência econômica. Elas precisam de estrutura para recomeçar uma vida longe de do seus agressores e cuidar da sua família. É necessário que entendam que o problema não é da vítima, mas sim da sociedade”, pontuou Rachel.
Para finalizar o evento, o instrutor de Krav Magá, Fyllipe Paranhos, explicou que a técnica não se trata de uma arte marcial, mas sim de um sistema corporal baseado na defesa.
“É importante que entendam que o controle da situação é necessário. O Krav Magá é baseado na técnica de auto defesa e é justamente isso que busco ensinar às mulheres que se encontram nessa situação. A denuncia precisa ser feita, mas se a vítima se encontrar em uma posição de risco, as técnicas corporais ensinadas hoje podem salvar vidas”, concluiu o instrutor.
Como denunciar?
A Secretaria de Assistência Social de Maceió, através dos Centros de Referência Especializada da Assistência Social (CREAS), oferece atendimento às vítimas de violência através do telefone 3312-5961.
Para facilitar o atendimento, outros canais são disponibilizados para fazer a denúncia. Para falar com a Central de Atendimento à Mulher basta discar 180. Para entrar em contato com o Direitos Humanos, é preciso digitar 100.
Iara Alencar (estagiária)/Ascom Semas
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